Para pessoas como eu que jogaram os clássicos jogos da franquia Need For Speed como Carbon, os Underground e Most Wanted, sempre estivemos famintos por aquela sensação de liberdade e competição que sentíamos quando jogávamos estes jogos. Há tempos nenhum jogo de corrida conseguia trazer tais emoções, mas isso muda com Need For Speed Unbound.
No novo game da EA, finalmente encontramos um jogo de corrida arcade com personalidade mas que ainda soube ouvir os fãs. Encontramos um Need for Speed com corridas desafiadoras e perseguições implacáveis. A Criterion uniu forças a Codemasters, desenvolvedora da franquia de jogos de Fórmula 1 e Grid, e produziu o melhor Need for Speed dos ultimo 15 anos.
Estética
Em Need For Speed Unbound encontramos um jogo que mescla ótimos gráficos e ambientes, com efeitos cartunescos em cel-shading. Tal mistura da ao game um visual único que certamente será lembrado por algum tempo. O jogo traz personagens customizáveis em cartoon e carros extremamente belos. O jogo destaca os efeitos como drift, saltos e uso do nitro de maneiro complemente diferente do que já vimos na série. Claro, pode causar estranheza e inicialmente até reclamei o fato de podermos desativar os efeitos. Hoje acredito que esse é o faz Unbound ser mais que um bom jogo de corrida, mas o fazer Unbound.
A reclamação fica com os cenários da cidade, que apesar de parecer bem viva e movimentada, são repetitivos e é difícil lembrar que ponto está já que todos parecem iguais. Poderia ter sido aproveitada a oportunidade para dar mais cores ao ambiente, certamente tornaria o jogo ainda mais único e visualmente agradável.
Gameplay
Para um jogador de simuladores é sempre uma tarefa complicada falar sobre gameplay de jogos de corrida arcade, sempre acabamos buscando aquele acerto mais próximo ao que conhecemos e obviamente fracassamos. O Unbound permite ao jogador configurar o carro para uma direção com ênfase em aderência ou drift, e até mesmo conta com um controle de tração, depois de sofrer bastante percebe-se que o jogo claramente favorece jogadores que possuem pericia com o drift. Tentar jogar um game com nitro e física única com entrada de curva de um GT se mostrou loucura e isso não é culpa do Need For Speed. Saber utilizar bem o nitro nas saídas de curvas e usar o freio pode ser bem recompensador para jogadores mais competitivos!
É sutil, mas é divertido sentir a diferença entre um carro com tração integral o outro traseira. É satisfatório perceber a diferença entre um 350z e um Eclipse! Outro ponto bem satisfatório são as fugas policiais que game conta com um sistema de dano e knock-out. A Criterion foi bem feliz em aproveitar sua experiência com a franquia de Burnout e tornou não só o combate com a policia mais empolgante, como também o jogo mais sujo durante as corridas.
Outro acerto é a aumento progressivo dos níveis de policia e a manutenção do mesmo durante o período noturno. Somado a possível perda de dinheiro no período, faz com que o jogador tome uma decisão mais sabia de quando parar ou o quanto vale a pena segurar de dinheiro em mãos. O sistema de dano realmente faz a diferença aqui, assim impedindo ao jogador fugas infinitas. A única falta é a policia não ser mais agressiva durante as corridas. Imagina entrar em uma corrida com nível 5 de procurado? Isso certamente se somaria aos outros fatores para que o jogador abdique de corridas ou que as torne mto mais complexas de serem vencidas.
Progressão e enredo
Aqui tá um aspecto do jogo que realmente não me agradou. O jogo inicialmente parece que vai trazer uma grande rivalidade e que seu personagem vai precisar de uma ascensão, e que tal ascensão na historia vai seguir com o seu progresso do seu carro. Isso não acontece, infelizmente não acontece nada. Ainda que o gameplay certamente seja o ponto focal, ter personagens que gerem tensão, como Razor lá em Most Wanted, faz com que o jogador tenha um objetivo em mente. A aquisição de veículos e as customizações acabam sendo os únicos fatores que nos levam a progredir com o game. Nada de reaver o que nos foi levado, ou gloria, simplesmente queremos pegar aquela Mercedes e personaliza-la ao nosso gosto. Muito se citou sobre redes sociais, mas se limita praticamente a piadinhas, o ambiente de “instagram” e “Tik Tok” poderia ter sido melhor utilizada para narrativa, e criar uma rivalidade. A EA já fez isso em nos modos “História” de FIFA e F1, em um mundo livre como Need for Speed isso poderia ser avassalador.
Conclusão
Need for Speed Unbound é um excelente de jogo de corrida e que deve conseguir agradar aos fãs mais nostálgicos quanto os novos. A trilha sonora e o enredo são os pontos fracos e totalmente esquecíveis, mas são problemas pequenos comparados há um gameplay divertido e desafiador. Para os entusiastas de tunagem e colecionismo há conteúdo suficiente para ganhar a sua atenção. Por fim a EA parece ainda ter lições há aprender, mas definitivamente está mais próxima do caminho certo.