São 4 protagonistas e muitos pontos de vista sobre o conceito de felicidade para o ser humano. Já começamos com o pôster mostrando pessoas dentro de um vagão do metrô. Quer algo mais rotineiro que isso? E esse é o conceito muito bem explorado da trama.

Por isso, já fica de aviso: My Liberation Notes não é uma comédia romântica. Mas também não é um roteiro para arrancar cachoeiras. E, inclusive, esse é um dos conceitos que fica explícito na fala de um dos personagens.

Algo parecido com: Nada de fingir felicidade ou fingir tristeza. É só a vida passando e a gente tentando fazer algum sentido dela.

Um filme indie dentro de uma série

Meu Diário para a Liberdade é especial não só pelo tema, mas também por trazer uma série que mais parece um filme independente. Cada episódio é como um filme, daqueles que são gravados nos ângulos mais diferentes e as cenas não precisam necessariamente que tenha conversa toda hora.

É engraçada essa parte do silêncio das personagens, já que traz uma nova perspectiva para a produção. Será que é necessário mesmo ficar conversando o tempo todo? A companhia já não é, por si, suficiente? Na vida real esses momentos existem e também não é todo mundo que tem esse lado extrovertido.

Ao mesmo tempo, também é possível notar momentos em que a conversa é necessária. A conversa com palavras.

Um parênteses aqui! Nesses primeiros episódios eu estranhei, mas fui na onda porque gostei da protagonista quieta que não abria o bico. Enquanto isso, a pessoa que estava assistindo comigo demonstrou irritação “Como que não falam nada?” Eu, a pessoa introvertida e quieta, achei muito bom e ela, a pessoa extrovertida e falante, sentiu que algo estava errado.

Voltando para o texto:

O olhar artístico desse dorama é surreal de tão bom. É como se o público estivesse ficando cansado junto com os atores.

São momentos de interação, o caminho para os lugares, toda a rotina desde acordar até voltar para a cama. É tudo muito perto da realidade, mas mostrando pequenos atos que mudam um dia do outro.

É impossível não assistir a esse kdrama e não parar para pensar na própria vida, na morte da bezerra ou refletir sobre como o mundo funciona. Esse realmente é um drama que merece ser digerido aos poucos, com atenção aos silêncios e notando o significado de cada diálogo.

Entretanto, diferentemente de doramas como My Mister, Meu Diário para a Liberdade não é uma série com episódios feitos para bater com força. Os episódios são feitos para pensar, são densos em interpretação e profundos sem sufocar. Isso é surpreendente, já que é difícil abordar sentimentos que esmagam o peito e não tornar o drama pesado.

Inclusive, a roteirista de My Mister e My Liberation Notes é a mesma. Park Hae Young faz um excelente trabalho em trazer personagens vivendo uma realidade nem um pouco glamurosa, retratando muito bem as dificuldades vividas e o sentimento de desânimo.

A jornada para a liberdade

Essencialmente, esse kdrama é sobre encontrar a liberdade, assim como o nome diz. A série apresenta três irmãos totalmente diferentes entre si, que foram criados juntos e estão envolvidos pelo marasmo da vida, cada um de um jeito.  

Mas além das histórias todas que são apresentadas ao longo do kdrama, há um ponto essencial para dar nome à trama. A criação do Clube da Liberdade, que seria como uma terapia. Vale lembrar que a Coreia do Sul é um dos países com maiores taxas de suicídio,  então ter um kdrama retratando saúde mental dessa forma é uma grande sacada, ainda que não coloquem todos para consultar um psicólogo.

Sem explicar muito para não dar spoilers, o clube é o empurrãozinho que todos nós precisamos. E essa série é um cobertor que mostra que está tudo bem e não está bem ao mesmo tempo. Uma verdadeira obra artística que todo mundo que já se pegou pensando na vida deveria assistir.

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Antes, uma historinha!

Eu já tive um chefe que me inspirava e assistir a essa série me trouxe boas lembranças. Sabemos que não tem como agradar todo mundo e que é difícil encontrar pessoas que tenham empatia de verdade. Assim como Park Saeroyi, o protagonista da história principal de Itaewon Class, esse meu chefe tinha muitas características que faziam a equipe se sentir bem.

Toda reunião que tínhamos ele nos deixava motivados, por isso mesmo ir trabalhar era uma atividade que me deixava feliz, de certa forma. Isso porque mesmo que soubéssemos que seria um dia tenso, que o trabalho seria pesado ou que algo cairia na nossa cabeça, o apoio desse chefe e a rede de amizade que nutrimos como equipe me deixava em paz.

Não era só isso. Todos na equipe faziam de tudo para segurar as pontas e para manter o clima o melhor possível. Eram pessoas com quem se podia dividir desde a notícia do dia até tristezas e alegrias. Cada um ali sentia o calor humano e tinha uma sensação de proteção e carinho que partia do chefe e se estendia aos colegas. Talvez isso tornasse possível perceber o esforço do grupo para que, ainda que parecesse que algo ruim fosse acontecer, não tivesse um impacto estrondoso e temível.

Onde quero chegar com isso?

Simples: eu realmente gostava de entregar resultados naquela equipe. Mais do que tudo, queria ser tão boa pessoa quanto meu chefe. Não se tratava somente de eficiência e sim do pacote completo. Convenhamos, passamos a maior parte do nosso dia junto aos nossos colegas de trabalho e tornar esse tempo de qualidade não é qualquer um que consegue. 

Enfim, esse meu chefe tinha um pensamento que é um dos principais temas deste kdrama: nós estamos lidando com pessoas. Parece até redundante falar isso e até achamos meio óbvio de entender, mas cada vez mais tratamos nossas obrigações, nossas vidas e tudo mais, com um olhar que transforma tudo em algo menor, somente rotina. Nos deixamos ser levados pelo dia-a-dia e esquecemos do que faz a humanidade ser boa: a simpatia, empatia, o prestar atenção e o querer bem.

E se tem uma coisa que esse kdrama me chamou a atenção foi a mentalidade e o mote de se pensar nos outros. Não daquela forma de querer fazer tudo por todos, mas sim de ajudar no que puder e ser um ponto de apoio, entendendo que nem todos pensam igual. De ser uma pessoa que se importa, mas que aceita as escolhas pessoais dos colegas, sabe?

E a vingança entra onde nisso?

Aí, você, que leu o título desse texto já deve estar se perguntando: fala de humanidade ser boa mas o que tem de vingança? É, essa série parece pregar pegadinhas. Itaewon Class atrai com as cenas fortes, mas conquista com o coração do protagonista.

Realmente, à primeira vista, essa é mais uma daquelas séries aclamadas em que o personagem principal bota para quebrar depois de ter sofrido horrores. Mas não se engane, a maneira como planejam a vingança é simplesmente boa demais para ser verdade. E percebemos com o andar da carruagem que realmente foi pensada com uma ideologia muito bonita que nos faz torcer ainda mais pela vingança e por grande parte do elenco.

Os dois lados da moeda no plot:

Esse kdrama, em outras palavras, contém uma mistura do plot de vingança, assim como outros clichês indispensáveis em doramas, com uma visão de tornar a vida mais leve. O conforto e o tapa na cara nos atingem no mesmo nível, enquanto pautas importantes são abordadas sem tabu e humanizadas. As personagens não estão longe de nós, pelo menos a maioria delas, como imaginamos. E a todo momento a máxima de se pensar nos outros vem à tona. 

Apesar de ter o grande vilão da história, aquele malfeitor, o cara babaca, etc e tal, a criação de personagens ali é muito mais legal do que parece inicialmente. Itaewon Class traz gente de todos os jeitos, com seus pensamentos, formas de agir e pensar. Não tem problema você pensar em si mesmo, não tem problema você ser bobão. 

A sinergia de valores e opiniões constrói uma “aula” que normalmente só aprendemos na rua. Está aí uma boa analogia, visto que Itaewon é conhecida como a área em Seul, na Coreia do Sul em que as pessoas são livres (e onde os estrangeiros se reúnem). Assim como mostra a história de Itaewon Class, a vida é toda contorcida e cheia de encontros diferentes. Só nos resta aprender a lidar com eles.

E, voltando ao assunto geral do kdrama, o nosso sonhador e insistente protagonista consegue trazer muito bem essa questão. Ainda que pareça que o protagonismo é de todos, só pelo fato de estar lá, ele é importante e transforma. É muito gratificante ver como todos caminham junto, como equipe, em Itaewon Class. E essa imagem aqui, para mim, é o que mais representa o sentimento que a série tenta passar: 

Dessa forma nós temos aqui uma das conclusões, que acho, mais belas em várias histórias: a de aprender com o que aconteceu e de não retaliar do mesmo jeito que chegou para você. Nada de simplesmente aceitar, deixar para lá ou ficar passando mal com um sentimento sufocante, mas não deixar que aquilo destrua a sua vida e a de outros a qualquer custo. 

Ou seja…

Ter um objetivo grandioso como uma vingança pode ser um impulso para tirar a vida da mesmice, mas acima de tudo, viver bem e aproveitar o melhor que as relações humanas podem nos dar ainda é o essencial. Talvez as pessoas que vivam com mais qualidade sejam aquelas que aprendem isso e conseguem trazer uma leveza sem abrir mão dos seus conceitos, pensamentos e valores. (E ainda saber muito bem colocar os pingos nos is para demonstrar desaprovação por ações ridículas). 

Itaewon Class é um kdrama que é bem construído e impacta de várias formas. Esse texto foi somente sobre uma parte dentre tantas características que fazem valer a pena assistir. Bem, como eu disse no começo do texto, essa série me trouxe boas memórias e passou uma mensagem que aqueceu bem o meu coração. Por isso espero que você que leu até aqui também sinta isso um dia. Afinal, ser acolhido e passar adiante que tudo o que fazemos envolve pessoas… é tão maravilhoso! (E as pessoas são a razão de tudo, né)

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Assim como no filme americano, a protagonista se depara com uma realidade bem diferente do que esperava para si mesma. A grande mudança entre as tramas já aparece no começo: Ha Ni jovem não entra em seu próprio corpo do futuro e sim conhece a sua versão mais velha. Literalmente, Bahn Ha Ni conhece a si própria.

Como podem duas versões da mesma pessoa estarem interagindo sem ter um colapso do universo? Aí você terá que assistir para tirar suas conclusões.

Além disso, o foco é muito mais na versão adulta. A história se passa no tempo dela e é a Bahn Ha Ni de 37 anos que lidera boa parte dos acontecimentos ao mesmo tempo que tem que limpar a barra de sua versão adolescente.

Ficha técnica para facilitar sua decisão:

Olá? Sou eu! (Hello, Me!)

Onde assistir? Netflix

Quantos episódios? 16  (Pouco mais de 1 hora cada)

Elenco Principal: 

Vamos aos 5 motivos que mostram por quê assistir “Olá? Sou eu!”:

1. Musiquinhas dignas de comercial japonês

Esse dorama é tão aleatório, mas TÃO ALEATÓRIO que traz momentos cômicos com referências de comercial musical ou inesperado.

Lembra desses? (Se não conhecer, clica aí pra se divertir também)

Para quem não sabe, apesar do Japão ser conhecido como o país das várias propagandas muito engraçadas nesse estilo, na Coreia do Sul também tem isso. (Assim como na China, Tailândia e outros lugares)

Abaixo propaganda coreana com dancinha:

Eu cresci pesquisando essas propagandas bizarramente engraçadas do Japão e achei simplesmente épico ter cenas assim neste dorama. Como não rir?

2. Tem viagem no tempo (e encontro de duas versões da mesma personagem, olá Loki)

Poderia sim, ser uma história de uma pessoa lascada que reencontra o valor da vida com uma psicóloga, uma família que apoia ou coisa parecida? PODERIA, mas aí cadê a graça?

O grande ponto de “Hello, me!” (título em inglês de “Olá? Sou eu!”) é justamente lidar com a ajuda de si mesma e não metaforicamente! Duas variantes interagindo, isso lembra algo?

3. A dublagem é muito boa e engraçada

Apesar de ter algumas inconsistências, foi bom demais ver esse dorama dublado. É, pessoal, vários doramas possuem a belíssima dublagem brasileira que tanto adoramos. Dessa forma, você pode escolher se prefere assistir uma comédia legendada e escutar a piada original em coreano ou ouvir como seria a papagaiada toda em português.

4. A diferença e evolução da personagem principal é simplesmente uma joia pros nossos olhos

Como disse antes, a Bahn Ha Ni adolescente a versão adulta são bem diferentes. Apesar de serem a mesma pessoa, qualquer um consegue notar que a vida deu um belo seu jeito de trazer mudanças para a protagonista. Mais do que isso: a gente consegue entender a essência da personagem enquanto a história passa e relaciona o que mudou e o que ficou da Ha Ni “original”.

5. Os últimos episódios dão um tabefe na sua cara

É isso mesmo que eu escrevi. Fica achando que vai esquecer a história só porque parece uma comediazinha barata? Mas não vai, pois não é mesmo!

“Hello, Me!” vai construindo aos poucos um drama em meio à toda maluquice e palhaçada que envolve ter duas versões da mesma pessoa em um só período de tempo. Quando você menos espera, lá vem a lição de vida.

Então, o que está esperando? Corre lá para salvar o dorama na sua listinha e ver naquele momento em que precisar de um entretenimento simples e prático.

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Mas quem é o Song Kang?

Kang debutou no mundo das atuações em 2015 com a minissérie Hello, Spring. Apesar disso, foi em 2017 que participou de uma série com mais episódios.  Como personagem secundário em The Liar and His Lover, ele fez o papel de um dos amigos de infância da mocinha principal.

O Mentiroso e Seu Amor (título em português) é inspirado no mangá Kanojo wa Uso o Aishisugiteru. E adivinha? Esse drama está também disponível na Netflix. Pode incluir na sua maratona Song Kang, viu?

Em seguida, Song Kang trabalhou duro, participando de outros doramas, programas e shows, até ser selecionado pela Netflix como o protagonista de Love Alarm. Para se ter noção,  Kang teve que concorrer em uma audição com 900 pessoas para conseguir estrelar neste dorama.  Mais do merecido seu sucesso.

E aí vamos aos destaques: os trabalhos como protagonista no vermelhinho.

Os três grandes doramas que fizeram o nome do Song Kang são esses:

Love Alarm

Descubra o que é se apaixonar numa realidade em que aplicativos alertam sobre pessoas com sentimentos aflorados perto de você. Essa série tem uma premissa interessante de dorama com pitada de Black Mirror.

Love Alarm tem grande destaque no mundo dos doramas, ao meu ver, pois é a primeira série original coreana que a Netflix se dispôs a produzir. A série foi planejada para estrear em mais de 190 países em 2018, porém só foi ao ar no segundo semestre de 2019. Dessa forma, Kingdom passou na frente e pegou o posto de primeira obra original coreana a ser lançada no streaming.

Sweet Home

Uma superprodução de suspense que mostra um rapaz com toda aflição a que ele tem direito lutando para sobreviver em um cenário nada legal. Resumindo bastante, é uma trama apocalíptica baseada num webtoon.

O papel principal de Sweet Home apareceu graças à participação em Love Alarm, visto que Song Kang foi recomendado pelo diretor do primeiro dorama. Com o grande sucesso anterior e a ótima atuação, Song passou na audição para interpretar Cha Hyun-Soo e logo começou a ser chamado de “Cria da Netflix” (Son of Netflix) por algumas pessoas e meios de informação.

Inclusive, muito se falou sobre o investimento da Netflix em Sweet Home.  Apesar de não ser a série mais cara do serviço, é uma adaptação que custou bastante e foi muito bem feita.

Navillera

Sonhar não tem idade. Navillera é uma história doce de dois homens apaixonados por balé, contada em meio a angústias e acontecimentos.

Como os outros dois doramas, Navillera também é baseado em webtoon. Entretanto, esta obra traz uma pegada mais artística, tanto em relação ao tema quanto à forma em que a história é contada. Para interpretar o personagem Chae-Rok, Song teve que aprender a dançar e se esforçar com aulas de balé por cerca de 6 meses.

O que os doramas nos reservam?

Como se pode notar, são tipos MUITO diferentes um do outro, tanto de tramas quanto de estilo de produção. O que prova que o ator é bom mesmo. (E talvez ele seja mesmo a cara do streaming, como o Noah Centineo aparecendo em tantas histórias)

Seja o que for que Song Kang esteja despertando no mundo dos doramas, está dando certo. A mais recente atuação deste rapaz também surgiu prometendo ao público fazê-lo continuar com a banca toda. Se estiver curioso, fique de olho: Nevertheless (Apesar de Tudo, Amor) teve sua data de estreia no dia 19 de junho de 2021 e pode chegar a qualquer momento no Brasil. A história? 

O que parece ser a versão coreana de muitas tramas norte-americanas: amizade colorida que se transforma. Um romance entre um rapaz sem vergonha (será que podemos chamar assim?) e uma moça que não acredita no amor.  

Pois é, temos aqui agora um dorama picante com temática jovem adulta, por assim dizer, para o portfólio de Song Kang. Rapaz está com tudo e continuo me perguntando qual será a próxima.

Hora de brilhar, mesmo

Em outras palavras: Song está no seu ápice, o momento de ouro em que surgem oportunidades a todos os cantos e ele tem que aproveitar, assim como nós podemos descobrir as várias facetas que um jovem ator tem para mostrar em pouco tempo.

Sabe, é muito interessante ver o esforço e o talento de uma pessoa em se transformar de um rapaz bobinho para um cara lascado imerso numa trama de grande impacto e do nada em um bailarino profissional. Estou ansiosa para adicionar Nevertheless e conferir como se saiu o atual primo prodígio da Netflix. Tomara que você tenha alguma obra favorita com ele

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