BNA (Brand New Animal)

Começamos a lista com a mais nova produção BNA: Brand New Animal ou simplesmente BNA. A animação estreou no dia 8 de abril de 2020. Foi originada pelo Studio Trigger (mesmo estúdio de Little Witch Academia e Kill la Kill) e contém 12 episódios.

Opening de BNA (2020).

A história do anime se passa no século 21 onde homens-fera aparecem após ficarem escondidos nas sombras durante muito tempo. A protagonista Michiru vivia como uma humana normal até, em um certo dia, ela virar uma humana-tanuki (uma espécie de guaxinim típico do Japão). Diante desta situação, ela foge com medo de ser vítima do preconceito com os homens-fera e consegue refúgio numa área especial de uma cidade chamada “Anima City”.

Sirius the Jaeger

Se você gosta de animes com suspense, cenas sombrias e momentos de ação, Sirius the Jaeger pode ser uma ótima dica. É uma obra original da Netflix de 12 episódios tendo sido ela escrita por Keigo Koyanagi e produzida pelo estúdio P.A.Works (True Tears, Angel Beats! e Another).

Opening de Sirius the Jaeger (2018).

O enredo se passa em 1930, na época de uma Tóquio imperial, onde um grupo de caçadores de vampiros, conhecidos como Jaegers, se envolvem em uma batalha mortal pela misteriosa Arca de Sirius. Entre eles, está o jovem lobisomem Yuliy, que teve sua vila natal destruída por vampiros.

Ultramarine Magmell

Curte animes de aventura e fantasia? Então que tal dar uma olhada em Ultramarine Magmell. A animação é uma adaptação de uma obra chinesa escrita e ilustrada pelo chinês Dainenbyō. Produzido pelo estúdio Pierrot (mesmo de Naruto, Urusei Yatsura e Yu Yu Hakusho) o anime estreou na Netflix em outubro de 2019 e contém 13 episódios.

Opening de Ultramarine Magmell (2019).

O enredo do anime se passa décadas depois do surgimento repentino de um novo continente, onde um jovem chamado Kengo Kawanishi, ajuda aventureiros na exploração desse perigoso e desconhecido mundo. Os exploradores acabam encontrando formas de vida e recursos misteriosos, além de passarem por situações de risco.

Beastars

Já pensou em uma sociedade harmoniosa e pacífica feita inteiramente por animais? Animais de todos os tipos te digo e eles convivem juntos no dia a dia (durante o trabalho, durante a escola e durante todas as suas vidas). Parece perfeito, não? Bem, Beastars não é sobre uma sociedade perfeita e isso é o que torna essa trama tão interessante em sua primeira temporada de 12 episódios originada pelo mangá de mesmo nome do autor Paru Itagaki e produzida pelo estúdio Orange que a estreou em 2019 na Netflix.

Opening da 1ª temporada de Beastars (2019)

A trama gira em torno de Regoshi, um lobo sensível e tímido que é membro do clube de teatro da Academia Cherryton. A história começa com um tom de mistério após o assassinato de um aluno que era um animal herbívoro e acompanha alguns dos dilemas enfrentados por Regoshi, como o fato dele não se sentir bem consigo por ser um carnívoro (lobo), pelos seus instintos de carnívoro, pela pressão social por ele ser de uma espécie predadora e pelos seus sentimentos em sentir uma paixão proibida que ele cultiva das tramas e subtramas desta temporada.

Teasing Master Takagi-san

Para encerrarmos, coloquei Teasing Master Takagi-san (também como Karakai Jouzu no Takagi-san), que na minha opinião, é o anime de comédia romântica mais fofo da Netflix. A animação foi adaptada pelo estúdio Shin-Ei Animation, estreando a sua primeira temporada em 2018 pela Crunchyroll e a segunda temporada pela Netflix em 2019, que somam ao todo 24 episódios bem humorados para se passar o tempo.

Opening da primeira temporada de Teasing Master Takagi-san  (2018).

Neste anime acompanhamos a história de um jovem estudante, chamado Nishikata, que diariamente é provocado pela sua colega de classe, Takagi-san. A garota sempre se senta ao seu lado para lhe provocar até ele se sentir super constrangido com suas provocações. O garoto tenta revidar e os dois acabam ficando em uma eterna batalha repleta de provocações e momentos cômicos. Realmente é uma ótima opção para rir e se divertir com está duplinha.

Bônus:

Carole and Tuesday

Não poderia faltar o belíssimo anime musical Carole & Tuesday, do diretor japonês Shinichiro Watanabe, o mesmo de nomes aclamados como Cowboy Bebop e Samurai Champloo, ambos reconhecidos além de suas produções e roteiro de suas qualidades com trilhas sonoras. A obra estreou em 2019, pelo estúdio Bones (também responsável por animes como Noragami e Boku no Hero Academia), contendo 24 episódios.

Carole & Tuesday – Opening 1 (2019).

A animação se passa em um cenário futurista e nela acompanhamos a trajetória de duas adolescentes cujos nomes formam o título da obra. Tuesday é uma garota rica e criada no meio de muito luxo pela sua família que não liga para as coisas simples da vida e por causa disso que a garota não era feliz. Já Carole é uma jovem mais humilde e simples (o completo oposto de Tuesday) e que acaba sofrendo diariamente com bicos e pequenos salários além de passar por algumas humilhações na cidade grande. O encontro das duas acontece após Tuesday fugir de casa. Elas percebem que estão unidas pelo amor que sentem pela música e diante disso ficam amigas e passam a lutar pelo sonho de serem artistas conhecidas e admiradas.

E aí? Gostaram da matéria? Se ficou faltando algum anime que tenhas gostado ou chamado sua atenção, coloca nos comentários. Nos vemos em breve.

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Essa é uma prática já antiga, levando em conta as Fábulas de Esopo, cujas personificações de animais foram registrada já no século VII a.C., mas que se reinventa com sucesso constantemente. Isso deu certo com Zootopia, com Beastars, e também com Bojack Horseman – todos esses criando histórias instigantes, cada uma com sua distinta proposta, levando em conta a concepção antropomorfizada. Agora resta julgar se também funcionou com BNA: Brand New Animal.

BNA é a mais recente produção do Studio Trigger, criador também do meu querido Little Witch Academia, de Kill la Kill, e Promare. Após seu anúncio na segunda metade do ano passado, fiquei extremamente curiosa. Já havia amado Beastars, e cada notícia sobre essa série antropomórfica de doze episódios me empolgava mais para a sua estreia – essa concretizada em 30 de junho deste ano. 

A obra, ambientada em tempos contemporâneos, acompanha a estadia da Michiru Kagemori na cidade dos ferais (seres animalescos donos de uma forma humana e outra de bicho), Animalia. Outrora uma adolescente normal, por alguma razão desconhecida, ela se tornou uma feral tanuki, portanto considerada um tipo de ameaça para as outras pessoas. Em Animalia, ela investiga a sua nova condição e observa as relações sociais entre ferais dentro do espaço citadino e segregado.

BNA leva a sua idealização de selva urbana a sério, compondo uma arquitetura que leva em conta a ecologia multicultural de qualquer megalópole. Animalia, afinal, é vibrante, cheia de diversidade, criando um terreno até verossímil para conflitos de classe. Michiru pode até ser a personagem mais importante da trama – conhecemos essa cidade a partir dos seus olhos – no entanto, é a cidade com suas infinitas faces e cores que protagoniza a história. Isso foi, aliás, um cuidado explicitado no seu desenvolvimento.

Em uma entrevista realizada pelo portal Otaquest, o roteirista Kazuki Nakashima foi perguntado sobre quais discussões foram realizadas sobre a retratação da cidade. Em resposta, ele ofertou o seguinte relato.

“O Diretor [Yoh] Yoshinari e outros produtores foram aqueles os quais imaginaram a ambientação de ‘um mundo com ferais’. Inicialmente, os ferais se espreitavam na escuridão do mundo onde os humanos vivem e criam seu próprio espaço único, e a história seria sobre uma garota que nada sabia sobre os ferais rondando aquele mundo. Entretanto, eu achei que seria melhor tornar a sua cidade mais aberta de forma que a estrutura social da comunidade feral fosse mais explorada, então criei o cenário de ‘Animalia’.”

Isso se traduz nos enormes arranha-céus, nas ruas lotadas, no puro caos comunicativo dos seus habitantes. A construção de mundo elabora uma alegoria competente em pensar uma distinção palpável entre os humanos e os ferais. Os seres animalescos, os quais são vistos inicialmente como “os outros” por Michiru, desmistificam uma narrativa hegemônica de selvageria: eles são gente, ainda que animais, ora!

Eu não esperava a delicadeza que foi usada ao pintar essas questões sociais – os vestígios de problemáticas profundas mais do que arranharam a superfície na sua abordagem franca. A animação energética oferecia essas informações de maneira rápida em todos os seus aspectos, traduzindo a sua mensagem de multiculturalismo e diversidade com clareza e intento genuíno.

E, pelos céus, que animação! Mais uma vez Trigger entrega algo subliminar com seus excelentes designs característicos e peculiares, cenários criativos, e história emocionante. O lobo Shirou Ogami também é ótimo – um feral cínico com ódio a humanos – complementando o ponto de vista idealístico da sua parceira Michiru.

Se eu puder reclamar de algo é da sua resolução corrida. A equipe tinha tanto a dizer e se amontoou nos episódios finais. Acredito que, se houvessem mais três ou quatro episódios, a narrativa teria sido concluída com uma resolução mais satisfatória. Dito isso, o desenho é uma obra estonteante, capaz de tirar o fôlego em certos momentos.

No momento histórico marcado por conflitos sociais e conscientização de direitos em que estamos vivendo, BNA é uma produção extremamente atual, reflexo da convergência multicultural urbana própria da globalização. Aqui, a diferença não é só explorada como celebrada. Não importa qual sua raça, qualquer um pode encontrar seu lar em Animalia.

Você pode assistir a BNA: Brand New Animal inteiro pelo serviço de streaming da Netflix.

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