Ah, bom lembrar que esse texto pode conter SPOILERS da história, depois não diz que não AVISEI! 

História

Como todos já sabem, todos os filmes que eu já vi pelo NSV Mundo Geek, eu vou com o intuito de me divertir. E foi o que aconteceu nesse filme. Mesmo a história sendo mais fraca que as anteriores e talvez nem tão focada na diversidade de animais como os anteriores, eu me diverti.  

É completamente compreensível que nessa altura do campeonato, já é sabido pelo público que o foco da franquia vai mais para o embate entre Dumbledore e Grindelwald, que aqui teve seu primeiro round, do que o foco nas criaturinhas fantásticas. O que só me gerou a dúvida se realmente o “Animais Fantásticos” deveria se manter no título, já que na prática, o foco está se tornando outra coisa.  

Mas tudo bem, consigo relevar isso, mas é complicado enfiar três importantes arcos dentro de uma história só. Afinal, o filme precisa continuar a história confusa, de seu anterior sobre Credence, interpretado por Ezra Miller. Quais serão os passos de Dumbledore em relação à Grindelwald e claro, os animais fantásticos, ainda que esses dois eixos se encontrem logo no começo do filme.  

Para terminar de falar sobre a história em si, eu gostei do jeito que foi conduzida. Ainda que a passos lentos, eu entendi completamente a premissa de que “ninguém pode saber de tudo”, já que era um elemento narrativo importante para um acontecimento logo no início do filme.  

O que me deixou instigado durante a jornada do “Time do Bem” em busca de cumprir seu objetivo. Aquela velha sensação de saber quem será o responsável por tal feito, me deixou bastante imerso dentro do último ato e fiquei bastante satisfeito com o resultado ao longo dos 142 minutos de filme. 

Personagens 

Em Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore se resume aos personagens e seus papéis em tela (às vezes nem tão em tela assim) O que eu posso dizer do Dumbledore do Jude Law por exemplo? É fantástico, o cara simplesmente consegue me convencer que anos após essa história, ele será aquele o Bruxo mais respeitado de todos, se ainda não é.  

Newt Scamander, do Eddie Redmayne também entrega tudo, principalmente quando algo envolve ter que mexer com a sua mala ou seus Pokém, não pera, bichinhos fantásticos.  

Mas nenhum desses personagens, e outros que estão no filme me ganharam mais que Eulallie Hucks (Jéssica Williams) e Jacob (Dan Fogler). Sério, é uma dupla que funciona tão bem durante o filme que você quer abraçar os dois fortemente ao final. São as melhores coisas desse filme em termos de atuação.  

Já não posso dizer o mesmo de Grindelwald (Mads Mikkelsen) e Credence (Ezra Miller). Diferentemente dos outros filmes, eu não senti ameaça em nenhum dos dois ao longo desse filme. Eu olhava pra Credence e dizia “Puts, que garotinho chato e sem carisma hein?” e Grindelwald parecia ser mais um desposta sem sal, diferente da loucura demostrada no filme anterior. Não me pegou.

Visual e Trilha Sonora 

Aqui eu vou ser bem direto. Eu fiquei besta já no primeiro e no segundo, nesse não poderia ser diferente de como os efeitos especiais desse filme são de tirar o chapéu. Você sente que as criaturas realmente podem existir, é uma loucura de beleza cada criaturinha desse filme. E só pra deixar claro, não tente fazer a técnica da mímica em caranguejos de verdade, pode ser que não dê certo (mas que é hilário, é). 

Sobre a trilha sonora eu tenho uma única ressalva, eu não me lembro de os filmes anteriores apelar tanto para a trilha original de Harry Potter, ou, trechos dela, como aqui. Claro que marca o status do mundo mágico criado pela controversa J.K. Rowling. Tirando esse ponto, tá tudo certo.  

E chegamos naquele momento que vocês tanto gostam (ou não).

Luiz, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledor é tão animal e fantástico assim? 

Num é tanto assim, mas é mais fantástico do que animal. Eu sai do cinema bem feliz com o resultado. Claramente, como disse acima, ele é o mais “fraco” dos três já lançados até hoje. Eu entendo que tem todo o plot do Dumbledore e Grindelwald, mas eu queria ter visto mais criaturas fantásticas, sabe?  

Preciso deixar muito claro, que eu fiquei feliz demais de ver uma atriz brasileira em um filme dessa proporção, a Maria Fernanda Cândido é uma das atrizes de sua geração, mais brilhante que existe e nesse filme, até pela personagem ela brilha em qualquer aparição dela em tela.  

Eu vou entender que não gostar desse filme, mas eu o encaro como aquele meio do caminho necessário um pouco longo para se encaminhar para um filme de saga potencialmente grandioso. E que nos próximos, mais criaturas fantásticas tomem mais tempo de tela do que os humanos.  

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore estreia dia 14 de Abril nos cinemas de todo o Brasil 

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Notas  
Diversão: 5/5 
Fotografia: 5/5 
Som: 5/5 
Roteiro: 3/5 
Nota Geral: 4/5 

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Lucas é um homem que está passando por um complicado divórcio e vive em uma cidade pequena, trabalhando em uma escola infantil. Ele vive sozinho e parece bem solitário. Ele é melhor amigo de Theo e muito próximo da família dele e da filha, Klara, que estuda na escola aonde Lucas trabalha. Por causa de um desentendimento por parte da menina, ela relata que sofreu um abuso de Lucas, o que acaba desencadeando uma gigante bola de neve e afeta a relação de todos na comunidade e, principalmente, a vida de Lucas.

A Caça começa focando bastante na caça de veados, que acontece muito na cidade. Caça essa que Lucas também participa. É algo muito comum na cidade, parte da cultura local. Logo percebemos que esse será um tema importante do filme e há aí uma ótima metáfora para o que vem a acontecer na trama. Podemos pensar inclusive naquele dizer “um dia o caçador pode virar a caça” e vamos entender isso mais para frente. Não é a toa que A Caça é o título do filme.

Esperando ansiosamente a chegada de seu filho, Lucas vive uma vida tranquila, é bem quisto por todos, mas tudo muda. O filme carrega muito bem esse sentimento de que algo está prestes a acontecer, como um caçador a espreita para atacar a sua caça. Os cortes são abruptos e causam-nos uma aflição. Quando a situação da acusação sobre Lucas começa a tomar proporções descontrolados, ficamos temerosos sobre o que poderá acontecer com ele.

Algo que a caça trabalha muito bem é o comportamento humano, o quanto nos deixamos levar pela raiva e o quanto uma comunidade inteira pode ser afetada por uma acusação dessas. Temos aqui também uma ótima explanação do quanto crianças podem ser influenciadas. Quando a menina Klara é perguntada sobre o abuso, temos aqui a pressão dos adultos para que ela confirme e explique o que aconteceu, sendo que na cabeça dela tudo está confuso. Ela, como muitas crianças, acabam sentindo a pressão de agradar os adultos e ela acaba contando e concordando com o que eles sugerem como uma forma de fazer o que eles esperam dela. Todas as outras crianças depois dela também são influenciadas e confirmam a versão dela, mas tudo muda na investigação quando as crianças citam um porão que existiria na casa de Lucas, o qual a casa dele não possui.

Apesar disso tudo, já tarde demais, e mesmo que a polícia tenha liberado Lucas, a cidade já se voltou contra ele e começam as várias agressões que ele sofre. Ele não consegue, por exemplo, nem fazer compras no mercado. Além disso afetar a cidade, que se volta totalmente contra ele, vemos Lucas sucumbir também a essas acusações. Vemos o desespero estampado em seu rosto e em suas ações. Ele vira um homem que perdeu tudo: emprego, amizades e o respeito que ele tinha de todos na cidade. Isso faz com que ele fique sem rumo, tentando de qualquer jeito tentar entender esse mal entendido todo e provar sua inocência, sendo levado também a violência, para tentar se defender.

É claro que muitos casos em que um abuso é relatado eles realmente aconteceram, mas A Caça nos mostra o que acontece quando uma pessoa inocente é acusada de tal crime e o quanto uma comunidade de pessoas pacíficas se transforma em uma violenta retaliação ao acusado. É muito difícil que, em uma situação como essa, o acusado consiga que as pessoas acreditem nele. A voz da criança é que é respeitada e é sempre mais fácil acreditar na possível vítima do que no acusado.

No requisito atuações, o destaque, claro, é de Mads Mikkelsen, que interpreta Lucas. Ele é uma pessoa muito simpática e a transição para o seu desespero estão estampados no rosto do ator, que diz muito mesmo sem palavras, apenas pelo seu olhar. Como, por exemplo, na melhor cena do filme, aonde ele vai à missa de Natal e fica encarando seu amigo, Theo, ou quando ele começa a chorar e se desesperar quando as crianças cantam uma canção de Natal. Nessa cena temos a esperança de que, talvez, seu amigo acredite nele, vendo a inocência estampada em seu rosto. Chegamos até a duvidar de Theo, pai de Klara, talvez tenha feito algo contra a menina, já que ele bebe muito e fica muitas vezes descontrolado e violento.

Um ano se passa desde sua inocência e tudo parece tranquilo na cidade, todos aceitam Lucas de volta e sua relação com Klara parece voltar ao normal depois das acusações, mas então temos a cena final do filme, que volta novamente para a questão da caça. Todos se reúnem e o filho de Lucas vai para sua primeira caça. Tudo parece tranquilo, até que alguém atira em Lucas. Temos aí o clima de tensão mais uma vez, pois percebemos que algo de ruim está para acontecer. Como dito antes, “o caçador vira a caça”. Fica subentendido que talvez a comunidade numa tenha perdoado Lucas e que agora, como no título do filme, ele virou realmente a caça dessas pessoas. O filme está disponível no Prime Video.

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