Saudações pessoas, aqui estou pra mais uma análise. E o mangá escolhido para essa semana é o quinto volume da famosa série de comédia Great Teacher Onizuka (ou GTO para os mais íntimos), da autoria de Fujisawa Toru, lançado mês passado pela NewPOP, e que será concluída em 25 edições. Então, sem mais delongas, vamos à análise;
OBS: Como sempre, lembro a todos que HAVERÃO SPOILERS DO MANGÁ.
Dados Técnicos:
- Título: Great Teacher Onizuka
- Editora: NewPOP
- Preço: R$ 23,90
- Roteiro/Arte: Fujisawa Toru
- Formato: 12,8 x 18,7 cm
- Acabamento: Sobrecapa em papel couche
- Capa: Cartonada
- Número de páginas: 200
- Papel: Offset
- Lançado em: Fevereiro de 2018
Sinopse:
O jovem Onizuka Eikichi, de 22 anos, decide se tornar um professor. Embora tenha tomado tal decisão pelos motivos errados, ele logo descobre que essa é sua vocação e decide transformar a escola num lugar divertido pelo bem dos alunos. O problema é que os planos de Onizuka estão sempre dando errado e, para piorar, ele sempre se mete em confusões e polêmicas e acaba responsável pelos alunos mais problemáticos do colégio. O resultado são as palhaçadas mais absurdas, onde para cada boa ação de Onizuka, ele consegue cometer o dobro de erros e se enfiar nas situações mais ridículas por pura falta de noção.
No começo deste quinto volume, vemos Onizuka conhecendo melhor a estudante Nomura Tomoko, uma jovem que sofre bullying de suas colegas de classe por não ser muito inteligente, e que acaba agindo como capacho de Aizawa Miyabi e seu grupinho.
Após algum tempo conversando (e brincando) com ela num parque, e depois de visitar a casa da jovem, verificando que a família dela também lhe dá um tratamento pouco afetuoso devido a seu jeito desastrado, o professor convence a jovem a encontrá-lo no dia seguinte usando roupas que ele escolheu especialmente para ela, falando que iria “produzi-la”.
Ao chegar no local combinado, ela começa a chamar bastante atenção por suas roupas (uma fantasia da clássica personagem Cutey Honey) e é abordada por um sujeito que se diz produtor de filmes adultos. Ela acaba entrando na van do sujeito e lá recebe uma nova fantasia (dessa vez, um uniforme de ginástica), mas sente-se um pouco arrependida de estar lá, acabando por aceitar seguir com a situação.
Enquanto isso, Miyabi e suas amigas se dirigem para o local de realização e um concurso de beleza, descobrindo ao chegar que seus colegas de classe haviam sido levados por Eikichi para lá sob o pretexto de ser uma aula de campo. E E para fechar tudo, o professor lhes revela que ele pretende fazer Tomoko se tornar uma estrela nesse evento, tornando ela e Aizawa rivais.
O concurso segue com Nomura indo muito mal em todas as fases, até que chega uma disputa de atuação e Onizuka resolve ajudá-la uma última vez. Ele lhe entrega os bonecos com os quais ela brincava no parquinho, e a instrui a contar a estória que ambos encenaram quando brincaram juntos. Durante seu ato, o diretor da escola, Uchiyamada Hiroshi, aparece e tenta acabar com o concurso, mas Tomoko acaba usando ele em sua encenação, e ao terminar é ovacionada pela pláteia.
Ela não vence o concurso, mas acaba se tornando extremamente popular com a mídia local, e ainda mais com o público, já que Onizuka abriu uma barraquinha para vender produtos baseados nela. Ao mesmo tempo, Aizawa acaba se levando pela frustração e discute com suas amigas, destruindo várias coisas em seu quarto e prometendo nunca perdoar o professor, que, enquanto isso, comemorava com todos o sucesso de seu plano.
Depois, vemos que o diretor Uchiyamada consegue enfim convencer a presidente da escola a por em votação a permanência de Onizuka como professor. Vemos em seguida, um pouco de seu cotidiano, bem como seu péssimo hábito de cometer “chikan” (prática criminosa de apalpar mulheres em trens). Porém, para sua infelicidade, ele é pego em flagrante e acaba sendo visto (ou pelo menos ele pensa ter sido) por Eikichi, que estava no vagão ao lado.
Além disso, ele acaba perdendo sua maleta, que também continha vários materiais impróprios, e vê ela sendo encontrada por Onizuka. Quase tendo um surto de stress, o diretor Hiroshi chega na escola, e enquanto está no banheiro, ele topa com o professor, que lhe devolve a mala e lhe aconselha a tomar cuidado quando for agir como um pervertido.
Uchiyamada acaba tendo uma epifania, onde vê sua vida social ser destruída e sua mulher o matando por raiva ao que ele fez. Devido a esta visão, ele vai até o escritório da presidente Sakurai e lhe implora para retirar a votação pela permanência de Eikichi da reunião emergencial. A reunião é cancelada, mas obviamente o diretor fica enfurecido e começa a planejar um jeito de acabar com o professor encrenqueiro.
Depois disso, vemos a enfermeira Moritaka Naoko e a professora Fuyutsuki Azusa conversando sobre Onizuka. Moritaka faz uma brincadeira dizendo que Azusa estava apaixonada pelo professor, e isto chama a atenção de Teshigawara, o professor de matemática da escola. Este conversa pouco depois com Eikichi, que estava aprontando novamente, e lhe diz que irá eliminá-lo do mundo educacional.
Durante o “happy hour” com outros professores, vemos Teshigawara novamente comentando que iria usar de seus contatos para acabar com a carreira de Onizuka, e descobre-se que ele é filho do Ministro das Finanças japonês. Além disso, vemos que ele tem uma obsessão doentia por Fuyutsuki, tendo inúmeras fotos dela pela sua sala, e um telescópio por onde espia a professora.
O plano dele para acabar com Onizuka segue em frente quando ele convence a presidente de uma organização parental a prestar um testemunho que desqualifique o professor e, enquanto isso, ele convence Azusa a vir até sua casa sob o pretexto de ensiná-la a usar um computador antigo que ele prometeu dar para a professora. Após uma pequena visão do que aconteceria nesta visita (e na situação em que ela visse todo o “amor” que ele sente), ele recebe a visita de Onizuka, que veio pegar o computador no lugar de Fuyutsuki, que precisou cuidar de um aluno pego furtando em uma loja.
O encrenqueiro acaba notando uma corda no telhado, que prendia os forros cobrindo as fotos da Azusa espalhadas nas paredes, e, mesmo com a insistência de Teshigawara, resolve ir puxar a corda. Nesse momento o professor tenta esfaqueá-lo, mas acaba tropeçando e caindo de cara em seu computador novo, destruindo a máquina no processo. Isso só faz com que ele sinta ainda mais ódio por Onizuka, e renova sua promessa de fazê-lo sair da escola da forma mais humilhante possível.
No dia seguinte, Azusa promete cozinhar para Teshigawara como compensação pelo computador recebido, e a líder da associação parental aparece com um grupo de mães para verificar se as aulas de Eikichi são prejudiciais ao alunos como o professor de matemática sugeriu. Ao entrar na classe, elas e o diretor se deparam com Onizuka vestindo uma fantasia de elefante, que dispara um jato de água na cara da líder, fazendo ela desmaiar de raiva, e criando uma enorme confusão, sendo aqui encerrado este volume da obra.
Uma das maiores qualidades que pode ser vista em GTO é, sem sombra de dúvidas, a maestria de Fujisawa em criar situações onde Onizuka, mesmo que por meios muito pouco ortodoxos, consegue ajudar seus alunos a superar suas condições adversas. Tomoko, que sempre foi considerada inútil e estúpida, conseguiu mostrar seu talento para atuação em frente a toda a cidade e seus colegas de classe, algo que provavelmente ele jamais realizasse sem o auxílio do professor.
E é nestas situações que vemos o quanto Eikichi realmente se identifica como um educador, preocupado com o bem-estar dos seus alunos, e interessado em ajudá-los a superarem quaisquer problemas que porventura ele descubram que estes possuem. Além disso, ele sempre usa de suas artimanhas para tornar suas aulas menos desinteressantes e mais divertidas, ainda que isso vá contra muitos regulamentos da área de educação.
A comédia de GTO também dispensa comentários, sendo eficiente, simples e com ótima execução. A perícia do autor em encaixar situações cômicas, especialmente em momentos de amenização do clima, torna a obra hilária e nem um pouco cansativa, já que a mesma é muito bem cadenciada com os elementos mais sérios da narrativa.
Mesmo personagens como Uchiyamada e Teshigawara, que possuem índoles completamente questionáveis, acabam protagonizando cenas absurdamente divertidas devido a suas interações com Onizuka. Isso, entretanto, não constitui uma amenização de seus papéis de antagonistas ao professor, com o autor mantendo neles a imagem de pessoas mesquinhas e perturbadas, que vêm em Eikichi um empecilho para o que possam considerar um “ambiente perfeito” para suas vidas. O mesmo pode ser dito de Miyabi, e sua obsessão por acabar com a carreira do professor.
Convém lembrar, que muito do teor cômico do mangá advém de sua arte. Recheado de expressões faciais únicas, o traço usado na obra mantém-se muito bonito, tanto em termos de cenário como em termos de personagens neste quinto volume. Somando isso ao carisma monstruoso de Onizuka e o roteiro bem elaborado de Fujisawa, temos um dos melhores mangás de comédia que pode ser visto no mercado brasileiro atualmente.
Pontos Positivos:
- Arte consistente;
- Enredo interessante e divertido;
- Personagens bem desenvolvidos;
- Cadenciamento eficaz entre situações cômicas e sérias;
- Transmitir uma mensagem de estímulo à superação de dificuldades de uma forma irreverente.
Pontos Negativos:
- Algumas pessoas podem se incomodar com as atitudes exageradas de Onizuka.
Nota Final: 5.0 / 5.0
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E é isso pessoas, finalizo mais uma análise. Como sempre, quaisquer sugestões, críticas, pedidos ou ódio gratuito podem ser deixados nos comentários. Aproveitem o texto, e até a próxima.