Publicado originalmente no ano de 1979, o livro foi um divisor de águas na carreira do autor, lançando sua reputação como grande contador de histórias de terror. Publicado no Brasil pela primeira vez em 1985, Ghost Story ganhou pelas mãos da editora Darkside Books, uma reedição digna de arrepios.
O livro faz muitas referências e homenagens a grandes mestres do terror, como Edgar Alan Poe, Ray Bradbury, M.R James, e também a cultura popular americana e a mitologia indígena norte-americana.
A trama se passa numa cidade do interior dos Estados Unidos, chamada Milburn, onde quatro amigos, auto intitulados de Sociedade Chowder, faz suas reuniões mensais para contar histórias de fantasmas, tendo iniciado essa tradição quando o quinto membro morreu de forma “misteriosa” durante uma festa.
A medida que uma série de eventos estranhos começam a acontecer na pacata cidadezinha, eles decidem pedir ajuda a Donald Wanderly. Donald é um escritor e seu último titulo era centrado no ocultismo, por isso a Sociedade crê que as pesquisas realizadas por Donald para a escrita do livro possam ajudá-los com esses eventos misteriosos. Com a chegada do autor a pequena cidade, eventos ainda mais esquisitos começam a acontecer, e alguns deles envolvem uma ex-namorada de Donald, que é também uma ex-moradora da cidade, e também com alguns integrantes de uma das histórias de Sear James, que foram contada em uma das reuniões da Sociedade.
Ghost Story gira em torno destes acontecimentos, colocando os personagens da Sociedade Chower no centro dos eventos aterrorizantes, e se centra também na contação de historias de fantasmas (que dá nome ao livro).
A historia do livro é contada por diversos pontos de vista e em momentos cronológicos diferentes, alternando entre acontecimentos atuais, e memórias de tempos passados. Porém, apesar de não seguir uma ordem cronológica, eu não senti problemas em acompanhar a trama já que o soube manter a coesão, fazendo com que a leitura fluísse bem.
“Qual foi a pior coisa que você já fez?”
E John poupou a todos ao responder: “Não vou contar isso, mas vou contar a pior coisa que já aconteceu comigo”, e contou uma história de terror. – Pág 125.
A minha experiência com o livro num geral esteve em dois polos muito distantes, em dados momentos eu senti que a leitura foi um pouco arrastada, porém em dados momentos da história, eu me senti completamente imersa na ambientação criada por Straub, a descrição do autor sobre os personagens ao redor da fogueira, os personagens compartilhando histórias de terror, foi primoroso o que o autor conseguiu passar nesses momentos, assim como muitas das histórias foram extremamente interessantes de se ler.
Para fãs de cotação de histórias de terror como eu, um prato cheio e de qualidade.