Sinopse: Adaptação para Netflix da série de quadrinhos homônima de Mark Millar e Frank Quitely, O Legado de Júpiter acompanha a primeira geração de super-heróis que, tendo recebido seus poderes nos anos 30, manteve o mundo em segurança por quase um século. Quando um herói assume o controle do governo, os filhos desses guerreiros lendários devem escolher entre apoiar o novo regime ou lutar para ficar à altura dos feitos grandiosos dos pais. Com o peso do legado nas costas, os herdeiros embarcam em uma jornada épica para proteger a humanidade de todos os tipos de mal que se levantam contra ela. Família, poder e lealdade se misturam nessa aventura multigeracional.

O Legado de Júpiter, sem revelar nenhum grande spoiler, conta a história da família Sampson. Eles são super-heróis e membros da União, um grupo de heróis que segue um código que visa salvar os humanos e os heróis normais. Pense assim, e se Superman e Mulher Maravilha se apaixonassem, começassem sua própria Liga da Justiça e tivessem dois filhos? O único problema é que o filho deles tenta seguir o código inventado pelos pais, e a filha deles desaparece na maior parte do tempo porque não suporta viver na sombra do pai. E eu concordo com esses dois jovens.

Sheldon, também conhecido como o utópico, interpretado por Josh Duhamel, está vivendo no passado. Seu código, não foi bem traduzido para o mundo de 2021 em que vivemos hoje, está desatualizado. Agora, não estou defendendo que eles mudem seu código e façam com que matem e destruam os vilões. Estou dizendo que, se chegar a isso, se centenas ou milhares vão morrer, o código não deve retê-lo e impedi-lo de ajudar as pessoas.

Infelizmente, o único que pode cumprir esse padrão quando se trata do código é o próprio utópico, que passa mais tempo sendo um herói do que criando seus filhos, para a decepção de todos. E isso é algo que leva sua filha Chloe, interpretada por Elena Kampouris, a se autodestruir e fazer exatamente o oposto do que seu pai faz. Por outro lado, Brandon Sampson, interpretado por Andrew Horton, quer ser como seu pai, apesar de suas divergências, mas essa tarefa parece inatingível.

Então esse é o dilema moral e o conflito familiar. Quanto à história, a série se divide em duas. Uma linha rastreia Sheldon, aparentemente enlouquecido após o suicídio de seu pai na bolsa de valores em 1930, enquanto ele lidera uma expedição à la King Kong a uma ilha misteriosa. O outro trata das angústias atuais da superfamília de Sheldon.

E mesmo com componentes tão interessantes e desafiadores, essa série é muito lenta. Sério, coisas que levaram toda a temporada para descobrir ou mostrar deveriam ter acontecido no episódio um, porque a essa altura eu já tinha descoberto quem era o bandido. O final da primeira temporada do Legado de Júpiter confirmou minhas suspeitas e me fez sentir como se já soubesse tudo que aconteceria desde o início. 

Simplificando, o ritmo da série e o código desatualizado me levaram a não me importar com a maioria dos personagens, não importa o quão legal fossem seus poderes. E isso coloca o programa em perigo quando os fãs não conseguem se conectar com os motivos do personagem ou como eles vivem suas vidas. Mesmo Brandon, com toda a sua angústia por ser como seu pai, eu simplesmente não me importava. Mesmo as ramificações políticas de como os humanos normais pensam que as organizações de super-heróis deveriam ser desmanteladas, não parecem grande coisa.

Grace Sampson, interpretada por Leslie Bibb, é honestamente a única graça salvadora dessa série. Ela não é apenas uma personagem interessante desde o momento em que você a conhece, mas é um prazer absoluto vê-la crescer como uma mulher e uma heroína que ainda permanece fiel à garota que ela era anos atrás. Isso aí é desenvolvimento sem sacrificar pedaços de seu herói que a tornam quem ela é. E é exatamente o que Bibb merece depois de todos esses anos trabalhando duro.

No final das contas, ficamos com a bagunça de um programa que tenta ser muito tenso e foca tanto tempo na dinâmica familiar que você acaba perdendo tudo o que está acontecendo no resto do mundo. O equilíbrio é necessário, especialmente se você vai tentar me vender este código desatualizado, e a juventude da nação dos super-heróis não se sentir totalmente confortável com os super-heróis. Se tiver uma segunda temporada, a netflix vai  precisar subir um degrau, porque eles têm os ingredientes para algo fantástico e único.

No lado positivo, O Legado de Júpiter geralmente parece bastante deslumbrante e exibe grande talento visual ao retratar seus heróis, com Leslie Bibb e Ben Daniels como a esposa e o irmão do Utópico, Lady Liberty e Brainwave, que também adquiriram poderes nessa estranha jornada e, como ele, permanecem notavelmente vitais décadas depois.

Existem alguns pontos brilhantes no show, como Utópico tendo sessões de terapia com um vilão derrotado que ele acredita que o entende melhor do que qualquer outra pessoa, e uma cena de luta dramática que ocorre em um vácuo silencioso. Embora os efeitos especiais não possam rivalizar com a ação nas grandes lutas de super-heróis que acontecem nos programas da Marvel do Disney Plus, certamente há muita criatividade em exibição na forma como os vários poderes interagem.

Eles só precisam trabalhar para dar ritmo a série, atualizar o código e dedicar um tempo para moldar esses personagens para que se conectem com o público e que queiram proteger do resto do mundo. 

O Legado de Júpiter está disponível na Netflix.

Nota Final: 3 / 5

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Sobre O Legado de Júpiter: 

Depois de quase um século mantendo a humanidade segura, a primeira geração de super-heróis do mundo deve confiar nos seus filhos para continuar o legado. Mas as tensões aumentam à medida que os jovens super-heróis, famintos por provar seu valor, lutam para viver de acordo com a lendária reputação pública de seus pais – e exigentes padrões pessoais.

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A história principal é construída em cima da vida do policial David (Javier Rey) que faz o típico adulto chato que evita se deixar cativar pelo mundo da fantasia, ao mesmo tempo, sua recente posição como um defensor da lei também não é fácil, ainda mais após presenciar uma forte cena de assassinato e de perder seu mentor Cosme (Antonio Resines) que devido aos problemas de saúde que tem se aposentar um  pouco mais cedo.

Cosme é um detetive muito experiente e bem respeitado entre seus colegas, conhece todas as regras do jogo e possui muitas habilidades que são exploradas mais a frente na história. Possui dois filhos, o falecido Javier (Álex García), que seguiu seus passos e também se tornou policial, responsável pela cena de abertura do filme e, Jorge (Brays Efe), apresentado como o perfeito estereótipo nerd, o cara dos quadrinhos, gordinho, dono de uma Comic Shop, que utiliza camiseta de heróis, coleciona Action Figures e entende tudo do universo geek.

O assassinato que tanto chocou David referenciava a origem do Incrível Hulk, fato que foi percebido por Jorge, enquanto seu pai estudava o caso. David pelo contrário não acreditava muito no rapaz, achava toda a história pouco provável e muito infantil. No entanto, após a segunda morte, o modus operandi do assassino fica claro, representar as origens dos heróis e David se viu obrigado a solicitar a ajuda de Jorge, uma ordem direta de sua chefe Norma (Verónica Echegui), uma jovem delegada durona, que dividia seu tempo entre suas obrigações com a lei e a prática de cosplay.

Os assassinatos continuavam e logo a intenção do assassino fica clara para Norma e Jorge, seu interesse era provocar David ao máximo e transformá-lo em um herói encapuzado, a fixação por David se deu pelo fato do policial ter uma história de vida parecida com a do Batman e também pelo seu ceticismo. Tem-se então o contexto inteiro de uma história de herói, composta pelo mentor (Cosme), o ajudante (Jorge), a donzela (Norma), o primeiro supervilão (O assassino) e a origem do herói (David), mais clichê impossível, porém muito divertido.

Claro que todas as cenas que se passam no decorrer da história são bem previsíveis, na verdade é aí que está a diversão toda, a cada segundo você fica tentando adivinhar o que a história irá abordar e qual referência eles irão usar, mas não pensem que é só besteirol que o filme aborda, também há sutis críticas envolvendo às práticas e hábitos da recente geração e as concepções antiquadas das gerações anteriores.

Resumindo é um filme muito divertido, que explora muito a cultura pop, trazendo à tona todo o universo nerd que é cada dia mais presente. É gostoso e interessante ver as referências aos mangás, animês, mundos medievais, quadrinhos e a todos os integrantes desta vasta cultura, se você se considera um geek, otaku, nerd ou qualquer outra denominação que exista, pode curtir o filme sem medo porque a diversão é garantida.

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Sinopse: Quando a fama sobe à cabeça, alguns super-heróis passam a se corromper e usar seu status para se promoverem ainda mais, o que pode colocar em risco a própria população. Pensando nisso, uma equipe da CIA foi preparada para cuidar desse caso. Conhecidos como “os meninos”, esses agentes têm a missão de vigiar o trabalho dessas personalidades, assim como controlar o surgimento de novos heróis.

Diferente de séries onde se tem um protagonista bem definido, The Boys possui vários personagens cruciais para a trama e vai aprofundado na história de cada um em paralelo.  

No primeiro episódio é mostrada a vida de dois personagens que são mudadas drasticamente, Hughie um jovem apaixonado pelos heróis desde criança, tem sua vida virada do avesso ao ter sua namorada Robin morta em um brutal acidente envolvendo um herói velocista Trem-Bala, e Annie que vive a heroína Luz-Estrela, ela acaba de ser convidada a participar de Os Sete, uma espécie de liga da justiça que é gerenciada pela empresa Vought.

É muito bem trabalhado na obra a decepção dos dois personagens ao perceber que os heróis que eles viam na tv, amam e idolatram, não são bons como eles imaginassem ser. Eles são apenas um produto do marketing da vought, feitos para parecerem perfeitos, bondosos e  defensores do povo. Quando, na verdade a prioridade número um da empresa é aumentar seu faturamento, vender brinquedos, camisetas e bilhetes de filmes de seus heróis e não combater a criminalidade.

É notório notar que The Boys apesar de ser baseado numa Hq antiga, ela tem muita crítica social que se é debatida nos dias atuais, no primeiro episódio Luz-Estrela é abusada e chantageada pelo seu herói favorito, o que deixa ela em um estado de angústia e reflexão, se deveria expor esse acontecimento ou se deveria acobertar, por se tratar de uma pessoa mais poderosa e famosa do que ela, dificilmente esse herói sofreria alguma punição por seus atos. Vemos essa discussão de abusos muito atualmente nos cinemas, onde grande diretores vem sendo nos últimos anos denunciados por atrizes que sofreram algum tipo de abuso, outras críticas pertinentes na obra são das mídias sociais que exibem pessoas perfeitas na tela e do poder, porque quem tem poder tende a se corromper. É dado indícios que os heróis eram bons no início, mas com o poder e a riqueza, eles se corrompem.

Daí você deve estar se perguntando, porque o nome The Boys ?  

The Boys é o codinome do grupo formado por Billy Bruto, no final do primeiro episódio um vemos ele convidando Hughie para ajudar em sua vingança contra Os Sete. Billy acredita que sua esposa se suicidou por causa do Capitão Pátria, um herói que se assemelha muito ao Superman e é o líder dos setes. Também fazem parte do grupo Leitinho que prometeu para sua esposa que nunca mais trabalharia com Bruto e o Francês, um mercenário especializado em munições, infiltração e comunicações, geralmente ele não segue os planos da equipe, o que o coloca em repetidos conflitos com o leitinho.

Assim que somos apresentados aos heróis da obra é nítido a sátira a liga da justiça, capitão pátria que possui os mesmos poderes de Superman, mas que não parece possuir o sentimento de dever, de amar e se por sua vida em risca pelas pessoas, em todas as suas cenas na tv algumas vezes emocionadas são uma atuação convincente do herói. Rainha Maeve é a Mulher Maravilha do grupo, uma mulher forte que parece ter se corrompido com o passar do tempo.

Trem-Bala o velocista do grupo, que causa muitos acidentes por conta de seu poder, que levam muitas pessoas a óbito, seus crimes são acobertados pela vought.

Profundo o rei dos mares, suas cenas são as mais engraçadas de toda série, e um dos super-heróis mais desenvolvidos durante a temporada.

Black Noir se assemelha um pouco com o batman por ser sombrio e calado, é um dos personagens que menos aparece na obra. 

Translúcido é um herói que consegue ficar invisível e é considerado quase imortal por ter pele mais dura que diamante.

Uma das melhores qualidades da série é que pela complexidade dos personagens, você não consegue distinguir quem é mocinho ou vilão, mas o elemento central que une os personagens é definitivamente a vought.

Liderada por Madelyn Stillwell a vought tem como prioridade lucrar com seus heróis, definitivamente em todas as áreas possíveis, é mostrado na série que estados pagam valores exorbitantes para que sejam protegidos pelos heróis da vought. 

Quanto mais o grupo de Bruto investiga a empresa mais sujeira é encontrada e uma conspiração que envolve o país inteiro é descoberta pela equipe.

É bom alertar que esta é uma série +18, com cenas de sexo e violências recorrentes na obra, que servem para observarmos a diferença gigantesca de pessoas com poderes e de pessoas normais. 

A fotografia é brilhante, no primeiro episódio na cena do mercado da para ver perfeitamente o grau de qualidade que será exposta na obra, outra cena que chama a atenção é a do avião caindo, a maneira como usam a câmera lenta em momentos decisivos nas lutas, os efeitos são muito bem editados e trabalhados.

Portanto, The Boys merece sua atenção, sarcástica e divertida ela mostra como os super- heróis podem ser abordados de uma perspectiva contrária do que se é visto de vento e polpa nos dias atuais. 

Nota Final: 4.5 / 5

OBS: A 1ª temporada de The Boys está disponivel no serviço de streaming Amazon Prime Video.

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