The post Psycho Pass – A distopia futurista do século 22 no combate ao crime first appeared on Animes Online BR.
]]>Neste texto sem spoilers não citarei nome de nenhum personagem até porque este não é o foco do debate. Me proponho aqui a trazer questionamentos sobre a verdadeira representação de uma utopia universal para um futuro no qual queremos atingir. Afinal, o ser humano sempre busca pela sua própria utopia, que assim como o seu próprio significado traz uma idealização perfeita que parece ser inalcançável, quase próxima a um devaneio.
A história se situa no século 22, em um mundo onde o estado psicológico e a potência criminal de uma pessoa pode ser medida através de um sistema tecnológico e futurista. Enquanto todos os tipos de dados de um ser humano são registrados e policiados, esses números medidos usados para julgar as almas das pessoas passaram a se chamar de PSYCHO-PASS.
No futuro, o nome Sibyl Sistem (Sistema Sibyl) é dado para uma empresa policial em cooperação com o governo para poder combater o crime que se espalha no mundo e também os possíveis crimes que ainda não foram cometidos. Este sistema é o único no mundo inteiro que pode ser capaz de coletar dados e fazer um julgamento “inteligente” sobre a tendência criminal de uma pessoa. O Sistema Sibyl tem o poder total do controle das aplicações das leis e também do controle das forças policiais que estão sob este sistema.
O MWPSB – Ministry of Welfare Public Safety Bureau (Ministério da Agência de Segurança do Bem-Estar Bureau) é o centro político do Japão no século em que se passa a história. E finalmente, chegamos ao ponto em que estamos sempre situados dentro do anime, que é o CID – Criminal Investigation Department (Departamento de Investigação Criminal). Os membros deste departamento tem a função de botar em prática todo esse conceito teórico e utópico. Os agentes são dividos em 3 grupos para os serviços de aplicação das leis no combate ao crime: Inspetores, Analistas e Executores.
O serviço dos Agentes de inspeção é sair para coletar dados e informações de algum delito cometido ou de alguma possível suspeita de alteração no Psycho-Pass (estado mental) de um cidadão. Quando estes dados são coletados, os mesmos são passados aos agentes de análises para que possam avaliartodos estas informações e processar em seus computadores o índice e a potência crimal do sujeito. Se as análises mostrarem um coeficiente de risco para a sociedade, o MWPSB envia agentes executores do CID para que possam apreender ou fazer um extermínio completo da pessoa com o Psycho-Pass condenável.
Dominator é a arma de fogo do futuro, carregada pelos Inspetores e Executores à serviço do MWPSB. Esta arma é capaz de determinar a identidade de seu titular (como se aparecesse um RG holográfico da pessoa) e a porcentagem do Psycho-Pass no qual a arma é apontada para a pessoa.
A arma Dominator é um acesso exclusivo para o Ministério da Agência de Segurança, e tem o apelido de “Os olhos da Sibyl”. Este apelido é dado porque é o Dominator quem fará todo o julgamento, se o indivíduo no qual teve a arma apontada é uma potência criminal para a sociedade ou não. Confiando todo o sistema em uma arma tecnológica, os inspetores e executores agem através da decisão destas armas, pois somente com elas que as pessoas no século 22 podem apontar uma arma de fogo para alguém, sem que o seu próprio Psycho-Pass se torne impuro. Afinal, você estará punindo um ser com a morte.
O Dominator tem vários tipos de gatilhos dentro da mesma arma e ela é alterada automaticamente de acordo com o coeficiente criminal que o mesmo julga preciso ser utilizado no combate contra o certo indivíduo. Primeiro temos o Non-Lethal Paralyzer que causa um atordoamento com a finalidade de levar o criminoso até o ministério e qreceber um julgamento para decidir se o mesmo ainda tem serventia para a sociedade. Nos casos em que o Psycho-Pass de alguém ultrapassa os 300 pontos, a arma altera para o modo Lethal Eliminator, abatendo o indivíduo com um tiro explosivo e certeiro. Por último temos o Destroy Composer, usado para destruir apenas veículos largos e drones que estão como obstáculo para a execução de um criminoso.
Após uma longa exploração no universo de Psycho-Pass, finalmente chegamos à questão que eu queria trazer para cá. E então, por que uma distopia? Por que tratar como a representação da antítese de uma convenção social? Simples. Pois o anime não quer te mostrar no quão assertivo é o sistema impregnado no futuro do século 22, e sim nas características totalitárias, do controle de um sistema sob uma sociedade. E como sabemos, as máquinas não têm sentimentos e nem um raciocínio emocional para um julgamento. Com isso, falhas começam a aparecer por todos os lados, tornando este sistema Sibyl, um sinônimo de uma distopia e um perigo para a sociedade.
Vamos lá, pense comigo. Se um sistema feito para trabalhar com algo tão delicado que é analisar as atividades e intenções do cérebro humano, como poderia dar errado? A resposta é que tudo poderia dar errado. No começo deste texto eu coloquei o artigo número 11 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e esta lei retrata muito bem o que estou abordando neste texto.
Temos de recordar que ninguém é igual a ninguém. Cada indivíduo é uma pessoa diferente, com pensamentos, dogmas e princípios distintos. Isso faz com que abra várias questões das possibilidades e números que um computador conseguiria trabalhar e processar os dados já registrados anteriormente. No momento em que o Dominator é apontado para alguém, ele logo avalia o Psycho-Pass, determinando se ele é um perigo para a sociedade ou não, mesmo que não tenha cometido nenhum crime.
A minha conclusão com este sistema é que o Psycho-Pass não mede as ações das pessoas, e sim a saúde mental delas. Se isso for realmente verdade, teremos um problema muito maior para se trabalhar do que um crime. As vezes, um trauma ou uma desestabilização momentânea pode ser o suficiente para que o sistema confunda os dados do Psycho-Pass e fazê-lo se tornar um perigo.
Quando a idealização se torna um problema irreversível
Mesmo que seja um texto sem spoiler, sem estragar a sua experiência com o anime, darei pequenos exemplos de como o sistema pode vir a falhar e muito. Imagine que um estuprador comete atrocidades com uma mulher, e acaba causando feridas no psicológico dela. Sua mente se corrompe com todo o medo e um possível trauma que seria gerado a partir daquele momento. Quando isso acontece, o Psycho-Pass desta jovem se torna um perigo para ela mesmo e para a sociedade. Desta forma, os Olhos da Sybyl determina que ela já não é mais de serventia e que não seria possível se recuperar deste episódio infeliz. Julgando desta forma, o Dominator conclui que… Esta mulher já não serve para um progresso da sociedade em que está situada e a elimina, sem deixar vestígios.
Percebe o quão aterrorizante e problemático seria viver sob um sistema tão perigoso assim? O problema não são as pessoas que trabalham no sistema, pois os mesmos tem a liberdade de apertar ou não o gatilho, assim que o Dominator é apontado para a pessoa com um alto índice de tendência criminal. Mas, e se o caso for o contrário? Como tudo é questão de saber controlar o estado mental, um ser humano for muito esperto, pode até ser capaz de confundir o sistema. Isso abre muitas possibilidades para que ele saia por aí cometendo loucuras e saindo impune.
“Se isso acontecer, basta pegar uma arma de fogo comum dos dias de hoje e executá-lo da mesma forma” – Não! Desta forma você será pego nas mãos do sistema e isso te fará um criminoso, mesmo sendo um agente da CID. Está vendo como o sistema projetado parece um queijo Suíço, cheio de buracos? E nem podemos dizer que é uma falha da obra, pois o mesmo deixa bem claro que essas pontas abertas sejam a base do desenvolvimento e progressão da série, com a proposta de nos fazer refletir sobre estes casos.
Para finalizar, mais uma evidência. O sistema Sibyl costuma dividir as pessoas na CID de acordo com o que seriam de maior aptidão para os servições dentro do sistema. Um executor não deve se intrometer sem autorização nos serviços de um analista e um inspetor. Um analista e um inspetor não deve sair para a execução e abate sem que tenha a devida autorização do departamento. Afinal, todos estes serviços de trabalhar com crimes pode deixar o Psycho-Pass do agente impuro, caso ele se envolva profundamente com o caso e não tenha sucesso em cumprir os seus deveres. É algo mais ou menos conhecido como um uma doença psicológica causado pela sua própria insuficiência existencial e/ou incopetência.
Enfim, chegamos ao final de mais um texto no NSV. Gostou? Já assistiu o anime? Comente aqui em baixo para que possamos trocar uma ideia!
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