Introdução
Shin Megami Tensei V, ou simplesmente SMT V, é o novo título da série de jogos de mesmo nome desenvolvido e publicado pela Atlus. No jogo controlamos um personagem mudo e sem nome, que é envolvido em uma guerra entre anjos e demônios. Confira o trailer abaixo:
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Shin Megami Tensei V: Uma Versão Sombria de Persona
Devido ao fato de SMT V ser o jogo do qual Persona é derivado, é difícil não estabelecer comparações. Inclusive, isto será bem frequente ao longo da análise.
SMT V é uma versão mais sombria de Persona. O título mais recente, Persona 5, exalava carisma, esperança, justiça. Já SMT V gira em torno de poder, vingança, conflito, destruição.
Outro ponto em que ambas as séries Shin Megami Tensei e Persona divergem, é a dificuldade. Tomando como exemplo Persona 5, por mais que os chefes representassem um desafio, poucas vezes o jogador se deparava com as telas de game over. Já em SMT V, o que mais vi foram essas telas. E pasmem: fora de combates com chefes. Qualquer mero deslize pode custar a vida do protagonista.
Algo que não gostei em relação a SMT V, foi o fato das telas de game over te direcionarem exclusivamente para a tela inicial. Não há opção de “retry”. Nesse sentido achei um atraso em relação a outros JRPGs. Além do jogo ser punitivo, ele passa a se tornar irritante em vez de apenas desafiador.
Da’at, o submundo
Voltando o foco para a história, nela controlamos um personagem mudo e sem nome. Apenas um estudante comum de Tokyo, até que em meio a desaparecimentos e mortes misteriosas na cidade, ele é transportado por acidente para Da’at.
Da’at é aquele enorme mundo em ruínas e cheio de dunas de areia que foi apresentado nos trailers. Ao longo da história, o protagonista visita várias regiões de Da’at que equivalem a locais reais de Tokyo, como Minato, Ginza, Ueno, etc. Cada região está amarrada a um objetivo específico da história.
Para se tornar um deus
Ao ser transportado para Da’at, nosso protagosita conhece sua contraparte: Aogami. Aogami e o Protagonista se fundem e tornam-se um Nahobino. No universo de SMT V, um Nahobino é um ser “completo” (conhecimento e imortalidade) capaz de desafiar Deus, assumir o trono divino e moldar o mundo à sua imagem.
Nesse meio, várias facções surgem com intenções diversas para o mundo. Cada facção é representada por una dupla de personagens. Algumas querem manter a ordem, outros querem o caos, já outros querem abolir o domínio de um deus sobre a humanidade. Em meio a este conflito, cabe ao Nahobino descidir que caminho seguir. Como é possível imaginar, esse “caminhos” representam os possíveis desfechos do jogo. Ao todo, são 4 finais.
Shin Megami Tensei V: um jogo difícil
Anteriormente, mencionei a dificuldade e o desafio que SMT V apresenta ao jogador. A dificuldade é um fato. É como jogar uma versão “Dark Souls” de Persona. Porém, vale ressaltar que ao mesmo tempo que ele é punitivo, é extremamente recomepensador para o jogador toda vez que ele supera um inimigo difícil.
Assim como os “souls” da vida, SMT V tem o foco principal voltado para o gameplay, no caso o combate e a fusão de novos demônios para integrar a party. Apesar da comparação, SMT V tem uma história linear e clara ao jogador; nada no estilo de história contada por lore. Alguns elementos que já conheço de Persona 5, retornam a SMT V, apenas com outros nomes. É possível fundir demônios, comprar itens e gastar glória para fazer upgrades no personagem. Diferente de Persona, SMT V integra os demônios à party como integrantes de fato ao invés de uma persona que pode ser invocada.
Além desses elementos, o jogo também oferece diversas formas de customizar o Nahobino e os integrantes da party por meio da fusão de essências. Esse recurso permite que o jogador transfira resistências elementais aos personagens e até mesmo habilidades específicas. Muitas dessas essências e recursos são encontradas por meio da exploração de cada área no jogo e pela realização de sidequests.
Para quem não gosta de fazer sidequests, tenho uma péssima notícia: é quase que mandatório realizá-las para subir de nível o fortalecer sua equipe. São sidequests bem simples, do tipo “mate tal demônio”, “colete itens do tipo x, y ou z”, etc. Apesar de simples, algumas representam um verdadeiro desafio, afinal, algumas solicitam que você derrote inimigos extremamente fortes. Apesar de serem chatas, elas sempre oferecem boas recompensas em formas de itens, pontos de experiência, novos demônios para fusão e essências.
Trilha Sonora
A coisa que mais senti falta em SMT V foi de uma trilha sonora mais “apelativa” e marcante. As músicas de fundo e de combate em geral são bem monótonas, com exceção de algumas que se superam e combinam perfeitamente com o inimigo ou contexto.
Confidentes? Nem pensar!
Além dos pontos negativos já mencionados, senti falta do desenvolvimento dos personagens secundários dentro da trama e também de uma história mais aprofundada. Em comparação a Persona 5, achei uma história mais raza. Fora isso, vale destacar os problemas de performance no nintendo switch. Tudo bem que o Switch é um hardware mais fraco, mas senti falta de polimento nos gráficos e também na performance. O jogo nunca chegou a “crashar” ou travar completamente, porém as quedas de FPS bruscas ao virar a câmera ou até mesmo a entrar em alguma nova área são bem “escrachadas”. Para um jogo desenvolvido exclusivamente para o Switch, senti um certo descaso ou falta de empenho dos desenvolvedores.
Conclusão
Concluindo, é um jogo que recomendo tanto para fãs de longa data da franquia quanto para aqueles, que assim como eu, é a primeira experiência com Shin Megami Tensei. O jogo é divertido e desafiador, o que certamente renderá boas horas empenhadas em derrotar inimigos difíceis e recriar o mundo. Os pontos negativos ficam apenas para os gráficos, desempenho e falta de recursos associados à dificuldade. Fiquem ligados na NSV para mais análises como essa.
Notas
História – 3,5/5
Jogabilidade – 4/5
Diversão – 3,5/5
Arte – 5/5
Trilha Sonora – 3,5/5
Desempenho – 3,5/5
Total: 3,8