ENREDO

Mas como assim “dois corpos”? É isso mesmo que você leu. Não se trata de um clássico de troca de corpos em que uma pessoa vai parar no corpo de outra, como Your Name (de Makoto Shinkai) ou Yamada-kun and the 7 Witches.

Em Lookism, o protagonista se vê saindo do fundo do poço até o topo do universo quando, por alguma aleatoriedade do destino, ele acorda em outro corpo. Entretanto, o corpo antigo ainda permanece dele em circunstâncias que o farão ter que lidar com a nova realidade de ser 1 em 2.

Park Hyeong-Seok é um jovem estudante do ensino médio, tem estatura baixa, é gordo e, pelas falas de seus colegas nada amigáveis, é feio. Seus dias na escola não poderiam ser piores. Dessa forma, ele arranja um jeito de mudar para outro centro de ensino e recomeçar por lá.

Hyeong-Seok não tem um tato social muito bom (provavelmente graças aos anos de bullying) e já leva na cara assim que chega em seu novo bairro. Parece que o bullying nunca vai terminar, não é? Pois é aí que algo mágico acontece.

A história é bem interessante, pois faz uma bela reflexão sobre o que a sociedade considera importante e traz toda aquela jornada de se conquistar seu sonho. No caso do protagonista, esse sonho é ser um cantor. (E vamos lembrar toda a pressão real que tem na Coreia do Sul para cima dos idols).

Mais diferenciais: a parte visual

O traço desse anime é realmente bem diferente de outros que já assisti e se não fosse pelo cgi deprimente diria que foi uma excelente surpresa. Além disso, Lookism parece em vários momentos um dorama em forma de desenho.

Senti até uma pegada de Jojo ao ver alguns homens musculosos gigantérrimos brotando no ambiente escolar.

Assim, apesar de começar com um design de personagens que deveriam ser adolescentes só que são muito mais parecidos visualmente com adultos, cada personagem tem alguma característica bem destacada e a estética é legal.

Da webtoon para o anime

Outro fator que é bom ser levado em consideração quando se fala em Lookism é que essa expressão única do anime não veio do nada. A animação da Netflix é uma adaptação da webtoon de mesmo nome que já tem mais de 400 episódios escritos. Ou seja, a guinada da primeira temporada é só uma dentre muitas que poderão acontecer se o streaming decidir adaptar até o final.

Pela primeira temporada, Lookism ainda está imerso no estereótipo de personagem feia que fica no padrão do que consideram bonito e recebe atenção. Porém fez várias aberturas para mostrar que existe uma alternativa em que as pessoas aceitariam o protagonista do jeito que ele é. Inclusive, ele mesmo passa a perceber isso enquanto leva uma vida dupla.

Ou seja, é um bom anime para passar o tempo e, sabendo a quantidade de episódios da webtoon, é bem capaz de se tornar uma saga detalhada.

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Shadowverse é um card game digital para celulares e computadores, o qual eu nunca ouvi falar até o lançamento da primeira temporada do anime em 2020. Alguns meses depois descobri um crossover do jogo com Love Live Sunshine, o que eu gostaria de saber na época para ter o avatar da waifu, mas eu não tinha visto Shadowverse ainda, ou Love Live.

O primeiro anime de Shadowverse tem vários problemas. Não entrando no fato de ser um anime para crianças e parte do enredo parecer meio bobo para um adulto; ou efeitos serem inventados nos jogos finais só para salvar, ou ferrar, os protagonistas perdendo qualquer tensão porque tudo pode acontecer; mas sim em uma forma de divulgação do jogo.

Depois de 48 episódios, eu não sei as regras do jogo, nunca foi explicado direito, eles só jogam. Eu aprendi algumas coisas, principalmente por minha experiência com outros card games, mas isso também atrapalhou em entender outras coisas.

Shadowverse Flame

Essa nova temporada se passa alguns anos no futuro do primeiro anime e os acontecimentos finais da série são citados nesse primeiro episódio.

O anime se situa numa escola de jogadores de Shadowverse e acredito que vai ser um ponto central da história por muito tempo. Principalmente por conta dos clubes de Shadowverse dessa escola, que aparentam ser o ponto de conflito principal desse início.

Tenryu Light, o protagonista dessa nova série não demonstrou muito carisma ainda, ele parece um robô em seus comportamentos. Todo o rolê da transferência dele é muito estranha. Um homem com roupa estranha fala que ele tem que ir para essa escola, pois lá encontra-se seu destino, seja lá o que isso significa.

Entretanto, ele é uma pessoa que cumpre suas promessas, mesmo que seja um aleatório “te ajudo nisso”, sem nem saber da situação.

Considerações finais

Eu estou animado para o anime? Não. Mas o protagonista ser um completo novato que nem tinha interesse no jogo me dá esperança de eu aprender as regras, só espero que não seja uma explicação muito boba.

O âmbito escolar de clubes chama a minha atenção. A aparição de alguns personagens na abertura me deixou curioso, e só.

Shadowverse Flame está disponível como a segunda temporada de Shadowverse na Crunchyroll.

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A protagonista de Tonari no Seki-kun é a Rumi, a garota que senta ao lado de Seki e encanta-se com suas formas de matar o tempo. A dinâmica dela varia entre tentar fazer com que ele seja flagrado, mas ao mesmo tempo ficando tão absorvida com o processo  que ela quem toma bronca por não focar na aula.

Sobre a obra

O anime de Seki-kun tem 21 episódios de aproximadamente 7 minutos cada. O mangá saiu em 2010 e tem continuidade até a data de publicação deste texto. Em ambos os casos, uma ótima pedida para passar o tempo com algo leve e bem descontraído para aquecer o coração.

Não apenas a Rumi, mas como espectador fiquei curioso e entretido várias vezes com as brincadeiras do Seki. Cada coisa aleatória e estranha, atrelada ao pensamento de “como o professor não vê isso?” promove um clima muito cativante ao espectador.

Em 2020 estreou um spin-off, Tonari no Seki-kun Junior. Esse spin-off retrata a vida adulta da Rumi como mãe e seu filho puxou do pai a criatividade para criar coisas e fazer brincadeiras.

O que Seki-kun me ensinou?

Eu não tive uma lição direta que tirei de Seki-kun, que eu lembre, mas foi por causa dela, pensando sobre a obra que eu percebi como um traço extremamente detalhado de um mangá não é necessariamente melhor.

Muito se fala sobre como mangás como Vagabond ou Berserk são lindíssimos por conta do detalhamento do traço. Entretanto, e se esse detalhamento em excesso não encaixar? Eu não vejo como obras como Tonari no Seki-kun se beneficiariam com algo assim, pois um desenho simples não só combina, como é mais adequado.

A falta de detalhes não torna uma arte automaticamente feia, pois a arte tem função. Um excesso de detalhamento sem função pode ser prejudicial a algumas obras, como a falta dele é prejudicial a outras

Por fim, o anime  está disponível na Crunchyroll.

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