Tem gente que não sabe o que quer, e tem gente que sabe claramente o que ama, não é, Haru? E tem problema? Não, oras. Cada um vai ter a sua glória e a sua dificuldade: o primeiro descobrindo o que quer, o outro em ter que lidar com as situações que envolvem aquilo que ama.
Em FREE! Haru é o exemplo das pessoas que claramente sabem aquilo que gostam de fazer. Ele quer nadar, é isso que importa. Parece bobo ser tão simples, mas é tão simples quanto isso. Ele gosta de um tipo de peixe, e está feliz em comê-lo. Ele quer nadar e fica feliz em poder fazer isso com os amigos. É isso que ele quer, é nisso que ele se dedica.
O problema para quem ama muito uma coisa é conseguir lidar com as demais questões que envolvem esse amor. Nem todos vão entender esse amor, e aqueles que entendem vão te cobrar mais dele. Vemos claramente que Haru quer nadar e ele gostaria muito que isso envolvesse também seus amigos, o melhor dos dois mundos – quem não quer afinal? E só fazer o que se quer, do jeito que se quer nem sempre te leva a um bom caminho.
Nadar é a felicidade de Haru. E do mesmo jeito que a vida passa, a gente amadurece. E se não amadurecer, a vida vai dar seu jeito de cobrar isso da gente, é natural. Ficar nadando como sempre, com os amigos em tempos de escola pode entreter, mas não é sólido o suficiente para te fazer caminhar por si mesmo.
A estrada exige crescimento / amadurecimento, e isso pode acontecer mantendo aquilo que você gosta com outras coisas dividindo seu tempo e atenção OU abraçando e se dedicando naquilo que ama, e para isso é preciso enfrentar as dificuldades da jornada. Haru precisa entender que se deseja viver nadando, literalmente, precisa buscar uma faculdade que permite que ele se dedique no esporte. Sua dedicação tem que ter resultado.
Também requer deixar as manias de lado: as manias de acreditar que seu estilo é o melhor, quando ele não levar mais ao esperado; aceitar que outras pessoas te treinem e te guiem por um caminho melhor; encontrar novas maneiras de superar as adversidades.
Parece que é simples, porque é o que mais ama, mas abrir mão do seu próprio jeito, entender e aceitar coisas que nunca deu importância, que nunca pareceram importantes antes relacionado aquilo que se ama pode te fazer encarar seu amor com uma perspectiva muito diferente.
E então o que você quer fazer? O que você precisa mudar para continuar fazendo o que ama?
E se for demais, como transceder?
O fato é que você só vai chegar no podium quando fizer por ele. E sendo assim, o que você está disposto a fazer?