Liberté, égalité, Pokémon em 3D: Pokémon XY

No começo do mês passado, Pokemon X Y completou seu sétimo aniversário de lançamento, este foi o primeiro lançamento de jogo que eu realmente me lembro de acompanha, aguardar ansiosamente e até matar aula pra comprar o jogo (não façam isso crianças). Deu uma vontade de revisitar Kalos e lembrar de grandes mudanças que estes jogos nos trouxeram, então, allons-y?

Pokémon X Y são jogos dá sexta geração de monstrinhos de bolso,  exclusivos para Nintendo 3DS, sendo os primeiros jogos em 3D da franquia principal. Chegou as lojas em 12 de Outubro de 2013. E desta vez, nos levou a região de Kalos, baseada na França, esta região nos trouxe 69 novas criaturas, somando 700 monstrinhos no total, de pokémon como montaria até mega evolução.
Bienvenue à Kalos !
Desta vez, a narrativa gira entorno da vida e da morte com Xerneas e Yvetal. A equipe inimiga da vez é a Team Flare, e embora os agentes não sejam exatamente ameaçadores, seu líder, Lysander, possui carisma e gerou um meme que foi usado por anos na comunidade. Com uma região inspirada na França, Paris não poderia ficar de fora, e Lumiouse City faz várias referências a capital francesa, não apenas isso, os personagens vez ou outra soltarão um termo em francês nas frases. Como Paris é a capital da moda, estilo não poderia faltar aqui, o jogo é o primeiro da franquia principal a permitir customização de personagem, da cor da pele aos cabelos e roupas, várias cidades contam com lojas de roupas e salões para cabelo, maquiagem também é uma opção.
A primeira grande mudança significativa em Kalos são os gráficos, que aproveitam o potencial 3D do Nintendo 3DS, sendo o primeiro jogo da franquia principal de PKM a sair dos personagens chibi, ainda cabeçudos. Aqui os avatares possuem novas proporções, assim como às cidades, florestas e pokémon. Embora na geração anterior a gamefreak tenha flertado com momentos tridimensionais, mas ao chegar em XY, ver tudo em 3D pela primeira vez foi mágico, especialmente Lumiose City, uma cidade grande, com direito a todos os tipos de prédios que puder imaginar, e além das cidades, cutscenes animadas e batalhas tem um sabor diferente aqui. A trilha sonora não é tão boa quanto a da geração anterior, mas ainda é ótima para dar um tom a narrativa e acompanhar os momentos de sua jornada, em certas cutscenes a trilha chega a casar bem o suficiente para arrancar algumas lágrimas.
As Mudanças na Jogabilidade
Mas nem só de gráficos vive o treinador, a sexta geração nos introduziu aos Pokémon montaria, usar um pokémon disponibilizado em um lugar para chegar a outro, seja pulando cercas ou atravessando neve, essa mecânica foi o começo do fim para os tão famosos HMs. O pkm amie é uma forma de criar laços com seu pokémon e além de divertido, é uma mão na roda para evoluir aqueles que precisam de felicidade para evoluir.
Também recebemos um tipo de PKM completamente novo, o décimo oitavo tipo é o fada, que aqui ganhou novos representantes como a nova eeveeolution Sylveon, e spritzee, mas esse tipo também foi acrescentado a pokémon de gerações anteriores, como Gardevoir, que se tornou fada/psíquico, mas alterou a tipagem de outros, como clefa, snubbul e suas respectivas evoluções, que deixaram de ser do tipo normal e tornaram-se full fada. Fada é super efetivo contra Dragão, lutador e sombrio, e fraco contra Aço, fogo e venenoso.
E sobre as batalhas? Bom, muita coisa aconteceu, agora, ao andar no mato, pokémon podem aparecer em hordas, onde, ao andar no mato, o jogador pode ser surpreendido por uma horda de 5 pokémon, em uma batalha 1 Vs 5, para tornar a batalha justa, estes cinco estarão com lvl bem reduzido em relação as outras criaturas selvagens desta área. Uma das grandes polêmicas da geração foi o EXP.Share, um item que nas gerações anteriores poderia ser entregue a apenas um pokémon, que ao final de cada batalha receberia metade do Exp. da batalha, mesmo não participando da mesmo, aqui este item afeta toda sua equipe.
Para aqueles que não gostam de ir para os matos batalhar ou revezar sua equipe em batalha para garantir um nível equivalente entre eles, esta mudança foi uma benção, mas para muitos, este irem foi um problema, embora seja possível desligar o Exp share, o jogo tornasse muito mais penoso, pois acompanhar o lvl dos seus oponetes sem usar este item requer muito, mais muuuuito treinamento entre uma cidade e outra, mas o Exp share não é tão bom assim, pois a quantidade de exp. dado ao final de cada batalha acaba sendo absurdamente alta, deixando seu time frequentemente muito overpower em relação aos oponentes, diminuindo drasticamente a dificuldade do jogo.
Hora de Pokevoluir !
Mas a maior novidade aqui foram as Mega Evoluções, apenas alguns pokémon possuem esta forma de evolução que só pode ser alcançada com um item, a pedra de Mega Evolução daquela espécie especifica que reage com uma pedra no bracelete do treinador. Esta evolução altera a aparência física do Pokémon e lhe permite um ataque especial. Esta mecânica dividiu opiniões em um primeiro, mas hoje é adorada por muitos.
O modo online do jogo é considerado um dos melhores onlines de pkm até os dias de hoje, sendo simples, prático e funcional. Dentre as várias funções do modo online, um dos mais aclamados é o friend saffari, cada um de seus amigos adicionados em seu console (e que também possuem o jogo) possuirá um safari, e cada um deles possui um tipo distinto e certos Pokemon que aparecem ali.
Nem tudo são flabébés
Os maiores problemas da gameplay estão em seus NPCs e batalhas. O seu tradicional rival, aqui aparece em um quarteto, e não possui nenhum tipo de personalidade. Ele não costuma falar muito, em compensação, os outros integrantes do grupo (Shauna, Trevor e Tierno) falam muito, mas em pouco cativam e entretém, com muito diálogo e interrupções desnecessárias, neste quarteto, apenas Shauna consegue ter personalidade e interessar.
E o maior problema deste jogo é sua dificuldade, ou melhor, a falta dela; Há um ar de jogo não necessariamente inacabado, mas que poderia ter sido muito mais. Quando se trata das batalhas principais, com lideres de ginásio, espera-se que o oitavo líder de ginásio  imponha pelo menos um ritmo ok de jogo, mas aqui todos os líderes possuem apenas 3 pokémon e com um move set deprimente e lvl muito baixo em relação a você devido ao Exp.Share descompensado. Além disso, alguns líderes não tem acesso as mega evoluções, uma mecânica muito importante deste jogo, não é aproveitada, mas o caso mais curioso é o de Korrina, que possui um lucário que acessa a mega evolução e não o usa para batalhar contra você no ginásio. Mas esta fraqueza não se limita aos líderes, a elite dos quatro, pela primeira vez, não possui um time completo, e novamente, estão em níveis baixos.
Mas a maior decepção é Diantha, a campeã, apesar de possuir um time completo, a batalha é novamente fácil demais, seu time compartilha de muitas fraquezas, com 4 Pokémon fracos contra gelo, a batalha é ok, mas esquecível. Além disso, o terceiro lendário da região, Zygard, possuía potencial, mas foi esquecido, não foi explorado e sua história deixou muito a desejar.
O Veredito
Pokémon XY envelheceu bem, o jogo ainda é bonito e suas diversas funções como o online, friend safari, GTS, Pokémon Amie, etc, mantém o jogo interessante mesmo fora de sua rota principal. As batalhas em ginásio deixam a desejar, mas a história geral e, principalmente, a ambientação de ver um jogo completamente em 3D relevou muitos destes pontos fracos em seu lançamento. Hoje, Galar nos proporciona muito mais, mas XY realmente foi um divisor de águas na franquia, um jogo que até hoje é capaz de divertir, em Kalos, la vie est belle.
Notas:

Gráficos: 4/5
História: 2/5
Jogabilidade 5/5
Diversão: 5/5
Som: 5/5
Geral: 4,2/5