Desafiando sua família, um jovem neto de líderes da Ku Klux Klan começa a questionar o racismo da sua cultura e lutar contra a injustiça social nos Estados Unidos da década de 1960.
Baseado na autobiografia de Bob Zellner. O filme Son of the South é escrito e dirigido por Barry Alexander Brown e estrelado por Lucas Till no papel principal. O longa é produzido por Spike Lee.
O MOVIMENTO DOS DIREITOS CIVIS
Entre 1950 e 1960 foi grande o crescimento do movimento dos direitos civis. O movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos foi a campanha por direitos civis e igualdade para a comunidade afro-americana. Esse movimento está diretamente ligado a Guerra Civil Americana, pois ela que deixou essa divisão entre norte e sul, sendo o sul a favor da escravidão e o norte contra. Até hoje essa divisão afeta como os negros são tratados nesses lugares lá nos EUA.
O nosso protagonista, Bob Zellner, vem do Alabama, que fica no sul, um estado bastante racista. Tanto que as pessoas se surpreendem quando ele diz de onde é. Além de ele ser branco, claro. Seus amigos de faculdade primeiramente se interessam pelo movimento e chegam a ir em um culto aonde só negros estão presentes. Eles quase acabam presos, e no fim quem acaba se comprometendo mais é Bob.
Bob chega a conhecer Rosa Parks, que se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco e acabou presa. Inspirado por ela e outras personalidades e pessoas ao seu redor, ele acaba se tornando voluntário do movimento, trabalhando em um escritório recebendo recados. Além de participar de passeatas e protestos.
ESCOLHA UM LADO
Primeiramente, na história, o roteiro nos mostra que Bob ainda está em dúvida e com receito de entrar de cabeça no movimento. Somos apresentados ao seu passado, contado diretamente por ele, mostrando suas atitudes racistas de quando ele era mais novo. Bob havia sido pressionado por amigos para tomar atitudes horríveis. Ele se arrepende e não se identifica com seu avô, por exemplo, que é membro do KKK. Apesar de sua criação, vemos que ele quer quebrar esse ciclo e tomar uma atitude.
É a partir da fala de pessoas de dentro do movimento que Bob acaba abrindo os olhos para o problema que existe dentro dele mesmo e do racismo que o cerca. Todos que estão no movimento sabem dos sacrifícios que precisam ser feitos. Rosa Parks chega a falar para ele: “está na hora de escolher um lado”. É aquilo que é sempre dito e importante lembrar: não adianta nos omitirmos em situações como essa, senão estamos escolhendo o lado do opressor.
É a partir da fala de pessoas de dentro do movimento que Bob acaba abrindo os olhos para o problema que existe dentro dele mesmo e do racismo que o cerca. Todos que estão no movimento sabem dos sacrifícios que precisam ser feitos. Rosa Parks chega a falar para ele: “está na hora de escolher um lado”. É aquilo que é sempre dito e importante lembrar: não adianta nos omitirmos em situações como essa, senão estamos escolhendo o lado do opressor.
Mas o caminho para entrar no próprio movimento não é fácil. É interessante nesse filme termos essa visão de uma pessoa branca que resolveu apoiar o movimento civil. Era muito raro, na época, ver-se brancos se posicionando ao lado de pessoas negras. Bob precisa provar que realmente está levando a sério o movimento e não é uma pessoa infiltrada, por exemplo. O medo era grande, e com razão, de que pessoas brancas não estariam realmente ao lado dos negros.
É vivendo a violência diretamente e sofrendo que Bob fica cada vez mais próximo das outras pessoas. Ele finalmente decide com toda certeza que vai agir ao lado dos negros e acaba ganhando a confiança de todos ao seu redor.
A NARRATIVA
Numa visão geral, o filme Son of the South é uma boa apresentação de como foi para uma pessoa branca estar dentro do movimento negro americano. O problema é que o roteiro as vezes parece se perder, sem saber no que se aprofundar. Sinto que a história ficou bastante superficial e passou muito rapidamente pelas situações. Cenas bem típicas de violência em filmes desse tipo são mostradas, como forma de dar essa motivação extra ao protagonista para se posicionar. Não acho que as atuações tenham sido muito boas também, nenhuma se destaca a ponto de deixar o filme marcante. Acaba sendo apenas mais um filme ,Son of the South, que se passa nessa época. A única diferença é que aqui temos a visão de uma pessoa branca.
É legal sabermos dessas pessoas, pelo menos. Bob Zellner está vivo até hoje e foi o primeiro secretário branco do SNCC, o Student Nonviolent Coordinating Committee. É inspirador ver uma pessoa como ele, que se manteve firme no que acreditava e conseguiu usar o seu privilégio para fazer a diferença.