Em primeiro lugar, não estou falando que seu anime preferido é péssimo, ou que ninguém deveria ver ele. Eu nem sei que tipo de obra você gosta. Com isso claro, vamos seguir.

Além disso, vale citar que estou falando de conversas pessoalmente e não de internet. Esse tipo de diálogo digital tende a ser mais intenso e dificilmente algum dos lados quer escutar os outro se a intensão inicial não for debater o assunto específico.

Independentemente do anime, há qualidades e defeitos. Porém, a forma como cada um interpreta isso difere de acordo com seus gostos. Eu pessoalmente adoro um romancezinho clichê e outras pessoas acham isso um ponto terrível.

O meu ponto não envolve debater sobre gêneros ou clichês em obras, mas sim ter noção disso.

Várias vezes conversando com amigos ao cair no tema de um anime que a pessoa gosta muito, fica chato. Porque em algum momento alguém fala “eu acho esse aspecto ruim”. Seguido da outra pessoa defendendo com unhas e dentes o quanto o anime é perfeito; ou não dando espaço para conversa pois “eu gosto, e se eu gosto é bom”.

Por outro lado, quando se tem um laço muito grande com uma obra, ver alguém falando mal pode ser meio triste. E tudo bem você ficar meio chateado, mas saiba lidar com isso.

Já me deparei várias vezes com pessoas que não conseguem conceber a possibilidade de gostarem de algo que tenha algum defeito. Dá um desânimo de continuar a conversa, pois “se eu falar algo, a pessoa vai ficar chateada e a reposta dela vai ignorar o que eu disse”.

“Ah, eu acho que esse clichê dos protagonistas do romance terem que morar na mesma casa por qualquer razão é ruim por conta…”. Percebam a diferença entre essas duas possíveis repostas para essa fala: “Veja bem, por mais que seja um clichê, tem seu valor quando a obra faz…”; ou “Não sei do que você tá falando, é ótimo”.

Uma das respostas convida para um debate e mesmo que no final as pessoas sigam discordando, foi um diálogo, houve troca de ideias. Já no segundo caso, não. Porque se a primeira pessoa tentar continuar a falar sobre, e falar algo negativo, vai ter a mesma reação e vai ser chato para ambos os lados.

Por fim, um exemplo ainda mais pessoal. Meu anime favorito provavelmente é Katekyo Hitman Reborn. Eu amo ele, mas sei que ele tem muitos defeitos. Não li o mangá inteiro, vulgo tudo exceto os dois arcos finais que não foram para anime, porque não quero estragar o anime para mim.

Se alguém me fala um ponto ruim de reborn eu fico triste e quero retrucar, até pensar por 2 segundos e não conseguir dizer nada além do “eu gosto”. E eu nem sei o porquê disso, só de pensar em reborn eu fico animado e pensando “uau, eu adoro esse negócio”. Não é a melhor coisa que eu já vi, não é que o que mais vejo, não é o que mais marcou minha vida, eu só fico muito empolgado com.

O que eu quero dizer é: seu anime favorito pode ser muito bom, ou pode ser ruim e está tudo bem em qualquer um dos casos. Mas nada é perfeito, você pode não querer falar mal da sua coisa favorita, ou concordar com, mas tudo tem defeitos.

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OBS: Antes de tudo, saiba que terá spoiler, então fique meu aviso!

A cultura

Acho interessante citar a cultura como o primeiro passo, pois é com ela que vemos como o crescimento das crianças até a vida adulta, como por exemplo, chega uma certa idade que eles vão para a escola acompanhado com amigos ou até mesmo com uma orientadora da própria instituição de ensino. Isso já dá muito valor às pessoas em volta, não sendo apenas à família.

Além disso, também percebemos como o valor da amizade é algo forte, se vê em doramas ou então nos animes que quando é citado que é amiga ou amigo de infância, lembra-se vários momentos juntos, onde já tem uma relação pré-definido logicamente. Logo isso afeta bastante, por ser algo que vai sendo construído ao passar do tempo.

Animes e Mangás

Nas histórias fictícias vemos muitas situações que o personagem principal escolheu sua amiga de infância em vez da mais popular dentre o público que acompanha a história, como por exemplo Go-Toubun no Hanayome que a escolhida foi a Yotsuba, sendo as mais populares a Miku ou a Nino.

No entanto, vemos que cada situação tem seu jeito de justificar suas escolhas, alguma sendo até compreensíveis e outras já meio clichês, como sempre tem a promessa, na maioria dos romances isso parece ser a forma mais fácil de demonstrar que alguém já venceu, só precisa descobrir quem é a amiga de infância. A única situação que mudou esse destino foi em Nisekoi que quem foi a escolhida foi a Chitoge, que não era a garota da promessa, sendo essa a Onodera, que foi rejeitada.

O clichê

Como dito antes o clichê gira em torno de uma promessa que dificilmente é deixado pelo personagem principal ou então nem isso, muitas vezes também tem o garoto ou a garota gostarem um do outro por serem amigos de infância que é aquilo de sempre estarem juntos. O que dificulta muito para que tenha outro rumo na escolha por se envolver esse laço da amizade verdadeira, assim como do amor verdadeiro, que sim, pode acontecer de ter outra pessoa como amada, mas isso raramente acontece, como foi o caso de Nisekoi.

Assim pode-se dizer que a amiga de infância vem com mais vantagens diante das outras, que mesmo tendo uma grande construção nas outras personagens, sua velha amiga irá sair vencedora.

Na vida real

Se colocarmos na vida real, realmente, seus amigos ou amigas de infância tem um valor enorme, mas os que vai conhecendo ao longo da vida também vem sendo construído uma amizade forte e assim por diante. No Japão, como dito antes, a cultura reforça que as amizades em volta é algo importante, como a ida para a escola com amigos e responsáveis, ou então quando se dá algo, retribuía duas vezes, meros detalhes que fazem a diferença. Do mesmo jeito, temos que separar a vida real do fictício, raramente se vê casais que são amigos de infância, ainda mais nos dias atuais, que muitos se deslocam e nem se sabe mais sobre a pessoa. Logo, os shoujos dão um valor a mais na amizade e no amor que vai sendo construído ao longo da história.

Conclusão

Pode-se ver que nos animes, mangás ou doramas esse tipo de situação é frequente e até mesmo muito utilizado, diferenciando de um para outro a forma como é construído a relação dos personagens. Já na vida real tem que separar o que é realidade e ficcional, claro, tem casos que seu amigo ou amiga de infância estão entrelaçados para casarem, mas na maioria dos casos não é tão simples, ainda mais no Brasil ou então no Japão, que mesmo tendo essa cultura da amizade e valor social, dificilmente acontece os fatos de histórias 2D.

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