Sinopse: The Wilds acompanha um grupo de meninas adolescentes que sofre um acidente de avião e acaba preso numa ilha deserta. Com origens diferentes, elas precisam lutar para sobreviver nesse lugar inóspito, enquanto aprendem a conviver umas com as outras, seus segredos e seus traumas vêm à tona.

Quando lemos a descrição de The Wilds, que é sobre um grupo de 8 adolescentes perdidos em uma ilha remota após um acidente de avião, meu pensamento inicial é de que a série abordaria rivalidades e angústia adolescente tipicamente vistas. Mas já no primeiro episódio The Wilds mostra que eu estava errado, e que abordara os mais diversos temas.

Sim, a série tem rivalidade e angústia adolescente, mas as garotas que estão presas naquela ilha estão sendo criadas como personagens muito mais profundos e menos estereotipados do que podem parecer inicialmente. Ainda mais com uma reviravolta que torna todo o programa ainda mais intrigante.

O que é impressionante em The Wilds, é como a criadora Sarah Streicher (Demolidor) e os membros do elenco profundamente talentosos nos mergulham neste mundo tão rapidamente e criam um interesse e empatia quase instantâneos por essas oito adolescentes, que na superfície parecem representar vários arquétipos.

O formato da série ajuda nisso. Temos essas jovens sendo entrevistadas pelo agente do FBI e psicólogo após serem resgatadas, com cenas da ilha e cenas do que levou elas a chegarem nessa ilha. A narrativa não linear nos mantém intrigados sobre suas vidas e o que aconteceu na ilha sem ser manipulador.

Há informações mais do que suficientes a serem transmitidas para que fiquemos felizes em desvendar esse mistério, mesmo que isso nos afaste de outra coisa por algum tempo. Não é um formato novo, pois já vimos o mesmo ser reproduzido em  Lost, This Is Us e várias outras obras. Mas The Wilds é uma das execuções mais eficazes deste método que vimos em uma série deste ano.

Também ajuda o fato de o elenco ser capaz de dar a essas garotas mais dimensões do que os estereótipos normais de adolescentes angustiadas. Leah (Sarah Pidgeon) é convidada a carregar o primeiro episódio, e ela o faz com habilidade, especialmente quando fala com os agentes sobre o fato de ter perdido a oportunidade de ligar para alguém, desperdiçando bateria em mais uma ligação para Jeffrey, apesar de seu bom senso. 

Mas vemos vislumbres de como todos os outros membros do elenco são bons, estabelecendo as personas de seus personagens imediatamente, e isso me deixou ansioso para ver as histórias de cada um de seus personagens à medida em que avançamos na história.

Cada episódio cobre um único dia na ilha, focando a experiência de um personagem diferente antes, durante e depois da provação, e a criadora Streicher e seus escritores fazem um excelente trabalho em distribuir informações ao público sobre o que vimos e o que ainda está por vir .

A narrativa de sobrevivência da série é obviamente um grande gancho, o trabalho do personagem é tão importante para o sucesso de The Wilds. Streicher pensou sobre quem são essas jovens e quem são umas para as outras, o retiro foi organizado como um sistema de amigos, com as adolescentes viajando em pares, então há muitas lealdades, amizades e tensões pré-existentes. Testados, mesmo quando novos relacionamentos são forjados.

O elenco quase todo desconhecido é uma surpresa fantástica, todas são ótimas e conseguem passar as características de suas personagens. Conforme as mulheres aceitam ficar presas em uma ilha, o histórico de cada personagem é revelado por meio de flashback, assim como Lost, mas é aí que a comparação termina. Essas são mulheres jovens apenas em idade cronológica, todas elas são velhas almas que passaram por diversas dificuldades em suas vidas.

Em muitos aspectos, The Wilds é uma grata surpresa, é selvagem, misteriosa e tem muito a dizer sobre o que é ser adolescente e seus desafios. Infelizmente a série termina em aberto, e a menos que tenhamos uma 2ª temporada, quase nenhuma das perguntas em abertos é respondida.

A primeira  de The Wilds tem 10 episódios e está disponível na Amazon Prime Video.

Nota Final: 4 / 5

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O público jovem é o que mais lê no país atualmente. De acordo com dados do Ibope e o Instituto Pró-Livro em maio de 2016, 67% dos leitores no Brasil o jovem entre 18 e 24 anos, número 14% maior que os de 2014.

A pesquisa também diz que os adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem voluntariamente, sem a obrigação escolar ou profissional, apenas por gosto pessoal, e somam 42%. Crianças de 5 a 10 anos representam 40% do público que diz ler sem obrigação.

O número de leitores de todas as faixas etárias no território brasileiro ainda não é o ideal, 44% da população brasileira não lê e cerca de 30% nunca comprou um livro, mas o crescimento do interesse literário no meio jovem é positivo e mostra que a situação pode estar mudando.

Guerra das raças é direcionado ao público infanto-juvenil e chega como uma boa adição ao mercado. Com uma história de fantasia intrigante, cheia de perigos e seres míticos, a obra de Daniel Jahchan é a indicação perfeita para quem busca algo novo e divertido para distrair a mente.

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