Confesso que sempre tive um preconceito com efeitos em CG e isso me incomodou um pouco quando procurei saber sobre o anime. Mesmo assim, por já assinar a Netflix e ter acesso fácil a obra, resolvi dar uma chance para o mesmo e tentar superar meu preconceito com CG.

Enfim, o anime é baseado em um light novel japonesa.

Há diferenças consideráveis entre a light novel e o anime em si, basicamente eles suavizaram um pouco o aspecto da guerra. Na light novel, Violet usa uma arma gigantesca quando luta na guerra, enquanto no anime ela usa armas brancas.

Acompanhamos a história de Violet Evergarden, uma jovem que definiria como um fruto da guerra. No começo ficamos sem saber se ela é humana ou um robô pois ela não demonstra emoções humanas.

Isso se deve ao fato que desde muito jovem ela foi usada na guerra que assolava o país, assim, nunca chegou a considerar possível sentir as coisas. Tudo isso muda quando ela é dada de presente a Gilbert Bougainvillea, um major do exército que estava lutando bravamente na guerra.

Os dois começam a realizar missões juntos e Gilbert se apaixona por Violet. Na última missão dos dois juntos, quando ambos estavam encurralados, Gilbert revela para Violet que a ama.

Após isso, ele é declarado como desaparecido e Violet fica sem rumo. Ela é abordada por um amigo de Gilbert que a oferece um emprego como Autônoma de Memórias, já que ele  é dono de uma companhia postal.

Nesse emprego, ela tem que escrever cartas baseada em sentimentos das pessoas que as contratam. Assim, ela acredita que se continuar trabalhando conseguirá descobrir o significado de amar alguém.

Bom, não vou ficar contando coisas sobre os episódios porque seria spoiler. Violet é um anime sobre amor, a jovem ao decorrer dos episódios cresce e começa a despertar seus sentimentos. Não somente amor, mas todos os sentimentos humanos como compaixão,  o que significa sofrer, sonhar e realizar.

Ela consegue colocar os sentimentos das pessoas em cartas e com isso vai começando a entender o que significa realmente amar alguém. A cada missão, a cada emprego, ela encontra pessoas que estão sofrendo, ou com a perda da guerra ou com o luto de algum familiar que partiu, ou mesmo um coração partido.

Cada episódio é único e já adianto em alguns é impossível segurar as lágrimas. O filme/OVA é um grande exemplo disso, e a cena da canção mostra realmente o crescimento da personagem.

O anime como já disse está disponível na Netflix, foi anunciado para esse ano um filme que terminaria a história do anime mas infelizmente sua data de lançamento foi adiado diante do incidente com a Kyoto Animation e remarcado para estrear ano que vem e já adianto, vai surpreender muita gente. Teremos um final fechado e no mínimo emocionante.

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Sabe aquele momento que você só quer assistir um anime slice of life fofo e relaxar? Não quer ver lutas como em um shounen ou ver mais um shoujo de romance? Para esse momento venho indicar esse anime e o mangá dele que também vale muito e pena. Infelizmente o mangá ainda não é publicado no Brasil mas não custa esperar que um dia isso aconteça.

O mangá é serializado na revista de mangá shojo de Hakusensha de Lala e como um típico mangá shoujo sabemos do que se trata e até o final logo no primeiro episódio. Claro que isso não tira a graça de acompanharmos um shoujo pois o gênero é muito mais do que saber o final.

Vemos a evolução dos personagens, seus relacionamentos com seus amigos e além disso acompanhamos como eles resolvem os seus problemas no dia a dia. Shoujo não significa somente um romance e nesse anime não temos grandes evoluções nesse sentido. Acompanhamos o relacionamento de dois irmãos órfãos, como eles lidam com a perda e que sempre podem contar com alguém para ajuda-los.

Podemos ver como todos se prestam a ajudar o protagonista e inclusive como esse se doa para ajudar a todos também. Como seus pais estavam sempre viajando ele sempre teve muita responsabilidade para cuidar do irmão e de si mesmo. Tenta e consegue realmente passar a mensagem que ninguém, por mais problemas que enfrente, está sozinho nesse mundo.

O anime conta a história de Kashima Ryuuichi e Kashima Kotaro, dois irmãos que acabaram de perder ambos os seus pais em um acidente de avião. Assim, os dois ficaram sozinhos no mundo pois não tem mais nenhum familiar que poderiam acolhe-los.

Contudo, eles são adotados por Morinomiya Youko, a diretora de uma escola que perdeu seu filho e sua cunhada no mesmo acidente de avião. Ela também ficou sozinha, não restando mais nenhum outro filho ou parente próximo.

O funcionário dela, que é meio que um mordomo, motorista, secretário, cozinheiro -tem alguma coisa que ele não sabe fazer será? – Saikawa Keigo, vai buscar os dois irmãos em seu apartamento e os informa sobre o interesse de Youko em adotá-los e os termos da adoção.

Dessa forma, no primeiro episódio vemos o primeiro contato dos dois irmãos com a diretora da escola, que em um primeiro momento parece muito distante e indiferente. A condição para ela fornecer, comida, casa e escola para eles é que Ryuuichi trabalhe no clube de babás da escola, claro depois de suas aulas e desde que ele se comprometa a nunca deixar seu irmão ou o clube alterar suas notas.

A diretora quer sempre que Ryuuichi foque em seus estudos e temos inclusive um episódio que ela cuida de seu irmão e delega a função do clube de babás para seu mordomo.

O clube de babás foi criado por seu filho, mas infelizmente não é muito popular na escola. Ele visa cuidar dos filhos das professoras que não tem com quem deixar as crianças para trabalhar. Esse clube conta com um trabalhador adulto que apesar de aparentar não ser muito responsável sempre cuida muito bem das crianças.

Ademais, somos apresentados as crianças de uma maneira muito fofa também. Não sei se devo falar muito mais sobre o anime já que em um slice of life o importante é assistir os episódios sem spoilers, mas enfim.

Temos personagens muito profundos e que estão crescendo. Além de Kotaro, a criança mais fofa do clube se chama Kirin Kumatsuka, ela é filha de uma professora que cuida do clube de teatro da escola e apesar de sua idade já sabe até ler.

Confesso que quando um amigo meu me recomendou o anime e o mangá também fiquei com preconceito sobre o mesmo. Pensei: Um anime de crianças não vai ser tão legal assim.

Aí que me enganei e muito! O anime é muito mais que isso. Já no primeiro episódio vemos o desespero de Ryuuichi ao perceber que não tem ninguém para ajuda-lo quando o seu irmão fica doente. Ele pede a ajuda de um colega de escola para leva-lo ao pediatra e sai correndo carregando seu irmão. Depois do atendimento, onde descobre que seu irmão estava com uma febre emocional, este pega o telefone para avisar seus pais mas eles não estão mais aqui por ele e assim ele percebe, está sozinho no mundo. Não conta mais com adultos para lhe socorrer, ou explicar o que deve ser feito.

Mas está mesmo? Nesse momento de descontrole, em que ele estava segurando o telefone e chorando, surge Youko, a mulher que os acolheu. Ela fala que finalmente ele chorou, pois quando os conheceu ela e eles eram os únicos que não estavam chorando.

Em momentos assim, o anime nos cativa. É tamanha delicadeza em tratar de temas pesados como perda, solidão ou mesmo responsabilidades de cuidar de uma criança,que ficamos impressionados e conseguimos nos relacionar com os personagens do anime.

Ryuuichi, ama todas as crianças da creche e ajuda a cuidar delas e ajudar em seu crescimento.Seu irmão Kotaro é uma diversão a parte, ele gosta muito de livros e sempre pede a todos para lerem para ele. Não sei se ele percebe ou não a perda dos pais, pois é apenas uma criança e considera a mulher que os acolheu e o mordomo como sua família.

Apesar disso, ele é muito dependente de seu irmão, não gostando de ficar sozinho e sempre junto com ele. Ryuuichi se torna mais um pai solteiro, pois apesar da ajuda de todos seu irmão depende muito dele e quando se formar terá que sempre cuidar dele.

Temos diversos outros personagens cheios de personagens cheios de carisma e personalidade.

Por exemplo: O Hayato Kamitani, que é filho de dois professores e conta com um irmão na creche. Ele é mais explorado no mangá já descobrimos que seus pais são separados e chegamos até a conhecer seu pai. Ele joga baseball e conta com uma personalidade agressiva vinda de sua mãe.

Além disso, ele vira amigo de Ryuuichi  e apesar de não entender muito o tamanho do menino por seu irmão sempre o ajuda no que ele precisa. É ele inclusive que leva Ryuuichi  até o pediatra mais próximo quando Kotaro precisa ser levado ao médico.

Temos também Maria Inomata, uma estudante da sala avançada da escola que só sabe estudar e não tem amigos. Depois da forcinha de uma das professoras ela consegue ir se soltando e fazendo amizade com o personagem principal e com as crianças.

Enfim, o que não falta são personagens peculiares nessa história. Detalhe para todos os pais das crianças que são por si só muito engraçados, agora imagina juntos.

Não podia deixar de falar sobre o episódio do Natal. Ele demonstra ainda mais sobre a qualidade do anime em nos fazer sentir um sentimento bom em cada episódio. Não vou falar mais coisa (sem spoiler!) mas que fofura.

O anime é muito fofinho e recomendo assistir todos os episódios. Temos muito mais personagens cativante e histórias que são contadas ao longo do anime.  O anime conta com 12 episódios e mais um ova e está disponível na nossa parceira Crunchyroll.

O mangá ainda está em publicação e podemos esperar e torcer sim para uma segunda temporada do anime, que aliás fez muito sucesso.

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