Antes de escrever essa review, eu pensei, repensei, pensei de novo e continuo pensando no que foi jogador Resident Evil Village. Sério, acho que ele talvez seja o jogo menos controverso na franquia, mas que ainda assim, vai dividir muitas opiniões por aí.
Mas bem, eu estou aqui hoje para passar a minha experiência, claro, nesse jogo lançado pela Capcom há quase duas semanas. O resultado disso, você vai acompanhar nos próximos parágrafos e vamos ver o que vai dar.
É bom ressaltar que essa review partirá do princípio que eu joguei apenas a primeira vez, e isso normalmente é o que eu levo como experiência. A não ser que o jogo tenha conteúdos extras numa segunda jogatina, eu costumo apenas visitar aquele jogo uma vez, e talvez lá na frente, voltar a jogar ele.
Dito isso, já preciso dizer para você que tome cuidado se você for um fã da franquia, pois o jogo ainda está e estará caro por uma janela muito grande de tempo. Portanto, se você não quer gastar R$ 350 na versão mais inteira do jogo, recomendo que não o faça nesse momento.
Além do mais, para quem pegou a versão deluxe do jogo, pode ter uma experiência ainda mais aprofundada, pois no pacote trauma (conteúdo vindo no pacote pago) nós temos um file que conta com 80 páginas que pode e vai melhorar a sua experiência com Resident Evil Village. E sério Capcom, isso não foi legal.
Pronto, agora sim vamos para a análise. Ressalto que esse texto será divido entre 5 partes: Gráficos/Áudio; Gameplay; Enredo (claro, sem spoilers); Considerações e por fim Notas, combinados?
Gráficos e Áudio
Resident Evil sempre teve um dos melhores gráficos na história dos videogames na minha visão. Não é difícil perceber que a franquia evoluiu a tecnologia gráfica a um nível assustador, com o perdão do trocadilho.
A RE Engine, trabalhada fortemente durante Resident Evil VII ganhou um upgrade imenso. Desde as demos, pudemos ver o potencial gráfico de Village e a Capcom não decepcionou. Claro, joguei no Playstation 4 base, e se procurasse algo ou outro, era possível achar uma coisinha ou outra meio esquisita.
Mas no geral, toda a ambientação gráfica, a iluminação, o design dos personagens foi tudo muito bem desenhado para você que além de fã da franquia, é fã de Resident Evil 4 se sinta muito em casa.
Com os áudios também não é muito diferente. Existem momentos em que o jogo simplesmente some com a trilha sonora e momentos chaves que ela se eleva e se torna algo épico. Inclusive, como mencionado acima, não é nada difícil se familiarizar com os tiros, quebras de caixas e mais algumas outras coisas que remetem diretamente ao quarto jogo numerado da franquia Resident Evil.
Para terminar, eu preciso falar sobre a dublagem. Em 25 anos de franquia, essa foi a primeira vez que um jogo chegou por essas terras totalmente dublado. E que trabalho, a Maximal Studios, fez um trabalho brilhante. Raphael Rossato (Ethan), Léo Rabelo (Chris), Priscila Franco (Mia), Luiz Carlos de Moraes (Duque), Henrique Canales (Heisenberg), Adriana Pissardini (Alcina Dimitrescu), Beatriz Villa (Mãe Miranda) e o resto do elenco de Village foram brilhantes. Sério, o texto, a entrega, a interpretação foi show de bola.
Em alguns poucos momentos eu achei que a dublagem brasileira dava um certo exagero em algumas coisinhas, mas nada que atrapalhasse a experiência, apenas um pontinho chato meu mesmo.
Gameplay
Para que fazer um Resident Evil 4 em VR se você tem algo tão melhorado e como Resident Evil Village, Capcom?
As melhorias em Village eram sutis ao do jogo anterior. Mas aqui, o Ethan já tem uma movimentação maior, justamente pelo cenário da vila e de outros ambientes do jogo serem um pouco diferentes de apenas uma mansão.
A exploração foi um ponto a se considerar nesse jogo também. Em todo o canto você, guiado pelo mapa, podia saber se naquele local ou área, havia ou não deixado algo para trás. E não se preocupe caso você ainda não tenha terminado o jogo. O espirito de “vou voltar aqui depois” está mais presente do que nunca nesse jogo, ao ponto de quando você volta e pensa “uau, isso aqui estava bem na minha cara”.
O Duque é personagem diretamente ligado na gameplay. Exatamente como o mercador do Resident Evil 4, ele tem o papel de te vender melhorias de armas, armas, itens em geral e munição para que sua jornada seja levemente facilitada.
Digo levemente, pois aqui, por mais que você também esteja no modo normal, ao longo do tempo os inimigos mais básicos começam a ficarem mais difíceis de derrubar e você não tem outra alternativa a não ser melhorar ou comprar uma nova arma, ou pode ir com as que tem, mas você vai sofrer bastante.
Sobre os inimigos, existem variações de coisas que a gente sequer esperava, algumas podem te agradar, outras te faz questionar o que a Capcom quis com aquilo. Apesar de fazer sentido, tem coisas ali que não dá para engolir. Desculpa Capcom, amiga aonde você estava com a cabeça?
Para terminar essa parte, me passou muito a impressão que a Capcom mostrou um pouco desses 25 anos de franquia em um jogo só. Em momentos, esses elementos foram bons, em outros, aí é difícil passar o pano.
Enredo
Aqui sim eu achei um dos maiores pontos fortes de Resident Evil Village. Ele trouxe novamente a história de Ethan, que não é surpresa para ninguém que teve a esposa morta pelo herói da franquia Chris Redfield e sua filha raptada.
“Luiz, mas qual a razão disso tudo??” Você pode estar se perguntando. Eu vou te responder de uma forma bem honesta. Faz sentido, mas você precisa ter um leve conhecimento na franquia como um todo para entender o Village.
Desde pequenas referências, até uma carta, podem e vão dar um afago aos fãs mais antigos da franquia e também vão responder um pouco de dúvidas do enredo do jogo anterior, no caso, Resident Evil 7.
Do mais, acho que falar mais sobre o enredo não só pode como vai estragar a sua experiência, portanto, o meu dever de falar sobre a história está terminado aqui.
Considerações – Resident Evil Village
Existem pessoas que vão gostar de RE Village e existem pessoas que não vão gostar de RE Village. Isso é muito natural, nunca algo é unânime. Mas esse, sem sombra de dúvidas, é um dos melhores Resident Evil que eu já joguei.
Existem coisas ruins? Existem! Existem coisas boas? Também! Mas em um contexto geral, quem sobreviveu ao Resident Evil 6, vai tirar de letra o Village. Personagens marcantes, momentos incríveis num nível absurdo.
Vale muito a experiência (abaixo do preço atual) .
Parabéns, Capcom.