A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais

A menina que matou os pais

Em 2002, um crime cometido em São Paulo chocou o Brasil. A jovem Suzane Von Richthofen, junto ao seu namorado Daniel Cravinhos e seu irmão Cristian Cravinhos, assassinaram seu pai Manfred von Richthofen e sua mãe Marísia. Dezoito anos depois, o caso é revisitado sob o ponto de vista de Daniel, que revela seus motivos para participar do assassinato e também do ponto de vista de Suzane.

Os dois filmes, A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais foram lançados juntos pela Amazon Prime Video. Ambos os filmes foram dirigidos por Mauricio Eça e são protagonizados por Carla Diaz e Leonardo Bittencourt.

EXPERIÊNCIA CINEMATOGRÁFICA INTERESSANTE

Separados em dois filmes, temos aqui as duas principais versões do crime. A menina que matou os pais nos conta a visão de Daniel sobre o crime. Já O menino que matou meus pais nos mostra como Suzane vê os fatos. É preciso ter em mente que os fatos retratados em cada filme tem como base os depoimentos de Suzane e Daniel. Nenhum dos filmes nos mostra inteiramente o que aconteceu, já que cada história é manipulada por ambas as partes envolvidas no assassinato.

Por mais que acredite que os criadores pudessem ter juntado os dois filmes em um só, acho que os dois filmes tem uma proposta muito interessante em termos narrativos e técnicos. É incrível ver como a fotografia, iluminação, enquadramento e tudo mais é uma forma interessante de contar a versão de Suzane e de Daniel.

A menina que matou os pais
©Amazon Prime Video

ATUAÇÕES

A parte técnica sempre acompanha como ambos os réus descrevem como as situações aconteceram. Além de nos levar a ter uma percepção sobre cada um de acordo com o que eles querem, nos fazendo ter empatia por cada uma das versões e acreditar no que cada um diz. Isso ainda aliado, é claro, as atuações.

Tanto Carla Diaz quanto Leonardo Bittencourt brilham em seus papéis. Em alguns momentos, eu achei que eles acabaram extrapolando um pouco, principalmente Carla Diaz, mas também entendo que o exagero às vezes era pedido em determinadas cenas. Principalmente na versão dela. Sua atuação acaba sendo exagerada em alguns momentos justamente para tentar passar o que o depoimento dela dizia. Por mais que em alguns momentos as atuações tenham me incomodado, acredito que ambos os atores são muito competentes e talentosos.

A menina que matou os pais
©Amazon Prime Video

PODERIA TER SIDO MELHOR?

Poderia ter sido melhor? Com certeza. Acho que os dois filmes tem seus méritos, mas acredito que dava realmente para fazer um filme só. Não só isso, mas também aproveitar melhor as visões do irmão de Daniel e do irmão de Suzane. Claro que isso tomaria tempo e realmente parece que a intenção era mostrar apenas o lado de Daniel e Suzane.

Mesmo assim, algumas partes de ambos os filmes pareciam meio arrastadas. Algumas cenas do casal apenas namorando poderiam ter dado lugar a, talvez, uma exploração maior das cenas do tribunal e da ação da polícia.