Olá você que está aí do outro lado da telinha, tem passado bem? Hoje nos encontramos não exatamente para falar de games ou um filme em específico, mas sim música. É isso mesmo! Vamos falar do álbum, o décimo sétimo álbum do Iron Maiden chamado Senjutsu.
Senjutstu que em tradução livre é “Tática e Estratégia”.
Antes de qualquer coisa, não espere nada muito técnico, eu não tenho essa capacidade para avaliar “nuances” de uma música como um musico, mas posso e vou passar as minhas impressões, tentando ser o mais imparcial/parcial (em alguns momentos) sobre essa obra, estejam avisados.
Não é segredo para ninguém que me conhece que a banda britânica Iron Maiden é com sobras o grupo que eu mais acompanho notícias, amo, enfim, todo essas coisas. E até mesmo falamos sobre o jogo da banda recentemente aqui no NSV Mundo Geek, analisando o jogo Legacy of The Beast, nome esse que também vinha sendo o da tour do grupo até a pausa da pandemia e tendo previsão de término ano que vem.
Durante aquele texto, eu e boa parte da fanbase da banda, vivíamos a expectativa de um novo “single” e/ou álbum lançado no futuro. Pois é, na mesma semana, após a saída daquele texto The Writing On The Wall ganhou a luz do dia com um clipe simplesmente fantástico anunciando uma nova era da banda, que ainda não tinha sido revelado o nome do novo álbum.
Dias depois, Senjutsu foi oficializado após uma campanha de marketing que envolveu principalmente o Instagram da banda que em 16 dias, fazia uma espécie de contagem regressiva em seus stories com os álbuns anteriores, culminando no 17º dia com a revelação do seu mais novo trabalho e a data de lançamento, dia 3 de setembro de 2021.
A expectativa obviamente foi lá para cima, dedo no c* e gritaria tomaram conta dos fãs, inclusive esse que vos escreve. Ainda mais que no dia 19 de agosto, dia do meu aniversário, como se fosse um toque do destino, Stratego foi liberada pela banda como uma degustação do novo álbum.
E assim nos restou esperar o tal dia 3 de setembro às 00hrs.
Depois dessa pequena história, vamos falar especificamente do álbum. São 10 músicas, sendo as últimas 4 no segundo disco, uma música a menos do que o trabalho anterior da banda, The Book of Souls, lançado em 2015, e com uma hora e vinte e um minutos de duração.
Na ordem, disco 1: Senjutsu, Stratego, The Writing on The Wall, Lost in a Lost World, Days Of The Future Past, The Time Machine. Disco 2: Darkest Hour, Death of The Celts, The Parchment e Hell On Earth.
Bom, durante algumas falas de Bruce Dickinson, vocalista da banda, podíamos reparar que haveria coisas que o Iron Maiden nunca havia feito antes dentro do “rock”, uma quebra de paradigma numa banda que em seus momentos do passado sempre apostava em batidas de músicas rápidas e momentos épicos.
Em Senjutsu, temos esses momentos, Stratego e Days Of The Future Past são músicas que perfeitamente estariam em álbuns clássicos da banda, por exemplo. Mas, como tudo na vida, o tempo passa e você não consegue manter o ritmo de antes, e é totalmente normal.
Por isso existe uma tendência do Maiden desde The Final Frontier (2010) de fazer músicas mais lentas, mas que jamais perdem a qualidade. Isso foi muito mais explorado em The Book of Souls, tendo como seu ponto máximo Empire of The Clouds com seus magníficos 18 minutos e um segundo de música.
E aqui, essas músicas mais longas estão de volta, as últimas 3 músicas do álbum, somam quase 35 minutos de composições de Steve Harris, ou, carinhosamente chamado de “O Patrão”. Mas vou falar logo mais delas.
Quando fiz minha primeira audição do álbum, fiquei muito impressionado como Senjustsu se desenrola. Começa meio denso, ganha uma cara Maiden anos 80 em Stratego e exploram algo totalmente novo com The Writing on The Wall.
Lost in A Lost World é um puro suco do Iron Maiden, que pode não agradar, mas a mim, é uma das músicas favoritas do disco. Passando para The Days Of The Future Past que inicialmente teve uma resistência da minha parte, mas conforme escuto mais vezes, simplesmente estou adorando essa música.
The Time Machine é de muito fod*, essa música ao vivo será um ponto alto da próxima turnê, e me soa como um recado aos fãs que pedem que a banda volta as suas origens. Darkest Hour é uma música surreal, me lembro muito Journeyman de Dance of Death e escutar ela é um primor aos ouvidos e te faz questionar se aquilo é Iron Maiden de tão fora da curva que ela é, maravilhosa.
Agora vamos falar da trilogia do Patrão. Death Of The Celts é uma música ótima. Muita inspiração em The Clansman, do Virtual XI (1998), não é exagero dizer que se o Maiden quisesse dizer que era uma continuação ou uma The Clansman 2.0, poderia.
The Parchment é para mim o ponto mais baixo do álbum como um todo, é boa, mas muito longa e parece que ela não vai para nenhum lugar. Se tivesse uns 8 minutos ao invés de 12:38, certamente ela ficaria melhor.
E Hell On Earth, o que dizer dessa música? É muito difícil escolher a melhor música de um álbum da sua banda né? Mas Hell On Earth é para mim uma das 5 melhores de Senjustu. É SACANAGEM o que o Iron Maiden faz aqui. Ela lembra muito inclusive When the Wild Wind Blows, faixa que encerrava The Final Frontier.
Algumas considerações antes de encerrarmos. Senjutsu é um divisor de opiniões do Iron Maiden. Existem uns que dizem que é o melhor desde Seventh Son of a Seventh Son (1988), outros acreditam que o álbum é o pior desde a volta de Bruce e Adrian Smith no Brave New World (2000).
Minha opinião, eu não gosto de ficar comparando álbuns, pois são momentos muito diferentes, mas, se fosse para dizer algo, eu acredito que Senjustsu está um pouquinho acima de The Book of Souls. Ainda que ninguém tenha perguntado, A Matter of Life And Death (2006) está no meu topo de álbuns favoritos do Maiden, o resto nem eu quero entrar nesse mérito.
Sobre o Maiden usar de auto referências, beirando um “autoplágio” em algumas músicas, eu não me incomodo em nada. É óbvio que sempre queremos escutar algo novo, mas o Iron Maiden em especifico sempre buscou trabalhos deles mesmos para compor suas músicas e precisamos entender que se os caras não ligam mais em fazer isso, nós só temos que respeitar.
E músicas longas, sempre ouve na história de 17 álbuns da banda. Músicas que pudessem passar de mais de 6, 7 minutos, é só pesquisar, hoje não é novidade, então, tá tudo certo.
A última consideração que faço é justamente essas opiniões divididas, eu mesmo adorei o álbum na primeira audição, apesar de demorar quase um mês para falar oficialmente ela sobre o Senjutsu. Foi um processo que eu precisei levar de pouco em pouco, escutando várias e várias vezes o álbum, um processo mais rápido do que aconteceu com The Book of Souls, por exemplo.
Então, se você é fã, não tem problema algum você demorar para ter uma opinião formada sobre o disco, você pode até mudar de opinião com o tempo, ou não e ainda assim, está tudo bem.
Notas para músicas? Temos!
NOTAS:
Senjutsu: 5/5
Stratego: 5/5
The Writing On The Wall: 5/5
Lost in A Lost World: 5/5
Days of The Future Past: 5/5
The Time Machine: 5/5
Darkest Hour: 6/5
Death Of The Celts: 5/5
The Parchment: 4/5
Hell On Earth: 6/5
Nota Final: 5.1
(sim, eu falei que iria ser imparcial em alguns momentos)
Vida longa e próspera ao Senjutsu! UP THE IRONS!