Pokémon Sword/Shield não são ruins como te disseram

Pokémon Sword e Pokémon Shield são os mais novos jogos principais da franquia Pokémon, desenvolvidos pela Gamefreak e Pokemon Company, estes exclusivos de Nintendo Switch receberam uma chuva de críticas desde seus primeiros anúncios e teasers, desenvolvedores chegaram a receber ameaças de morte, e o evento de lançamento com Junichi Masuda e Hideo Omori (desenvolvedores) foi cancelado para preservar a segurança dos mesmo, infelizmente o lançamento do jogo trouxe à tona um lado muito tóxico da comunidade de fans, mas apesar de tudo, os jogos não são ruins.

Nesta nova aventura Pokémon, o jogador é convidado conhecer a região de Galar, baseada no Reino Unido, você e seu amigo Hop receberão seus Pokémon iniciais das mãos do Campeão Leon, em Galar o campeonato Pokémon é um esporte popular, e as batalhas em ginásios são televisionadas, com direito a grandes públicos e patrocínios, Galar também possui um mecanismo de batalha nunca visto, os fenômenos de Dinamax e Gigantamax, que alteram o tamanho e forma dos Pokémon, introduzindo ataques próprios destas modificações, este fenômeno tem sido estudado por Sônia e Professora Magnólia.

National dex e gráficos

Precisamos tirar o copperajah da sala, boa parte dos ataques aos jogos vieram por causa dos grandes cortes da national dex, a lista completa de todos os Pokémon existentes, muitos Pokémon foram barrados e não estão presentes nos jogos, como o lema da série é Gotta Catch’em All (Temos que pegar todos), alguns fans atacaram os desenvolvedores por acreditarem que o jogo trai as origens da franquia, alguns Pokémon estarão chegando com a DLC (aqueles que optarem por não comprar a DLC, poderão receber os Pokémon adicionados nesta por meio de trocas), a frustração de não ter seu Pokémon favorito no jogo é compreensível, mas de forma alguma justifica os ataques a desenvolvedores; alguns dos meus Pokémon favoritos não estão em Galar, foi triste saber que não poderia usar alguns velhos companheiros nessa nova jornada, mas me incentivou a conhecer e testar mais Pokémon novos no time e foi uma experiência positiva, os jogadores de competitivo não ficaram felizes com a mudança, já que alguns Pokémon excelentes para competitivo foram barrados, forçando mudança nestes times.

Os gráficos também foram alvos de críticas, as texturas não são tão polidas quanto as de um Brearh of The wild, mas são bonitas, e funcionam para o estilo gráfico do jogo, poderiam ser mais polidos? Sim, mas os gráficos não prejudicam sua gameplay (ok, há uma exceção, a cutscene na qual o lendário gira como um prato de microondas, essa é bem ruim mesmo).

Como a região de Galar se baseia no Reino Unido, é possível encontrar algumas referencias interessantes no jogo, as mais facilmente identificadas são nos diálogos, que usam termos do Inglês Britânico como “Mate” para se referir aos seus Pokémon ou colegas, a Indeedee, Pokémon presente em todos os centros pokemon, tem inspiração nas roupas de empregadas vitorianas, mas o caso mais curioso é o dos Pokémon fósseis, em Galar o jogador poderá trazer um fóssil a vida, e essa mecânica já é uma tradição na franquia, mas nesta região é necessário recuperar dois pedaços de fóssei, ao unir ambos você acabará com um pokemon cuja parte superior e a inferior não parecem pertencer a mesma espécie, este easter egg vem das descobertas fraudulentas de paleontólogos ingleses, que durante o século XX combinaram ossos aleatórios de espécies diferentes para dizer que haviam descoberto alguma nova espécie, o caso mais famoso e escandaloso foi o do Homem de Piltdown, que foi primeiramente tido com o elo perdido da evolução humana, mas em 1953 foi descartado ao constatarem que era um crânio humano com mandíbula de símio.

Com o sucesso das formar regionais de Alola, alguns Pokémon ganharam formas especiais em Galar, os escolhidos foram Meowth, Ponyta, rapidash, farfetch´d,weezing, Mr.Mime, Corsola,Zigzagoon,Linoone, Darumaka, Darmanitan,Yamask e Sunfisk, e as novas evoluções Obstagoon (Evolução final de zigzagoon), Peerserker (evolução de galarian meowth), Cursola (evolução de Corsola), Sirfetch´d (De farfetch´d) , Mr.Rime (M.r Mime) e Runegirus, de Yamask. O galarian slowpoke foi anunciado junto com as DLCs e será entrega ao jogador ao final da rota principal do jogo.

Pokémon em mundo aberto

Um dos grandes diferenciais destes jogos é a Wild Area, a primeira área de mundo aberto na franquia, o jogador é introduzido a esta área logo no início do jogo, quando Woolos bloqueiam o metrô e você deve atravessar essa área para chegar a próxima cidade, diferente das tradicionais rotas entre cidades, essa região é enorme e conta com diversos Pokémon, de diversos níveis, entrar em uma área tão vasta logo no início do jogo é uma surpresa, e a chance de um Ônix lvl 60 matar todo o seu time, é real, você não poderá capturar Pokémon de determinados níveis, para capturar Pokémon de níveis altos, o jogador dever ir gradualmente vencendo os líderes de ginásio.

A wild área possui jogabilidade online, lá é possível encontrar outros jogadores que lhe darão itens, fazer batalhas em grupo contra Pokémon dinamax e gigantamax, também é possível acampar com seus Pokémon, brincar com eles para que ganhem pontos de afeto e xp, e cozinhar curry para sua equipe, completar a currydex lvl charizard é mais difícil do que parece.

Assim como os spinoffs Let´s Go Pikachu/Let´s Go Eevee, é possível customizar seu personagem, algumas cidades possuem lojas de roupas e salões para cabelo e maquiagem, aqui as roupas tem marcas, marcas que patrocinam o campeonato Pokémon. A ideia de ter um campeonato super produzido e televisionado se aproxima do que acompanhamos nos animes clássicos, quando vemos vários telespectadores acompanhando as batalhas, um campeão super popular e cheio de patrocínios no traje, várias pessoas treinando para chegar ao topo, são paralelos com os grandes esportes que acompanhamos na vida real, e trás uma nova e revigorante dinâmica para a franquia; A elite 4 não faz falta, já que na reta final você enfrentará um remach com alguns personagens já conhecidos, faz sentido e dá um senso de ciclo prestes a se concluir.

A batalha final contra Leon é surpreendente, certamente um dos desafios finais mais difíceis da franquia, não é tão forte quanto Cynthia (Pokémon Diamond/Pearl, Jogo para Ds) e Kukui (Pokémon Sun/Moon, jogo para 3DS), mas seu time é bem balanceado e pode dar dor que cabeça para novatos ou aqueles que não tiver um time forte e uma boa estratégia, vencer o campeão invicto é tão amado pelo público te dará uma imensa sensação de dever cumprido e orgulho.

História

Em termos de narrativa, a história do jogo é fraca, o carisma dos personagens te manterá entretido, mas a narrativa dos mitos de Galar não chega a ser profunda e imersiva como as de Pokémon Black/White (1 e 2) ou de Pokémon X/Y, o pós game também é curto e com uma história fraca, uma pena, pois a história de mitos locais e a explicação do responsável pelos fenomenosos dinamax e gigantamax poderia render um enredo fantástico, mas a melhor experiência no pós game é fazer raids na wild área e tentar completar sua dex.

Apesar das duras críticas e das polêmicas, Pokémon Sword/Shield vendeu 6 milhões de cópias em seu primeiro final de semana, e atualmente é o quarto jogo Pokémon mais vendido da franquia principal (que exclui sequencias e remakes) e não decepciona no quesito diversão, é uma aventura diferente no mundo Pokémon, mas diferente não significa ruim, em breve o jogo receberá a primeira parte de sua DLC (Island of armor) e receberá ainda mais áreas e a mais conteúdos. Talvez possamos ter uma nona geração com um jogo completamente em mundo aberto após o tão aguardado remake de Sinnoh, esperado para 2021, mas até lá, só podemos torcer por jogos ainda melhores e uma comunidade mais saudável.

Notas:
Gráficos: 5/5
História: 2/5
Jogabilidade 5/5 
Diversão: 5/5
Som: 5/5
Geral: 4,4/5