SPENCER

Com roteiro de Steven Knight (Peaky Blinders), Spencer narra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o príncipe Charles (Jack Farthing). O casamento da princesa Diana e do príncipe Charles há muito esfriou. E embora haja muitos rumores de casos e de divórcio, a paz foi ordenada para as festividades de Natal no Queen’s Sandringham, a casa de campo da Família Real. O evento é repleto de comida e bebida, tiro e caça. Diana conhece as regras do jogo de aparências. Mas este ano, as coisas serão muito diferentes.

Spencer é aquele tipo de filme perfeitinho em todos os quesitos. Muito bem filmado e comovente, além de marcar provavelmente a melhor interpretação da carreira de Kristen Stewart.

SHANG-CHI E A LENDA DOS DEZ ANÉIS

Shang-Chi é o filho do líder de uma organização criminosa poderosa. O rapaz foi criado desde criança para ser um guerreiro, mas decidiu abandonar esse caminho e fugiu para viver uma vida pacífica. Porém, tudo isso muda quando ele é atacado por um grupo de assassinos e se vê forçado a enfrentar seu passado.

Apesar de vários outros filmes de heróis terem sido lançados em 2021, Shang-chi foi meu favorito até agora. Por já gostar muito da cultura chinesa, não foi difícil para eu me encantar com esse filme.

DUNA

Paul Atreides é um jovem brilhante, dono de um destino além de sua compreensão. Ele deve viajar para o planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de seu povo.

Estrelado por Timothée Chalamet e dirigido brilhantemente por Denis Villeneuve, Duna foi um dos grandes destaques do ano. Realmente uma experiência incrível, principalmente se assistido nas telonas. Uma ótima adaptação do livro de mesmo nome, que é um marco na literatura sci-fi. Agora é esperar pela continuação, que já foi confirmada!

O CAVALEIRO VERDE

Gawain embarca em uma missão ousada para enfrentar o Cavaleiro Verde, um ser misterioso que apareceu em Camelot com um desafio enigmático. Arriscando sua cabeça, ele encontra fantasmas, gigantes, ladrões e enganadores em uma aventura épica.

Na minha opinião, o melhor lançamento do ano pela A24. O cavaleiro verde é um filme inspirado, com uma fotografia linda e um roteiro muito interessante. Além de uma grande interpretação de Dev Patel.

007 SEM TEMPO PARA MORRER

James Bond deixa o MI6 e se muda para a Jamaica, mas um antigo amigo aparece e pede sua ajuda para encontrar um cientista desaparecido. Bond mergulha no caso e percebe que a busca é, na verdade, uma corrida para salvar o mundo.

Sem tempo para morrer não é um dos melhores filmes da saga do 007 interpretado por Daniel Craig, mas é sim um filme que me marcou em 2021, até por ser a despedida do ator no papel. Mesmo com os problemas, consegui aproveitar bastante o filme. Sem tempo para morrer nos deixa com a expectativa do que estará por vir nos próximos filmes do agente secreto.

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Sinopse: Uma aventura épica de fantasia medieval inspirada nas atemporais lendas arturianas. Focado na saga de Sir Gawain, o sobrinho imprudente e obstinado do rei Arthur. Ele embarca em uma ousada busca para enfrentar uma grande criatura maligna de pele esmeralda.

GAWAIN

O filme é uma aventura épica que mergulha a fundo da fantasia do mundo arturiano. Apesar de, às vezes, flertar com o mundo real, a trama se apega mais ao surreal. Somos brevemente apresentados ao protagonista, mas não nos aprofundamos tanto na sua personalidade.

Gawain parece uma pessoa insegura de si, mas que quer a todo custo encontrar a honra que tanto deseja e se tornar um cavaleiro. Com a chegada do Cavaleiro Verde e a proposta do mesmo, Gawain vê na situação uma chance de se destacar e dar orgulho ao rei Arthur. O Cavaleiro Verde dá a Gaiwan a oportunidade de cortar sua cabeça. Gaiwan aceita e o cavaleiro fala que, depois de um ano, Gaiwan deverá procurá-lo para receber o golpe de volta. Mas o que será que esse teste realmente significa?

Uma frase que me marcou foi quando Essel (personagem vivida por Alicia Vikander) diz a Gaiwan algo como “bondade não é o suficiente?”. Essa pergunta remete a essa busca dele pela honra. Ser apenas bondoso não é o suficiente na visão de Gaiwan. Ele precisa de algo mais. Algo que o destaque dos outros. Mas, ao aceitar o desafio do Cavaleiro Verde, Gaiwan estava cego a tudo que essa sua decisão acarretaria. Depois de um ano, ele segue, então,  em uma jornada para, possivelmente, entregar sua vida ao cavaleiro.

Antes disso, em sua viagem, Gaiwan vai passar por vários testes no meio do caminho. Eles testarão sua pureza, amizade e outros atributos ligados a honra e ao que ele almeja ser.

VISUAL INCRÍVEL

A primeira coisa que notei no filme foi o quão escura é a imagem. Isso geralmente me incomoda bastante ao assistir, e com O Cavaleiro Verde não foi diferente. Apesar disso, a fotografia é deslumbrante. Os enquadramentos, as cores e a iluminação das cenas são lindas. Visualmente, o filme é muito agradável e isso é essencial para que a história contada funcione tão bem. O visual também combina com os elementos fantasiosos da obra.

Tanto direção e edição são muito boas também e é admirável que David Lowery tenha assinado ambas. A trilha sonora fica por conta de Daniel Hart, que já havia trabalhado com o diretor em A Ghost Story, de 2017. A trilha sonora de O Cavaleiro Verde é incrível e é interessante como o compositor misturou coros junto com os instrumentos usados. Isso dá uma ambientação ainda mais fiel à história, lembrando muito as músicas cantadas na época.

É importante elogiar principalmente a atuação de Dev Patel, que foi uma ótima escolha para viver o papel principal de Gawain. Provavelmente na melhor atuação de sua carreira, o ator traz muita emoção ao personagem e vemos o quão imerso ele está nas cenas. Suas expressões viajam entre mais contidas e mais explosivas, entre medo e euforia. É fácil se conectar ao personagem, por mais que algumas de suas atitudes sejam duvidáveis.

O CAVALEIRO VERDE

O personagem que dá nome ao filme é um ser misterioso. Não sabemos muito sobre ele, mas algo importante é dito em uma parte do filme. Uma personagem se pergunta por que o cavaleiro é verde. A verdade é que o cavaleiro é baseado no conhecido conto do homem verde, um ser mitológico que representa a natureza. Ou seja, o cavaleiro representa também a natureza e o ciclo de vida e morte.

O desafio do cavaleiro é muito significativo, pois significa exatamente isso: o ciclo da vida e morte. Gawain deu o golpe que cortou a cabeça do cavaleiro e depois deve receber o mesmo golpe. O homem ataca a natureza e a natureza o ataca de volta.

Diferente do conto, onde Gawain passa em todos os testes ao longo do caminho e falha no final, no filme ele falha em todos os outros e passa no desafio final. Apesar disso, o final do filme fica em aberto. Não sabemos se o cavaleiro cortou a cabeça de Gawain ou não. Fica a interpretação de cada um.

Esse desafio me faz lembrar o que a personagem de Essel disse no início do filme sobre a bondade. Imagino que, talvez, a intenção do cavaleiro desde o início tenha sido de testar justamente a bondade de Gawain. Se ele tivesse se recusado a cortar a cabeça do cavaleiro, no que será que isso implicaria? Fica o questionamento. A ideia do desafio pode ter sido a de representar esse ciclo da natureza, como pode também ter sido uma forma do cavaleiro de testar a generosidade humana.

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