Depois de perder a mãe e a casa para as tropas invasoras alemãs, Arturs encontra certo consolo em se juntar ao exército. No entanto, a guerra não é nada como ele imaginou.

A LETÔNIA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Letônia foi ocupada pelos Alemães por três anos, e perdeu mais de 33% de sua população, seja através da morte ou emigração. No final da guerra, uma Rússia enfraquecida estava ansiosa por retirar-se da luta, e ela renunciou à sua reivindicação sobre a região do Báltico em Março 1918.

Tendo como objetivo se vingar e lutar pelo seu país, Arturs se alista junto com seu pai nas tropas da Letônia. Apesar de sua empolgação, logo ele percebe que a guerra não é o que ele espera. Dá para dizer que aqui vemos a idealização da guerra, como algo heroico e nobre. Mas logo Arturs percebe o lado feio da guerra. Seu próprio pai muda rapidamente de atitude, sendo completamente frio com ele. Ele até o humilha, pois Arturs não tem em sua essência aquela vontade de matar. Ele não se enquadra nos requisitos de um soldado e logo ele percebe que a guerra só está causando sofrimento.

Apesar disso, Arturs é corrompido pela guerra, assim como qualquer outro jovem, tanto que, mais para o final do filme, é ele quem está dando ordens.

A guerra é retratada de forma bem realista e a fotografia, por exemplo, ilustra isso bem, usando de tons frios, como o azul, para mostrar a morte e falta de vida nas cenas. O filme também usa algumas cenas mais descontraídas e cômicas para dar um equilíbrio nas cenas mais tensas.

É interessante ter um filme como esse, pois a Letônia não é muito explorada em filmes da Primeira Guerra, sendo deixada de lado. Apesar disso, o filme não consegue fugir dos clichês e não deixa de ser apenas mais um filme de guerra, sem muita criatividade.

Mesmo assim, o filme “a outra face da guerra” foi um grande sucesso na Letônia, sendo o filme mais assistido no país desde sua independência, em 1990.

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