Era uma vez, em uma terra muito distante, uma doce e meiga garotinha, que encantava a todos com sua graça e bondade, essa menina sempre usa uma capa com capuz vermelho, até mesmo quando usa sua foice/rifle para matar monstros, um belo dia, ela vai com sua irmã para a escola Beacon, se especializar na arte de matar monstros. Bom, pra quem conhece a animação RWBY, esse enredo não é novidade, após uma ascensão meteórica, a série ganhou muitos fãs, e o que era apenas uma animação tornou-se fonte lucrativa para a Rooster Teeth, dentre vários derivados da série, surge o jogo RWBY grimm eclipse!
O jogo lançado em 2014, e foi desenvolvido pela Rooster teeth Games e John Scott, e está disponível para X box One, PlayStation, Macintosh e Pc Microsoft Windows. O jogo trás os protagonistas da animação, para aqueles que não estão familiarizados, vamos com um breve resumo: na academia Beacon, jovens treinam para se tornar grandes caçadores dos monstros de Grimm que assolam a terra, e são incentivados (ok, forçados) a trabalharem em equipe, e cada equipe possui uma sigla com nome de seus integrantes, a equipe que nomeia o jogo obviamente está presente, com Ruby Rose, Weiss Schnee, Blake Belladona e Yang Xiao Long, e cada uma delas se junta a batalha com sua arma é estilo de luta característico da série, e por DLC é possível obter o o TEAM JNPR, com Jaune, Nora, Pyrrha e Ren.
O jogo não lhe dá muita história pra trabalhar, basicamente há uma corporação maligna e você precisa derrota-los, e este é o primeiro grande problema do jogo, a falta de narrativa, os diálogos vem aos poucos boa comunicação de rádio, entre você e o professores da Beacon, ou com o próprio violão, e este se esforça para ser o mais clichê possível, e constantemente revelar seus próprios planos para as garotas, o plano vai se revelando aos poucos em uma tentativa de construir a tensão e prender o jogador preso a narrativa. Atualmente a série animada está às vésperas do início de seu oitavo volume, e a história já está bem mais desenvolvida do que em seu volume 1, como o jogo foi lançado anos atrás, quando a série ainda não tinha estabelecido ou explicado nem 1/3 do que sabemos hoje, a falta de narrativa pesada e concreta como temos hoje na série é compreensível, porque a história do jogo até se parece com algo que aconteceria em um ou dois episódios do volume 2, nada comparado a um episódio do volume 6 ou 7.
A gameplay é simples, várias hordas de monstros virão tentar acabar com sua missão, e você deve derrota-los, as vezes protegendo um item ou localização do cenário, ou tentando descobrir qual é o próximo ponto do mapa, o jogo possui cerca de 10 inimigos no total,alguns deles só mudam de tamanho e ficam maiores para conseguir mais Hp,ficando bem resistentes e farão a luta se prolongar, principalmente o inimigo final, que exige um bocado de paciência; Já que o jogo, por si só não é muito difícil, você poderá apimentar as coisas jogando o modo eclipse, é a narrativa principal, mas em uma dificuldade insana, a experiencia solo mais divertida (e um pouco estressante), mas caso queira uma aventura mais casual, tá tudo bem, o jogo possui 4 dificuldades no total; Mas a melhor experiencia ao meu ver é o modo online, o que melhor do que encarnar sua personagem favorita e ir para a luta com amigos? o tamanho das hordas se ajusta a esses combates, e cooperação será a chave para sobrevivência, as lutas em certos ambientes fechados proporcionam um caos divertidíssimo.
Falando sobre nossas protagonistas, aqui elas estão com as roupa dos volumes 1-3, e são dubladas pelas dubladoras originais, o que é sempre um deleite, cada uma delas porta sua arma característica da animação, e apesar de serem o maior atrativo do jogo, é com elas que está o maior problema de toda essa produção. Podemos passar pano pra história rasa, dá pra desconsiderar a falta de diversidade de inimigos, mas o que realmente é doloroso e injustificável é que as protagonistas, não são relevantes no jogo, sendo agentes passivas de todos os diálogos e narrativa, óbvio que se você morrer, nada de final feliz e humanidade salva, mas elas estão irreconhecíveis em relação as suas versões da série animada.
Na série temos personagens com características individuais muito distintas e fortes, estilo de lutas muito diferentes, mas aqui, quando elas falam, é apenas pra concordar, ou dizer que há algo estranho, e o velho “vilão, você não pode fazer isso, eu não deixarei”, as personalidades tão cativantes são jogadas de lado, um dispersivo e tanto, já que as personagens são reduzidas a nada para aqueles que já não estão familiarizados com a série, e para quem não conhece a série, o jogo não os incentiva a assistir, já que não há nenhum traço de personalidade ou emoção. Mas a pior surpresa fica para os ataques, todas as personagens possuem basicamente os mesmos ataques, com animações diferentes e que geram o mesmo dano, as maiores diferenças estão nos especiais, que remetem um pouco mais ao semblante de cada uma, mas as batalhas diversificadas e estratégias em grupo que estão presentes na animação não são possíveis aqui; Os gráficos certamente são melhores do que os do volume 1 e dois da animação, e há vários cenários distintos pra explorar, o que é interessante, a trilha sonora não lembra em nada a pegada de rock geralmente apresentada na animação, é ok, não brilha muito no jogo.
É difícil falar do jogo sem lembrar da animação, afinal, o jogo é baseado nela, RWBY é uma série famosa por vários aspectos, sua trilha sonora excelente, sua história cativante escrita por Monthy Oum (1981-2015), e por sua lore (que fica mais instigante a cada volume) o desenvolvimento e carisma das personagens, os diversos tipos de monstros, o semblante de cada um dos personagens, que proporciona um estilo único de combate e habilidades incríveis que geram estratégias e reviravoltas emocionantes, entre outros fatores. RWBY é uma série com diversos atrativos e diferenciais, mas, infelizmente, nada do que a franquia tem de melhor aparece no jogo. Com as últimas DLCs, Grimm Eclipse ganhou novas áreas para explorar e novos combates, mas a total falta de personalidade das personagens é um problema chocante, já que elas são o selling point de todo o jogo, e ao mesmo tempo “nada delas está ali”, é uma pena que algo derivado de uma obra tão interessante perca seus melhores atributos.
Embora RWBY Grimm não seja um jogo dos sonhos de, mas é uma boa distração para passar a tarde jogando com amigos, já que sempre está em promoção, o coop caótico e o modo eclipse são certamente as melhores experiencias de jogo, e apesar de deixar de lado o carisma da série, proporciona batalhas excelentes ao lado de seu amigos.