Legend of keepers é um jogo de estratégia em turnos com elementos de roguelike e similar a ‘Darkest Dungeon’ em sua proposta. Tem origens indie (Goblinz Studio) e, no jogo se encarna um oficial de uma empresa de dungeons cujo o objetivo é proteger os tesouros que nelas estão.
Primeiras impressões:
Inicialmente as impressões são positivas. O jogo tem boa dublagem, as animações são divertidas e possui um humor interessante. Todos os tipos são bem explicados no tutorial, o que fazer, quando fazer, coisas assim e de forma que não ficam muito maçantes.
Porém o jogo perde muito dessa positividade conforme se avança pelas fases.
Jogabilidade
A jogabilidade é simples e orgânica, primeiro se escolhe um chefe, depois ativam a primeira dungeon. Nas dungeons se colocam as armadilhas e monstros para defende-la. Monstros tem um contador de moral que desce cada vez que morrem e, portanto, devem descansar, não podendo ser colocados nas próximas dungeons até estarem recuperados.
A vida do chefe não se recupera de uma dungeon a outra, mas sim de semana a semana.
Durante as dungeons, que são os eventos centrais do jogo, se deve ou matar os aventureiros (Ganhando sangue, um tipo de item que se usa para upgrades) ou assusta-los e faze-los fugir (Ganhando lágrimas, outro item de upgrades).
É durante as dungeons que os primeiros elementos problemáticos do jogo aparecem. Se trata de um jogo de estratégia em turnos com elementos singulares, isso significa que cada unidade (ou nesse caso monstro) terá um set de habilidades específicas que podem ser utilizados durante os turnos.
O maior problema disso é que não é possível escolher os alvos para as habilidades. Cada habilidade tem um alvo específico (Frente, trás, dois frente, dois trás ou área). O que cria uma problemática clara na hora de se criar estratégias, pois, em vez de utilizar estratégia para derrubar os inimigos mais poderosos o jogador tem que confiar nas skills e torcer para efeitos darem certo. Isso contribui para outro problema mais à frente.
(Ps: Isso não seria um problema tão grande também se o jogo oferecesse mais variedades de habilidades para serem usadas que afetassem uma variedade maior de alvos também)
Eventos
Após as dungeons se vai para a sala de eventos. Cada semana se deve escolher entre alguns eventos antes da próxima dungeon, eventos podem dar dinheiro, perder dinheiro, salvar monstros, ganhar monstros, fazer upgrade de seus monstros e armadilhas, etc. O que vai vir é completamente aleatório e deve ser escolhido com sabedoria pois, uma vez que um evento foi escolhido não tem volta. Se não utilizar o que ele tem a oferecer e voltar se perdeu aquela semana.
É durante esta fase de Legends of Keepers que se coloca os monstros de ativos para o descanso e de descanso para ativos também.
Música
A música é decente, o problema é que ela se repete em loops pois ao que parece não se tem muitas soundtracks para o jogo, é compreensível se o jogador desejar desativar a música após algum tempo de jogo.
Efeitos sonoros
Os efeitos sonoros são fluidos e bem desenhados, o problema é que são realmente repetitivos, depois de algumas dungeons é praticamente necessário desativa-los.
Animações
As animações são bem executadas, porém elas caem no mesmo problema anterior, elas são muito repetitivas, cada herói e monstro tem sua própria animação de cada ataque e de tempo parado, mas, novamente, depois de algumas dungeons elas são extremamente repetitivas.
Conclusão
Legends of Keepers definitivamente tem potencial, mas sua natureza extremamente repetitiva causa o mesmo a se tornar extremamente enjoativo após um número de missões. As repetições seriam um problema que poderiam ser deixadas de lado ou até ignoradas se o jogo apresentasse uma boa história. O que nos leva ao último problema.
O jogo não traz nada de muito inovador, nada de grandioso, ele traz apenas uma progressão repetitiva e clara, isso tudo sem uma história direta. Sem visuais muito imaginativos (A maioria dos visuais remetem a uma fantasia genérica). Sem uma história clara desde o momento inicial é difícil se importar com os personagens ou com o que se está fazendo, ainda mais em um jogo tão repetitivo e, muitas vezes, entediante.
Possui potencial, mas ainda tem um longo caminho pela frente