Do que se trata ?

Uma idosa imigrante chinesa(Michelle Yeoh) se envolve em uma aventura louca, onde só ela pode salvar o mundo explorando outros universos que se conectam com as vidas que ela poderia ter levado. Além de Michelle, o elenco conta com Stephanie Hsu como Joy Wang, Ke Huy Quan como Waymond Wang, James Hong como Gong Gong, Jamie Lee Curtis como Deidre Beaubeirdre e com direção e roteiro de Dan Kwan e Daniel Scheinert.

O que eu realmente achei do filme?

Antes de começar, não posso deixar de fazer uma breve comparação a Doutor Estranho e dizer que o Multiverso da Loucura está nesse filme e não no filme de Sam Raimi. Começando gostaria de realçar a brilhante direção dos Daniels, pois há muitas transições de multiversos durante as cenas que é feita de forma natural, de fácil compreensão e agregando visualmente o filme em todos os aspectos: cômicos, para dramatizar, para assustar ou para tornar visível todos os sentimentos envolvidos na situação.

Outro grande destaque é para o roteiro, por mais louco a regra para que seja feita a transição de habilidades dada aos personagens durante um curto período, ela é lógica, divertida e incrível. O filme brinca com diversos sentimentos nosso, colocando a gente para rir de coisas bobas da vida, rir de piadas mais adultas, rir de piadas mais nonsense, se divertir com uma ação instigante e chorar de soluçar em certos momentos.

TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO, mostra claramente o que queria trazendo a Michelle Yeoh para o filme. Além de uma atuação impecável da atriz de longa data, utilizar o seu conhecimento de artes marciais e balé que já foi mostrado em muitos outros filmes feitos pela mesma. Isso faz as cenas de ações serem mais “limpas”, sem muitos cortes e mostrando uma luta complexa sem deixar perdido nos cortes ou até mesmo não torna-la “crível”, até mesmo Jamie Lee Curtis está perfeita nas cenas de ação, apesar de não ser muito de costume em seus filmes que faz.

Stephanie Hsu, James Hong, Ke Huy Quan, Jamie Lee Curtis e Michelle Yeoh dão uma aula de atuação com maestria, mostrando a versatilidade de mudar o personagem em segundos, com um pequeno e sutil movimento ou gestos. Fazendo tudo o que estamos vendo, seja totalmente diferente de um personagem para o outro personagem em uma mudança de segundos. Michelle, Jamie, James e Ke eu já era fã desde que vi Tigre e o Dragão, Hallowen, Os Aventureiros do Bairro Proibido e Os Goonies, porem agora sou fã Stephanie que mostrou muito talento em sua atuação e possui um brilhante futuro como atriz.

Esse filme é dividido em 3 partes e não há uma parte que deixe barriga ou fique desinteressante a historia. Com 2h e 19 min de não querer tirar o olho da tela, mesmo se você quisesse, não conseguiria.

O Estúdio A24, trouxe Minari, Midsommar, Hereditário, Moonlight, Joias Brutas e muitos outros filmes, assim como o TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO. O que me faz pensar é que o estúdio sabe escolher suas obras a dedos e todas tem um ótimo conteúdo, direção, roteiro em geral são ótimas obras de artes.

Acredito que nunca conseguirei descrever todos os sentimentos sobre esse filme, então tentarei não me alongar, mas duas coisas que posso dizer hoje é : Um – Ele superou meu hype de maneira imprevisível e dois – Ele entrou para o meu top 10 de filmes da minha vida.

Conclusão

Lembrar do filme me faz querer ver o filme de novo, em breve quando chegar o lançamento aos cinemas estarei novamente lá para revelo. TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO é um filme que todos deveriam assistir, pois todos precisam ter uma obra prima dessas como vivência de vida e levar em seu coração a bela mensagem que o filme quer passar.

Agradeço muito a Diamond Films Brasil por me dar essa oportunidade de ver em primeira mão esse filme e ansioso para qualquer obra nova do estúdio A24 que sair.

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Tudo em todo lugar ao mesmo tempo é um filme da A24 e será lançado em 23 de junho de 2022 no Brasil. Dirigido por Daniel Kwan e Daniel Scheiner e estrelado por Michelle Yeoh.

TUDO

Desde o primeiro trailer, eu já havia ficado empolgado para esse filme. Tanto pela protagonista, Michelle Yeoh, que é maravilhosa quanto pela premissa do filme: a exploração de universos paralelos. E aqui a história entrega literalmente de tudo e é exatamente como a sinopse e trailers se propõem. Evelyn transita entre os mais “normais” e mais bizarros universos, e a criatividade dos diretores não se contém em nenhum momento.

Evelyn é uma pessoa extremamente comum. Ela possui uma lavanderia, que ela administra com seu marido. Ela vive uma vida normal, e ao ir resolver questões de imposto de renda, acaba entrando em uma absoluta loucura. Uma versão alternativa de seu marido entra em contado com ela para que ela o ajude a deter sua filha, que acabou virando uma entidade maligna que transita entre os multiversos.

EM TODO LUGAR

Passamos a acompanhar Evelyn enquanto ela explora diversas versões dela mesma. É interessante, porque, por Evelyn ser uma pessoa comum, as possibilidades de outras vidas para ela se tornam ainda mais empolgantes e é algo chocante até para ela. É uma situação que nos faz refletir sobre todas as possibilidades em nossas vidas. E se tivéssemos escolhido outro emprego? E se tivéssemos viaja para tal país? E se tivéssemos ficado com essa ou aquela pessoa? As possibilidades são infinitas e instigantes.

Mas, apesar de o filme mostrar toda essa loucura, em seu centro, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo é uma história familiar, sobre cura e aceitação. É sobre a importância das pessoas que nos cercam, independente do destino que elas tiveram em nossas vidas. Evelyn, além de se sentir frustrada com sua vida, também passa por uma situação familiar delicada, quando sua filha quer apresentar a namorada para o avô. A protagonista acaba percebendo, ao ver inúmeras possibilidades de si mesmo, que o que realmente importa é as pessoas que ela tem ao seu lado em seu próprio universo. Evelyn, abrindo sua mente para diferentes possibilidades, acaba aceitando sua filha e dando valor a bondade de seu marido e suas vidas juntos.

AO MESMO TEMPO

Apesar de eu ter gostado muito dessa exploração de multiversos, das cenas de ação e interpretações, eu acredito que a comédia do filme não me agradou. Mas acredito que isso seja mais um gosto pessoal mesmo. A comédia do filme parece bastante “pastelão” e algumas situações foram bem vergonha alheia. Ainda assim, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, é um filme como nenhum outro que eu tenha assistido.

Toda a ideia do filme é ótima e a execução foi muito boa também. Outra coisa que gostei muito foi a edição, que é impecável, fazendo com que todo o enredo seja eficaz. Isso aliado a cenas de ação muito bem coreografadas, e o fato da atriz Michelle Yeoh já ter experiência com cenas do tipo só ajudam. A trilha sonora e edição de som é outro ponto forte, pois promove a mistura de universos junto com a imagem.

Esse é um filme que vale muito a pena ver nas telonas, para uma experiência ainda mais única, quanto estrear nos cinemas por aqui.

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Sinopse: Uma aventura épica de fantasia medieval inspirada nas atemporais lendas arturianas. Focado na saga de Sir Gawain, o sobrinho imprudente e obstinado do rei Arthur. Ele embarca em uma ousada busca para enfrentar uma grande criatura maligna de pele esmeralda.

GAWAIN

O filme é uma aventura épica que mergulha a fundo da fantasia do mundo arturiano. Apesar de, às vezes, flertar com o mundo real, a trama se apega mais ao surreal. Somos brevemente apresentados ao protagonista, mas não nos aprofundamos tanto na sua personalidade.

Gawain parece uma pessoa insegura de si, mas que quer a todo custo encontrar a honra que tanto deseja e se tornar um cavaleiro. Com a chegada do Cavaleiro Verde e a proposta do mesmo, Gawain vê na situação uma chance de se destacar e dar orgulho ao rei Arthur. O Cavaleiro Verde dá a Gaiwan a oportunidade de cortar sua cabeça. Gaiwan aceita e o cavaleiro fala que, depois de um ano, Gaiwan deverá procurá-lo para receber o golpe de volta. Mas o que será que esse teste realmente significa?

Uma frase que me marcou foi quando Essel (personagem vivida por Alicia Vikander) diz a Gaiwan algo como “bondade não é o suficiente?”. Essa pergunta remete a essa busca dele pela honra. Ser apenas bondoso não é o suficiente na visão de Gaiwan. Ele precisa de algo mais. Algo que o destaque dos outros. Mas, ao aceitar o desafio do Cavaleiro Verde, Gaiwan estava cego a tudo que essa sua decisão acarretaria. Depois de um ano, ele segue, então,  em uma jornada para, possivelmente, entregar sua vida ao cavaleiro.

Antes disso, em sua viagem, Gaiwan vai passar por vários testes no meio do caminho. Eles testarão sua pureza, amizade e outros atributos ligados a honra e ao que ele almeja ser.

VISUAL INCRÍVEL

A primeira coisa que notei no filme foi o quão escura é a imagem. Isso geralmente me incomoda bastante ao assistir, e com O Cavaleiro Verde não foi diferente. Apesar disso, a fotografia é deslumbrante. Os enquadramentos, as cores e a iluminação das cenas são lindas. Visualmente, o filme é muito agradável e isso é essencial para que a história contada funcione tão bem. O visual também combina com os elementos fantasiosos da obra.

Tanto direção e edição são muito boas também e é admirável que David Lowery tenha assinado ambas. A trilha sonora fica por conta de Daniel Hart, que já havia trabalhado com o diretor em A Ghost Story, de 2017. A trilha sonora de O Cavaleiro Verde é incrível e é interessante como o compositor misturou coros junto com os instrumentos usados. Isso dá uma ambientação ainda mais fiel à história, lembrando muito as músicas cantadas na época.

É importante elogiar principalmente a atuação de Dev Patel, que foi uma ótima escolha para viver o papel principal de Gawain. Provavelmente na melhor atuação de sua carreira, o ator traz muita emoção ao personagem e vemos o quão imerso ele está nas cenas. Suas expressões viajam entre mais contidas e mais explosivas, entre medo e euforia. É fácil se conectar ao personagem, por mais que algumas de suas atitudes sejam duvidáveis.

O CAVALEIRO VERDE

O personagem que dá nome ao filme é um ser misterioso. Não sabemos muito sobre ele, mas algo importante é dito em uma parte do filme. Uma personagem se pergunta por que o cavaleiro é verde. A verdade é que o cavaleiro é baseado no conhecido conto do homem verde, um ser mitológico que representa a natureza. Ou seja, o cavaleiro representa também a natureza e o ciclo de vida e morte.

O desafio do cavaleiro é muito significativo, pois significa exatamente isso: o ciclo da vida e morte. Gawain deu o golpe que cortou a cabeça do cavaleiro e depois deve receber o mesmo golpe. O homem ataca a natureza e a natureza o ataca de volta.

Diferente do conto, onde Gawain passa em todos os testes ao longo do caminho e falha no final, no filme ele falha em todos os outros e passa no desafio final. Apesar disso, o final do filme fica em aberto. Não sabemos se o cavaleiro cortou a cabeça de Gawain ou não. Fica a interpretação de cada um.

Esse desafio me faz lembrar o que a personagem de Essel disse no início do filme sobre a bondade. Imagino que, talvez, a intenção do cavaleiro desde o início tenha sido de testar justamente a bondade de Gawain. Se ele tivesse se recusado a cortar a cabeça do cavaleiro, no que será que isso implicaria? Fica o questionamento. A ideia do desafio pode ter sido a de representar esse ciclo da natureza, como pode também ter sido uma forma do cavaleiro de testar a generosidade humana.

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