Análise | | Nioh – Transforme-se num samurai

Introdução

Nioh é um jogo desenvolvido pela Team Ninja e publicado pela Koei Tecmo. O jogo é inspirado pela série souls, mas com alguns diferenciais, a ambientação japonesa e a temática Samurai. O jogo foi originalmente publicado em 2017 para Playstation 4 e Windows, mas atualmente conta com um remaster para a nova geração de consoles, porém apenas do “lado azul da força” (Sony) e PCs. Confira abaixo o trailer de lançamento e o trailer da versão remasterizada:

Trailer de 2017:

 

Trailer da Coleção Nioh (Jogos remasterizados):

Souls-like japonês

Em Nioh, controlamos William, um marinheiro inglês que chega às terras nipônicas em busca de um inimigo encontrado na Inglaterra. Ao chegar no japão, William encontra figuras históricas que o recrutam para auxiliá-los na guerra civil japonesa que se desenrola, isto enquanto caça youkai (demônios) e persegue Edward Kelley (o inimigo mencionado anteriormente).

Assim como Dark Souls, uma grande parte da história ou lore se encontra no formato de colecionáveis. Mas diferente de seu “antecessor”, Nioh conta com uma história mais bem explicada e narrada por meio de custscenes e acontecimentos históricos. Em Nioh é mais fácil estabelecer uma relação de sucessão de eventos ou “o que aconteceu” em determinados pontos.

Nioh: uma aula de história

Não é exagero quando falo que Nioh é fortemente influenciado por acontecimentos da história japonesa. Para situá-los, caros leitores, Nioh ocorre durante o período Sengoku em meio a uma guerra civil anterior à ascenção de Tokugawa Iyeasu ao trono. Esse é o período da história posterior à queda de Oda Nobunaga, uma das figuras históricas mais populares do Japão.

Claro, vale ressaltar que o jogo também adiciona seus próprios misticismos e sua versão original dos acontecimentos. O período histórico, a maioria dos conflitos e personagens retratados realmente existiram na vida real. Inclusive, William foi de fato um samurai estrangeiro que fez parte da história japonesa.

Alguns fatos divergem do original, como o “dedo da inglaterra” nos conflitos japoneses para a extração da Amrita. A Amrita é o motor principal da história. Se tratam de pedras “mágicas/espirituais” que garantem poderes sobre-humanos a seus usuários. Os Yokai encontrados ao longo da jornada de William são usuários de amrita que se corromperam pelos poderes das pedras. Além disso, a Inglaterra desejava tais pedras para garantir a supremacia de seu poderio militar.

Hack´n Slash ao estilo samurai

Assim como outros jogos souls-like, Nioh apresenta um combate baseado no Hack ´n Slash, mas claro, com uma dificuldade elevada que requer atenção do jogador para não cair em emboscadas ou golpes punitivos. Em alguns momentos, Nioh consegue ser tanto quanto ou até mais punitivo do que Dark Souls.

Bom, mas então é só cortar com a espadinha? Não necessariamente. William pode ser equipado com katanas, katanas duplas, kusarigamas, lanças, machados, tonfas e odachis; em sua maioria armas tradicionais japonesas. Além das armas corpo a corpo, William também pode carregar arcos, canhões de mão e espingardas para combater inimigos distantes. Ao decorrer da história, também é possível equipar talimãs onmiyo (de exorcismo) para auxiliar no combate aos yokai.

Tirando os apetrechos, o sistema de combate conta com um sistema de posturas, sendo ao total três posturas diferentes. Cada uma se foca em determinados aspectos do combate, como ataque, defesa e um modo balanceado. Ao longo do jogo, o jogador pode trocar fluidamente de posturas para melhor se adequar a cada inimigo e até mesmo no meio do combate. O sistema de posturas torna os combates muito mais dinâmico e com várias possibilidades de abordagem.

Um pouco do combate de Nioh

Para complementar o combate com chave de ouro, é possível equipar espíritos guardiões que conferem diferentes buffs para William. Os espíritos também permitem que o jogador desencadeie ataques especiais elementais devastadores; ferramenta muito útil para situações em que o jogador se encontra encurralado.

Co-op?

Para Nioh o assunto do co-op é um tema delicado. Originalmente, Nioh não foi planejado para ser um jogo co-op. Pela demanda dos jogadores, os desenvolvedores incluiram uma espécie de modo co-op. Na verdade são dois modos.

Um deles você cria um lobby e convida seus amigos. Porém, diferente de Dark Souls ou Bloodborne, para que o progresso das áreas tenha valido de algo, é necessário ir do início ao fim se morrer ou usar os santuários como checkpoints. Se morrer, começa tudo de novo.

O segundo modo, é o mais parecido com o tradicional, em que invocamos um companheiro para nos ajudar em batalha. Para tanto, é necessário que o invocador disponha de “copos ochoko”, itens que podem ser encontrados na loot ou em drops de inimigos. Esses copos devem ser sacrificados nos santuários para invocar um aliado.

Mas qual o problema? O problema é a raridade dos copos ochoko. São drops raros. Se o aliado morrer em combate, é necessário sacrificar um novo copo para invocá-lo, o que a longo prazo, pode atrapalhar as sessões co-op. Especialmente se o invocador já possui poucos copos.

Desempenho/Performance

Bom, para esta análise estou considerando a versão de lançamento de Nioh em 2017 rodando em um PS4 FAT, que era o console que eu tinha na época. Nioh rodava muito bem, sem crashes ou problemas de desempenho. Os desenvolvedores foram atenciosos ao ponto de disponibilizar dois modos de desempenho: modo ação e modo filme. Um foca na estabilização de FPS e o outro na qualidade gráfica.

Vale ressaltar que revisitei brevemente o jogo no PS5 e ele roda muito bem pela retrocompatibilidade.

Direção de Arte

A direção de arte de Nioh é algo de aplaudir. Todos os cenários são cuidadosamente criados para transportar o jogador de volta ao período Sengoku do Japão. Com grandes templos, colunas e palácios. Isto sem contar as florestas e as belezas naturais.

Conclusão

Nioh é um excelente jogo souls-like. Apesar de seguir a fórmula padrão, Nioh possui elementos originais que constituem sua identidade, como o sistema de posturas, o próprio combate e o a ambientação. Além disso o jogo é bem polido, com uma jogabilidade divertida, desafiadora e satisfatória. É um título que a NSV recomenda a qualquer jogador que goste desse estilo de jogo.

Notas

História – 4,5/5

Jogabilidade – 5/5

Desempenho – 5/5

Diversão – 4/5

Arte – 5/5

Total: 4,7