Com cinco episódios, o formato originalmente idealizado por Sylvia Gardenberg, em 1995, para o teatro agora ganha uma produção original feita por sua irmã, a cineasta Monique Gardenberg, de histórias que expõem situações-limite causadas pela quarentena.

Partindo de diferentes pontos de vista, 5X Comédia aborda questões como sexo, trabalho, relacionamentos, família, solidão, medo  e desejo de viver em estado de isolamento. Questões como as diferenças de classes e privilégios da nossa sociedade também estão presentes na série, ampliando o debate e trazendo mais diversidade ao projeto. Com diálogos ágeis e humor muitas vezes ácido, os episódios também trazem momentos de emoção. 

Confira a sinopse de cada episódio:

HIPOCONDRÍACO
Mais que o medo do vírus ou da quarentena, é a paranoia do homem da casa que aflige o cotidiano de uma família reclusa. Hipocondríaco, obcecado por precauções, notícias e maneiras que o ajudem a manter todos com saúde, João (Gregório Duvivier) comanda uma estratégia de guerra de sua suíte, onde se trancou sozinho desde que apresentou um leve, mas suspeito, sintoma da Covid-19. Obrigados a um isolamento ainda mais radical dentro da própria casa, uma mulher irritada pela falta de sexo, uma mãe idosa inconformada com a perda de liberdade e um filho pré-adolescente carente dos amigos insistem em desafiar as regras impostas.

SEM SAÍDA

Um casal jovem em plena paixão é tragado ao isolamento por conta da pandemia, no início do relacionamento. Gabi (Thati Lopes) e Lucas (Victor Lamoglia) – ela professora infantil e ele arquiteto em seus 30 anos – passam subitamente a morar juntos e parecem felizes da vida com a decisão. Um mês depois da convivência forçada, porém, estão prestes a se separar. Agora, nada mais parece ser como antes, inclusive na cama. O jeito é apelar para uma terapia de casal online e recordar os primeiros dias de puro amor, companheirismo e reclusão. 

SEXO ONLINE

Claudia (Martha Nowill) e Chico (Luiz Braga) vivem na prática o ditado “quando a falta de dinheiro entra pela porta, o amor sai pela janela”. Ela está grávida de gêmeos e acaba de ser demitida do emprego por meio de uma reunião virtual. Ele, compositor sem talento e músico de ocasião, está impedido de trabalhar nos bares e festas que traziam o seu sustento. Juntos fazem as contas, e Claudia se desespera com as despesas de aluguel, cartão de crédito, consórcio, mercado, e, pior, enxoval dos bebês. É quando ela tem uma ideia surreal que choca o marido: se exibir como webgirl e fazer sexo virtual com clientes, pelo computador. Nada que já não existisse no antigo normal, assim como o machismo e o ciúme de Chico, mas agora Claudia está pronta para virar o jogo.

CINDERELA

Robinson (Yuri Marçal) é o protótipo do brasileiro pobre e morador de uma pequena casa em um morro carioca. Com família numerosa e barulhenta, é pego de surpresa pela pandemia, já que sua moradia não oferece condições mínimas para a nova realidade de home office. Fera em tecnologia, mas com ambição de se tornar criador de conteúdo numa produtora badalada, o rapaz gay e de lábia malandra aproveita um pedido indecente da chefe, e aproveita para ter algum sossego na mansão vazia e posar de milionário nas redes sociais em busca de ‘likes’. Pressionado por Jaqueline (Roberta Rodrigues), sua irmã médica e envolvida na linha de frente do tratamento de pacientes de Covid-19, a não trair a sua origem, a vida de Cinderela de Robinson começa a perder o sentido quando conhece um crush com o codinome “Príncipe” num aplicativo de encontros.

COLAPSO

Em um prédio de luxo que poderia se chamar Brasil estão as duas pontas simbólicas da mesma situação onde todos estamos nessa pandemia. Ou quase o mesmo. Na cobertura vive Edgar (Gabriel Godoy), profissional bem sucedido do mercado financeiro, enfastiado com a quarentena, aflito com o sobe e desce das bolsas internacionais. Na portaria está Zezinho (Rafael Portugal), zelador do prédio, saudoso da mulher, Maria (Samantha Schmütz), que não vê faz tempo. Para não colocar a vida deles em risco em transportes públicos, decidem que é melhor Zezinho viver esse período num quartinho do edifício. Maria permanece em casa e, como apenas uma patroa segue pagando o seu salário de diarista, costura máscaras de proteção para vender e doar para a comunidade. Mas a segurança deles parece entrar em perigo quando Edgar passa a pedir ao porteiro ajudas constantes com suas necessidades sempre urgentes.

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Nesse post venho trazer 4 novas séries brasileiras que você provavelmente vai querer dar uma chance.

Coisa Mais Linda

Sinopse: Nos anos 1950, a paulistana Malu se muda para o Rio de Janeiro com o marido para abrir um restaurante. Porém, ele rouba todo o seu dinheiro e foge. Ao conhecer a cantora Adélia e a escritora Thereza, a jovem abre um clube noturno de bossa nova.

Essa série brasileira é um drama de época que lida com temas atuais. 

Com a história se passando no final da década de 50, a obra foca na narrativa de 4 personagens femininas, totalmentes distintas uma das outras

Maria Luiza ou Malu é a protagonista da série, vinda de uma família rica ela sempre teve o que queria,  na série ela é jogada fora da zona de conforto, tendo que passar por diversas provações e desafios numa nova perspectiva de vida, longe da família.

Lígia é a personagem que mais se assemelha a Malu, seu conflito é o mais denso da obra, tendo que escolher entre o marido que a quer exercendo o papel de dona de casa e mãe de família, e seu sonho de ser cantora e viajar pelo país mostrando seu talento.

Thereza é a que tem a vida mais estável das 4 personagens principais, um marido amor, um bom emprego, ela é o ideal que as mulheres querem alcançar na vida. Mesmo tendo a vida considerada “perfeita”,  Thereza tem seus dilemas e decisões que a fazem refletir sobre a sua vida.

Adélia é a personagem que mais sofre preconceito na obra, além de mulher numa época completamente machista, ela também é negra e diarista, o que faz a personagem ser discriminada e desvalorizada.

Coisa Mais Linda é definitivamente uma mais das melhores séries brasileiras da Netflix                             

Ele tem um bom roteiro com temas atuais, um drama bem colocado e uma ótima trilha sonora de época, tudo a fim de mostrar as lutas dessas mulheres ao longo de uma década predominantemente machista.

Com apenas 7 episódios, a história é bem condensada e não fica entediante em momento algum, deixando um gancho final de tirar o fôlego essa obra tem muita a mostrar na sua futura 2ª temporada.

Coisa Mais Linda está disponível na Netflix.

O Escolhido

Sinopse: Enviados para vacinar os moradores de um vilarejo remoto no Pantanal, três jovens médicos acabam isolados em uma comunidade cheia de segredos.

A trama acompanha 3 médicos numa campanha de vacinação do vírus da zika, ao longo de 6 episódios a obra traz um mistério e o embate entre ciência e fé. 

O Escolhido é um bom suspense sobrenatural, mas não voltado ao susto ou medo, e sim a ambientação de um lugar desconhecido, de uma crença e costumes desconhecidos pelos médicos.

A mitologia que envolve o escolhido é a narrativa mais interessante da série, porque é isso que faz o telespectador ficar atento e reflexivo sobre a obra.

Mesmo após presenciar milagres acontecendo no vilarejo, os médicos continuam a não acreditar que aquilo é real, e você fica se perguntando como a ciência irá provar o contrário do que está vendo ?

Ela é uma série que tenta envolver o público de forma cadenciada, e até através de flashbacks algumas vezes, e para se ter ideia, o escolhido que dá nome a obra, só aparece no final do segundo episódio.

Apesar da série pecar nos diálogos, o elenco é muito bem escolhido, cada atuação acaba funcionando muito bem para o suspense que envolve a trama.

Portanto, se você gosta de um bom suspense, o escolhido é uma ótima obra para se maratonar no fim de semana.

O Escolhido está disponível na Netflix.

Sintonia

Sinopse: Doni, Nando e Rita cresceram juntos na mesma favela, influenciados pelo fascínio do funk, do tráfico de drogas e da igreja. Cada um deles transforma suas experiências de infância em caminhos muito divergentes, até perceberem que precisam um do outro.

Cheia de personalidade, Sintonia traz mais uma nova abordagem do que é a cultura do funk nas favelas brasileiras.

A trama acompanha Doni, Rita e Nando tentando vencer na vida, através da música, do tráfico ou da igreja.

O roteiro de Sintonia é muito bom, pelo fato de focar a história em apenas 3 personagens, dando espaço para um aprofundamento na narrativa de cada um.

Apesar de serem diferentes entre si, eles cresceram juntos e sendo amigos desde a infância, um apoia o outro, independente de julgamento.

A jornada do Nando no tráfico é a mais interessante do trio principal, na obra é retratado como seu serviço pode vir a afetar a vida de seus amigos e de sua família.

Rita é a personagem que luta por si, sozinha no mundo ela batalha para ter o que comer, após abandonar uma amiga no primeiro episódio, ela começa sua jornada de redenção para se tornar uma pessoa melhor, e é nesse ponto que a igreja entra.

Doni sonha em ser um famoso cantor de funk, mas encontra no pai evangélico uma resistência que não apoia o filho em sua jornada.

A atuação dos atores são muito bem trabalhados, mas o destaque principal vai para Christian Malheiros que entrega uma atuação perfeita para o personagem Nando.

A série é dirigida e idealizada por KondZilla, um dos maiores produtores de funk do país, o que traz tamanha fidelização da história, pois o proprio ja passou o mesmo que os personagens da série passam.  

Sintonia está disponível na Netflix.

Shippados

Sinopse: Enzo e Rita se conhecem em um bar após seus respectivos encontros serem catastróficos. Aos poucos, percebem que têm muito em comum e resolvem dar uma chance a um relacionamento moderno, onde tudo é mediado por redes sociais e aplicativos.

A última indicação é uma série que passou batida pelo grande público, obra de Alexandre Machado e Fernanda Young, Shippados tenta mostrar como os relacionamentos são difíceis na era digital.

A obra conta a história de Rita e Enzo, eles após enfrentarem problemas em seus relacionamentos e encontros, acabam tendo suas vidas cruzadas e percebem que os dois têm muito em comum.

Diferentes de outras séries brasileiras, Shippados não tem um ar novelesco ela possui uma personalidade própria, além de utilizar o esquema de esquetes muito bem, se assemelhando ao que é visto em canais famosos do Youtube.

O humor nonsense da obra pode não funcionar com algumas pessoas no início, mas com o decorrer do tempo você vai se acostumando e gostando dos diálogos malucos, mas muito inteligentes dos personagens.

Tatá Werneck que interpreta a protagonista Rita não poderia ter um papel melhor, uma das melhores humoristas do país, ela dá um tom de humor afiado e ácida que a personagem precisa. 

Eduardo Sterblitch interpreta o Enzo, um cara meio esquisito, mas de ótimo coração que encontra em Rita uma pessoa que não o vê como “esquisito”. 

Os personagens secundários são poucos explorados, eles servem apenas de plano de fundo para se contar a narrativa de Enzo e Rita.

Com um humor jovial que bebe da nova era digital, Shippados é uma das melhores séries brasileiras deste ano.

Shippados está disponível no GloboPlay.

E você, se tiver alguma indicação de série brasileira, deixe nós comentarios.

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