O final de agosto de 2020, traz como lançamento a nova animação da DC Entertainment produzido pela Warner Bros. Animation, Superman – O homem do amanhã, um reboot do Universo DC, o primeiro filme lançado após o fechamento do antigo arco, Os novos 52, que ocorreu em maio deste ano, com a animação Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips.
Este recomeço escolheu abordar, novamente, a já tão explorada origem do Superman, porém seu foco não foi tão relacionado a chegada do Clark Kent e suas experiências com uma infância de descoberta e controle de poderes, apesar de mostrar uma criança com sentimentos bem complexos e que injustificadamente usa óculos, apesar de ainda não precisar de uma identidade secreta.
A animação recebeu uma nova abordagem gráfica, as ilustrações receberam uma borda mais grossa e que concede uma aparência mais cartunesca, ao estilo da série animada Archer, mas com muito mais fluidez de movimentos. Em algumas cenas a riqueza de detalhes realmente impressiona, apesar que, em minha opinião, ainda não é possivel afirmar que está superior as produções anteriores, principalmente pelo fato de não possuir aquela atmosfera sombria que era tão marcante.
O perfil bobalhão de Clark não mudou, acho até que piorou, inicialmente ele é apresentado como o garoto do café, um trainee paspalho que está tentando fazer carreira como jornalista. Em oposição está Lois Lane, uma jornalista iniciante, recém formada, audaciosa e provocadora, com um visual de menina má e poderosa. Temos então, a representação de duas figuras importantes como novatos, o que é ótimo, já que permite que ocorra um crescimento e um desenvolvimento natural para as futuras produções.
Inexperiente também é a atuação do Clark como herói. Ainda sem o título de Superman, Clark se aventura trajando roupas com visual aviador e de maneira discreta, sempre interferindo nas ações do Lex Luthor, que não recebeu releitura nenhuma, sendo o mesmo milionário egocêntrico e sem escrúpulos, que defende somente os próprios interesses.
Nesta primeira parte da animação, mesmo apresentando uma história um pouco infantil demais, ainda estava ocorrendo tudo bem, porém não durou muito e utilizando um aviso de meteoro em queda somos apresentados a mais três importantes personagens. O meteoro na verdade era o caçador de recompensas czarniano Lobo, que entrava na atmosfera terrestre, sem sentido algum, alegando que estava atrás do último Kriptoniano. Logo começa cenas lindas de batalha e também algumas estranhezas.
Estas pancadarias revelam informações importantes, como a origem do Superman, a qual ele desconhecia e suas fraquezas após levar muita porrada por causa de um anel de kriptonita, a infecção de um humano depois ser atingido por uma arma do Lobo, a utilização da luz solar para recarregar as forças do Superman, a revelação de Jon Jonzz, que resolve ajudar o Supis e por último a fragilidade das roupas de aviador do Superman, que acabam se desintegrando e permitem que, de maneira bizarra, ele termine a luta totalmente nu.
Jon Jonzz, o Caçador de Marte, foi um tremendo acerto nessa nova animação, tanto em disfarce, como em seu uniforme e seu comportamento, simplesmente a melhor versão já criada, totalmente oposto ao grande vilão do filme, o Parasita, que é nada menos que o humano infectado pela arma do Lobo que acabou sofrendo uma mutação, virando um monstro sugador de energia, com um tremendo potencial que não foi explorado.
A apresentação do novo herói ao mundo foi bem complicada, revelou um herói bem inexperiente, tentando vencer seus inimigos com discursos vindos do coração, pedindo auxílio e sendo manipulado pelo seu ainda desconhecido arquirrival Lex Luthor. Porém, com princípios e valores fortes, como deve ser, e discutindo temas polêmicos como o preconceito e a xenofobia.
Em uma escala de 0 a 10 acredito que podemos dar uma nota 6, faltou explorar melhor muitos assuntos abordados e a construção dos personagens não foi consistente, de um lado temos a , Lois e Jon bem elaborados e de outro temos o Lobo e o Parasita, que com certeza precisariam de um cuidado maior, o restante fica entre esses. Outros pontos também foram muito bons, como as referências ao Batman e os diálogos bem construídos entre Clark e seus pais. Algumas associações e parcerias também foram bem fracas e sem sentido e, quanto a roupa do Supis, a Marta resolveu o problema rs.