CLAUSTROFÓBICO E ANGUSTIANTE

A ambientação criada para o filme passa perfeitamente a sensação de confinamento. Diana era muito vigiada, tanto pela mídia da época quanto pela própria família real. A forma como a câmera acompanha Diana o tempo todo, às vezes próxima até demais, passa uma sensação de claustrofobia e o sentimento é de angústia. A trilha sonora acompanha muito bem, por vezes silenciosa e em outras mais estridente, dando muita emoção às cenas.

As cores também são opacas e sem vida, e a névoa existente nos lugares ajuda a passar essa sensação de vazio e sem vida. Além disso os movimentos são duros e bem automáticos, principalmente das pessoas que trabalham para a Família Real. Passa muito a ideia de que tudo é pré-planejado, como Diana menciona algumas vezes, e mecânico. Sentimos ao assistir que não há futuro nem passado para Diana ali, apenas o presente do qual ela quer tanto escapar.

ATUAÇÃO MARCANTE

Claro que não só de questões técnicas vive um filme. Ainda mais quando se trata de um drama biográfico como Spencer. É preciso que a atriz principal, que é o centro da história, tenha uma atuação muito boa e crível. E Kristen Stewart entrega tudo de si nesse papel. Sem dúvidas é a melhor atuação de sua carreira e que lhe renderá indicações a vários prêmios, inclusive ao Oscar. Kristen capturou muito bem os olhares, maneirismos e forma de falar de Diana, além de a emoção passado por ela ser muito verdadeira.

Além disso, a direção de Pablo Larrín é muito certeira. O diretor é também responsável por Jackie (2016) e vemos como ele tem conhecimento e habilidade de lidar com histórias biográficas. Pablo direciona perfeitamente também todos os atores ao redor de Kristen, dosando muito bem tudo para que a atriz possa brilhar ainda mais. Afinal, o foco aqui é a Princesa Diana, e Spencer é perfeito em nos mostrar a mais profunda angústia e solidão que Diana sente.

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