Uma das lembranças mais antigas que tenho é de quando estava na escola e iriamos ter uma “aula de informática”, por que as aspas? Porque não era informática, a escola tinha recebido um computador que rodava um jogo pirata do Mario, a aula de informática consistia em um amontoado de crianças esperando o coleguinha perder pra ser sua vez de jogar. Foi com esse jogo pirata (e crianças se estapeando) que meu interesse por jogos surgiu.

Esse fanmade foi a porta de entrada pra esse mundo, foi o que despertou minha curiosidade, mas fui tomar gosto pela coisa ao ver meu primo que tinha um PlayStation jogar mario bros (foi isso mesmo que você leu). Quando meu pai comprou um computador para casa, eu já devia ter uns 8 anos, a primeira coisa que fiz foi pesquisar por jogos do Mario. Foi a curiosidade da Giselle de 4 anos que levou a Giselle de 8 anos a se apaixonar por jogos, principalmente os da nintendo, essa paixão levou a Giselle de 24 escrever esse texto.

Poderia passar algumas horas citando tudo que aprendi com os games: paciência, persistência, raciocínio lógico, inglês, etc. Não posso negar que jogar me fez aprender muita coisa, e se me perguntasse qual foi a coisa mais valiosa que anos jogando me proporcionaram, a única resposta possível são as amizades.

Fico lisonjeada quando dizem que sou extrovertida, pois na verdade sou muito tímida e só consigo me soltar quando estou confortável com as pessoas ao meu redor (e isso leva tempo), passei boa parte da infância e adolescência sendo a caladona que não fala com ninguém por medo, mas quando estava jogando ou falando sobre jogos esse medo de conversar sumia. Eu poderia passar eventos familiares inteiros evitando interações, mas no momento que um fliperama entrava na equação ficava tudo bem, eu tinha o que falar, e ficava feliz por ter com quem falar. Foi assim que fiquei mais próxima de primos, dos vizinhos, foi assim que comecei inúmeras amizades, sabe quantas amizades fiz no fliperama jogando KOF? Não muitas pois a amizade acaba no momento que a outra pessoa escolhe jogar de Rugal.

E não posso falar sobre como jogos me trouxeram até aqui sem citar pokémon, minha primeira paixão (para não dizer obsessão). Tudo começou pelo anime, eu só fui descobrir os jogos por causa de uma prima que tinha um Gameboy. Se Mario despertou meu interesse por jogos, foi pokémon que consolidou essa relação, com pokémon eu descobri os consoles, já tem até carta de amor ao meu primeiro console aqui.

Foi com esse DSiXL e pokémon black que um novo mundo se abriu, com a descoberta de novos jogos e franquias que passei a amar, novas possibilidades, novas amizades, e novos começos.Sou filha única, passei a infância inteira com dificuldades para fazer amigos, estava acostumada a estar só, brincar só, jogar só, foi com pokémon (e grupos do orkut/facebook) que descobri uma comunidade, pode parecer bobo mas foi um momento transformador em que não me sentia mais sozinha.

O primeiro que joguei foi Ruby no emulador, que acompanhei o lançamento foi Diamond/Pearl, o primeiro que joguei em meu próprio console foi PKM Black, e o primeiro amigo que fiz graças aos jogos foi o Gabriel Frazão, um querido que amo muito, que faz parte da minha vida até hoje, e tenho a honra de chamar de amigo.

No auge da ansiedade, pokémon ainda me fazia ir aos encontros do grupo ´´Nintendo DS/3DS Brasília“, sentar na FNAC, trocar bichinhos e conversar com pessoas novas, no auge da depressão, pokémon conseguia me tirar da apatia. O que era só um jogo se tornou uma ajuda para sair do fundo do poço, uma forma de conhecer pessoas novas, me levou a desenterrar desejos antigos e finalmente colocá-los em prática (como cosplay, aprender outros idiomas para jogar melhor, fazer amigos…). Falo de pokémon por ser a comunidade que mais frequento até hoje, mas um beijo pro pessoal de Animal crossing, The king of figthers, street fighter, Kirby, nintendistas no geral, castlevania, etc, outras franquias que amo, e graças a elas conheci pessoas maravilhosas que levo pra vida.

Nem só de vitórias se vive, esse mundinho dos videogames já me machucou bastante, na maior parte das vezes por ser mulher, de ofensas machistas a perseguição, muita coisa desagradavel já me aconteceu, o que me levou a abandonar alguns jogos e comunidades (estou falando de você LOL) . Mas essas experiências ruins não são nada perto de todas as alegrias que tive/tenho.

Sendo bem honesta, nunca achei que fosse chegar ao lvl 25, pois já tinha desistido de mim mesma muito tempo atrás, a vida pareceu um eterno ´´water temple´´ de Ocarina of time por muitos anos, e às vezes, ainda parece, mas felizmente encontrei algo que amo, e que mesmo nos momentos mais difíceis, pode ser um conforto. Comecei o texto dizendo que os jogos mudaram o curso da minha vida, mas acho que o mais correto seria dizer que as pessoas que conheci graças aos jogos que mudaram minha vida. Se os jogos me trouxeram conforto, foram as pessoas que conheci graças a eles que me trouxeram até aqui, tendo a não compartilhar minhas dores e problemas, mas vocês me ofereceram muito conforto e ajuda sem nem mesmo saber.

Essa poderia ser uma review de duas estrelas e meia da minha vida, mas também poderia ser uma review de 5 estrelas de tantas pessoas fantásticas que conheci por causa dos games diretamente ou indiretamente, streamers, jornalistas, fanbases ou só entusiastas mesmo, adoraria citar todos nominalmente, mas ainda não é hora de rolar os créditos. Obrigada a todos que se juntaram a mim nessa jornada, obrigada a equipe MDA, obrigada caro leitor, obrigada amigos, obrigada mãe (eu sei que a senhora veio ler!) e por último mas não menos importante, obrigada jogo pirata do Mario.

The post Videogames mudaram minha vida first appeared on Animes Online BR.

Handa-san é um calígrafo e só faz o que ama desde que se conhece por gente. Não consegue a melhor classificação no concurso e ao ouvir os comentários sobre a sua obra de arte, ele tem uma crise e soca a cara do avaliador (este comentário não é um spoiler, não se preocupe).

Ele passa a odiar o trabalho com tanto estresse? Não, não. Com tamanho estresse ele vai para o interior, numa espécie de “retiro” em busca de melhorar sua técnica. Com tamanho estresse ele ainda busca em como mudar e melhorar naquilo que ele mais ama. Ou seja, o trabalho dá trabalho!

Chegando no local ele precisa lidar com situações que nunca lidou antes, e com pessoas também. A situação em que ele se coloca e as pessoas ao seu redor o “forçam” a experienciar algo que ele nunca tinha experimentado: a vida.

Tal como ela se apresenta, a vida mostra para Handa-kun que existem muitas coisas para serem feitas, a vida é mais do que a tela da caligrafia. Ouvir e ajudar os outros com o próprio trabalho de caligrafia, ajudar os outros em suas tarefas, participar da vida de todo mundo. Cada um tem suas dificuldades e todos podem ajudar. Estar perto e participar é algo importante e, por mais difícil que fosse para ele entender, descobre que também é gostoso e divertido!

O rapaz que só vivia focado no trabalho começa a ter dias em que “não produz nada”. Mesmo com a experiência na vila, ele trabalha todos os dias, e se frusta, se incomoda, se estressa por não ver mudanças ou melhoria em seu trabalho. Ao mesmo tempo ele começa a aprender e valorizar sobre as pessoas que estão com ele, as experiências que vive e as coisas que está aprendendo.

As situações incomodam, o resultado do trabalho incomoda. Ele sobrevive, ele vive. Com o tempo as coisas vão entrando no lugar e ele entende os erros que cometeu, ele resolve os erros, pede desculpas, conversa com seus pais, e passa a perceber que ele ainda não sabia como as coisas podiam ser. Existem mais coisas para se admirar e amar além do próprio trabalho.

Ele transforma aquilo que ele aprende a amar e que é importante dentro do próprio trabalho. A mudança de perspectiva sobre o que é importante, sobre o que deve ser feito e como deve ser feito mostram o ponto chave de crescimento de Handa-kun.

Valorizar quem está ao seu redor, mudar a sua perspectiva sobre as coisas. Ele não deixa de amar o trabalho com tamanha crisede estresse, ele trabalha muito todos os dias, e aprende que não é só isso que ama e importa. Quando ele percebe, descobre que existe muito mais coisas para amar, estar presente e viver!

E assim ele chega no trabalho significativo para ele! E descobre que ele tem muito mais para crescer!

The post Barakamon: faça aquilo que ama! first appeared on Animes Online BR.

Todo mundo sente medo de alguma coisa. Não sentir medo é algo fora do comum, falta alguma clareza. Bebês não sentem medo de cair do parapeito de um prédio de 20 andares, falta conhecer o medo para saber que não se anda de qualquer jeito no parapeito do prédio.

O medo é uma ferramenta poderosa quando usada a nosso favor, pois nos protege de situações que podem nos levar (no pior dos casos) a perder a vida. Contra nós, o medo nos paraliza e não tomamos decisões ou atitudes que precisamos para que as coisas aconteçam.

Hoje, falando especificamente de Rurouni Kenshin, quero lembrar de quando Kenshin vai até seu mestre, Seijuuro Hiko, pedindo para ensinar a técnica suprema. De maneira indireta, também pede ajuda para superar o retalhador que vive dentro dele.

O momento que o retalhador desperta é no momento da batalha ao jogar todo o medo de morrer para longe. Foi uma ação necessária que surgiu de todas as situações ele enfrentou. Quem enfrentou uma situação real de risco de vida sabe que a ação muda completamente nesse instante. Se não houver a prática do aqui e agora (be here now), não é possível encontrar ações.

O medo de morrer paraliza, o retalhador precisou se livrar disso para se salvar e ganhar inúmeras batalhas. Ao não se preocupar com a vontade de viver, ele se torna tão frágil quanto o bebê no prédio, mas ganha a concentração total da batalha. Eis o problema de ser um retalhador para este personagem, ele não valoriza a vida (a sua e a dos outros), mas sua técnica é suprema.

Kenshin que está no meio do furacão interno de sentimentos não percebe, mas o mestre percebe o que acontece na primeira situação. Assim começa o ensinamento base da técnica suprema: não é possível aprender a técnica suprema, Amakakeru-ryuu-no-hirameki, sem desejar viver.

Um samurai precisa agir, para isso não pode ser dominado pelo medo de morrer. A primeira forma que Kenshin encontrou para resolver isso, foi sem valorizar a vida. Ao mudar sua maneira de pensar e tomar ações para outro caminho e perceber que isso não é efetivo, ele paraliza novamente. O medo de voltar a ser quem não se quer mais, o medo de trilhar o mesmo caminho que ele decidiu não trilhar.

Esse medo é tal que não o deixa agir como ou quando ele precisa. Ele tem noção das consequências de suas ações, mas não percebe o que tem dentro dele que provoca isso. Foram anos agindo dessa forma. Como o mestre o ajudou? Colocou ele de frente com o medo que ele ainda enfrentava (e não percebia) e o que precisava ser feito ao mesmo tempo. Ele precisa viver!

Ele pode morrer, ele precisa entender isso para ver que ele VIVE! Assim ele passa a valorizar a vida em suas ações, o seu brandir de espada passa a ter outra força, que não vem do abandono da sua vida, que vem da sua vida!

Você precisa mudar a essência do seu pensar para superar a si mesmo. Encarando de frente seus medos.

The post Rurouni Kenshin: O medo que congela até samurais! first appeared on Animes Online BR.

Assassination Classroom foi um anime dirigido no estúdio Lerche, com duas temporadas: a primeira com 22 episódios e a segunda com 25, totalizando uma soma de 47 episódios. Sua história retrata a “Classe 3-E“, um grupo de alunos que são tachados como a escória da escola de elite em que estudam. Além disso, de maneira fofa apelidado de Koro-Sensei (professor Koro), um polvo alienígena que destruiu parte da lua com os seus poderes, chega ao planeta Terra dizendo que este mundo sofrerá o mesmo se não conseguirem mata-lo no período de um ano. Mas, esta missão de ser assassinado seria atribuído aos alunos da Classe 3-E, enquanto ele atua como um professor durante este período em que permanecerá na Terra.

O ponto bizarro de Assassination Classroom é que Koro-Sensei possui habilidades incríveis como o se mover em Mach 20, que consiste em aumentar a sua velocidade em um nível absurdo, podendo até ir do Japão até a China para comprar um sorvete, no período do seu almoço e voltar tranquilamente enquanto se delicia com a sobremesa. Além da sua velocidade, ele também consegue se fortificar, criar várias cópias de si mesmo e muitas outras coisas que um assassino detestaria enfrentar.

Indo ao ponto que nos interessa, Ansatsu Kyoushitsu nos é apresentado como um anime de comédia e ação, porém toda a sua construção e evolução na narrativa é voltada para o drama. Um drama que lhe cativará e lhe fará entender sobre o que realmente significa “viver” e também sobre mostrar o quanto uma pessoa pode ser especial, independente da opinião dos outros.

Sabemos que no anime, a classe 3-E é visa como um aglomerado de estudantes sem talento e até podemos dizer, burros. Contudo, o Koro Sensei traz em sua bagagem, o que conhecemos como solidariedade. Sim. Apoio, ajuda, laços de amizade e reciprocidade. Não estando ali somente para ser assassinado por 20 alunos “burros” e considerados como “sem utilidade para a sociedade”, Koro sensei e o anime te mostram sobre a verdadeira essência de estar vivenciando algo.

O próprio anime te faz a famosa pergunta filosófica: Será que estou vivendo ou apenas existindo? E é nisso em que este anime trabalha. Tudo se baseia em passar ao espectador as dificuldades de alguém que está se afogando em um mar sem fim e a tentar trazê-lo de volta à superfície, aonde a luz possa alcança-los.

Podemos dar um exemplo aqui de algo que acontece no próprio anime e é que o ponto crítico no que Assassination Classroom quer mostrar para nós: o ensino didático que conhecemos atualmente está errado. Nas formais mais tradicionais que temos, o método de ensino é dado como se o aluno precisasse decorar toda uma matéria e que o mesmo teria que tirar uma boa nota para demonstrar a sua evolução e aprendizado e como pessoa. E Ansatsu Kyoushitsu traz como uma crítica à visão que o Japão tem sobre o ensino didático das escolas.

É inegável que o Japão se importa muito em como um terceiro irá olhar e julgar. Em um país com uma das maiores estruturas e rigidez, o resultado final é a única coisa que importa para uma pessoa, seja em estudo, em algum tipo de tarefa e/ou serviço a ser cumprido. Tudo isso vem de uma cultura construida por séculos em que os japoneses sempre irão impor suas regras e obrigações acima de qualquer outra coisa para não serem vistos como um “câncer da sociedade”. É mais por uma questão de pressão psicológica que todos  acabam seguindo a risca. Caso contrário, acredita-se que sua vida estará fadada ao fracasso.

Koro Sensei passa a essência da vida aos seus alunos, de que as pessoas não devem ser rotuladas por uma mera nota. Pois ninguém é igual a ninguém e cada um tem uma virtude a ser lapidada. Não é só porque você foi tratado como inferior por uma outra pessoa, que você realmente é pior que o outro. Existem diferentes modos de aprendizado e diferentes modos de se enxergar a vida.

Nota-se que o Koro Sensei é tão aplicado em querer ajudar os seus alunos a encontrar o caminho correto de maneira individual, gerando um efeito positivo em suas vidas. Há um episódio que podemos tomar como exemplo, no qual um aluno acabou caindo na Classe 3-E justamente por estar indo mal na sua equipe de beisebol. Isso começou a afetar em seus estudos até que ele realmente acabou se corrompendo em tanta frustração e insuficiência ao deixar de acreditar na sua própria capacidade.

O mais interessante é a forma que o anime aborda todos esses tipos de problemas e como eles são resolvidos. Não é com uma resposta entregue de bandeja, dada pelo professor. Koro-Sensei toma parte sim para ajuda, o que é totalmente indispensável. Ele faz com que o aluno comece a refletir e procurar pela raiz do problema, se perguntar o que fazer para mudar e assim dando um pequeno gatilho para achar o sucesso em si mesmo. Às vezes as pessoas só precisam de um apoio emocional. Os alunos que foram parar na classe 3-E não estão ali precisamente por serem burros, mas sim porque em algum momento da sua vida acabaram se desestabilizando emocionalmente e não tinha ninguém para dar apoio. Alguém que possa te dizer “Está tudo bem, você dará a volta por cima”. Na maioria dos casos, isso não é algo que realmente vá funcionar, porém, ser desacreditado por todos com certeza será o ponto final para a esperança de alguém.

Se formos pegar pelo conceito da frase “essência da vida”, conseguimos imaginar a natureza de um ser, o significado para a vida, e resumindo mais ainda podemos apenas definir como “existência“. E com todas as letras eu digo, Assassination Classroom é muito mais que apenas um mangá shounen de comédia e ação. Ele te traz a importância de dar valor a si mesmo e ao próximo, além de lutar por aquilo que lhe é especial. Cada um tem uma forma diferente de pensar e para superar os problemas basta continuar seguindo em frente. Uma frase que guardo até hoje sobre os ensinamentos desse polvo amarelo é “Existe um caminho no mundo em que ninguém além de você pode viajar. A diferença entre um professor e um aluno é que o professor já falhou muito mais vezes, portanto ele tem a obrigação de entender os sentimentos de seus alunos“.

Por último gostaria de mostrar para vocês a capa do volúme 21 de Assassination Classroom. Ela representa todo um sonho das pessoas em que o céu não é o limite.

The post Assassination Classroom – Uma aula de vida! first appeared on Animes Online BR.