Amanda Dultra - Animes Online BR https://animesonlinebr.org viage com a gente no Animes Online BR Sun, 28 Mar 2021 03:19:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://mundodosanimes.com/wp-content/uploads/2022/08/cropped-14c6bcf3-be6c-4046-ae51-74e8880e70ba-scaled-1-32x32.jpeg Amanda Dultra - Animes Online BR https://animesonlinebr.org 32 32 Por trás da trama: traumas em Shingeki no Kyojin https://animesonlinebr.org/anime/por-tras-da-trama-traumas-em-shingeki-no-kyojin/ https://animesonlinebr.org/anime/por-tras-da-trama-traumas-em-shingeki-no-kyojin/#respond Sun, 28 Mar 2021 21:00:07 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=5208 A primeira vez que eu tentei assistir à Shingeki no Kyojin (SNK) não consegui me envolver muito com a narrativa. Era 2013, Attack on

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A primeira vez que eu tentei assistir à Shingeki no Kyojin (SNK) não consegui me envolver muito com a narrativa. Era 2013, Attack on Titan, como também é chamado, tinha sido lançado não fazia muito tempo e todos meus amigos da escola haviam gostado. A trama era muito diferente daquilo que eu estava acostumada e tão logo perdi o interesse. Somente anos mais tarde, umas duas semanas atrás, que eu finalmente dei a atenção devida.

SNK é a adaptação do mangá homônimo do autor Hajime Isayama. Publicado há dez anos, a obra goza com sucesso de crítica e vendas, além de algumas premiações. Ambientada em territórios protegidos pela muralha, a história aborda os últimos humanos protegendo-se da ameaça de titãs, gigantescos monstros que devoram carne humana. Nesse cenário claustrofóbico e tenso, acompanhamos a luta pela sobrevivência de Eren Jaeger, um rapaz que perdeu tudo (lar, família, senso de dignidade talvez) após o ataque de titãs.

Hajime Isayama. Crédito na fotografia.

Amargo e resoluto, Eren e seus dois amigos de infância, Mikasa Ackerman e Armin Artlet, se inscrevem no exército com a intenção de extinguir essa ameaça e vingar todas as dores sentidas.

Com uma premissa tão sólida e desesperadora, pensei em me preparar emocionalmente para os baques da trama, porém, naturalmente, não foi suficiente. Desde o primeiro episódio, SNK só introduz desgraça após desgraça, sem deixar algum momento para os personagens ou espectadores respirarem. A impressão que fica é de que os personagens ainda estão para desenvolver Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), só que nunca conseguem pois a tragédia nunca acaba.

Brincadeiras à parte, TEPT é um distúrbio psicológico marcado pelas dificuldades da recuperação após alguma tragédia. É caracterizado pela reação extrema (emocional ou física) a algum gatilho que lembre do evento traumático. O especialista tcheco em Neurociência, Ivan Rektor, divulgou os efeitos fisiológicos do trauma em comunicado: “diferenças substanciais nas estruturas cerebrais envolvidas no processamento de emoção, memória e cognição social”.

Os sobreviventes dos ataques dos titãs têm suas vidas marcadas pelo trauma e, ainda que levem seus dias adiante, é notável como os vestígios do evento se agarram às suas existências. Eles são irritáveis e vingativos, são guerreiros esgotados tentando seguir o seu dia, com as memórias angustiantes pesando no seu cerne. De maneira brilhante, Isayama constrói a sua narrativa gradualmente, dando espaço suficiente para o espectador se apegar ao personagem e criar um baque maior quando o desastre finalmente ocorre.

Se é possível sentir ansiedade com uma série, SNK certamente tem potencial. A tensão é construída de maneira magistral, sutil em muitas partes para amplificar os horrores das revelações. Admito que perdi o fôlego em muitas partes e que até agora não processei todas as emoções sentidas enquanto assistia.

Os personagens são muito bem caracterizados e incorporados à trama e seus temas com maestria. A trilha sonora (que o site já cobriu aqui anteriormente) é brilhante, com músicas que complementam muito bem a temática de luta por sobrevivência. A animação, a cargo do Wit Studio, é muitíssimo boa: bastante fluída, com excelentes cenas de ação, e uma construção narrativa inquietante. Eu não conseguia parar, um episódio imediatamente após o outro. Rapidamente assisti aos 59 capítulos divididos entre três temporadas.

O mundo de Attack on Titan é cruel, atormentado, e inquieto. É assombrado pela dor do que resta após a desgraça. SNK capta esse sofrimento e o traduz numa história agoniante, certamente digna de atenção.

Você pode assistir às três temporadas de Shingeki no Kyojin no serviço de streaming da Crunchyroll.

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Cyberpunks #01: O que o futuro nos reserva? https://animesonlinebr.org/hq/cyberpunks-01-o-que-o-futuro-nos-reserva/ https://animesonlinebr.org/hq/cyberpunks-01-o-que-o-futuro-nos-reserva/#respond Thu, 05 Nov 2020 14:00:36 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=15376 Quando você observa as estrelas acima do céu noturno, o que imagina? Antepassados nossos costumavam usá-las para orientar os seus caminhos a partir

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Quando você observa as estrelas acima do céu noturno, o que imagina? Antepassados nossos costumavam usá-las para orientar os seus caminhos a partir de suas constelações, sonhando com o destino. Hoje, nós nos indagamos sobre o que se encontra  nos inalcançáveis planetas, promessas das próximas gerações. De tanto olhar para além do que já possuímos, não é de se espantar o sucesso da ficção especulativa científica – questionadora das rotas ainda não trilhadas.

Dr. Stone propôs isso incorporando primitivismo. Detroit: Become Human ofereceu uma análise íntima dos limites do que poderia ser considerado humanidade. Watch Dogs é uma franquia interessada na experimentação entre interatividade e a influência regida pela tecnologia em nosso cotidiano. A obra aqui estudada hoje, mais especificamente o primeiro volume do quadrinho Cyberpunks, também ambiciona caminhar por essas postulações.

Claramente inspirado no movimento literário cyberpunk – centrado, em suma, na ideia de uma má qualidade de vida apesar dos avanços tecnológicos, a obra é o primeiro trabalho publicado pela editora Portal Entretenimento. Lançado em 2019, a produção é assinada por três nomes: roteirista, editor, letrista (além de dono da editora) Matheus Haubrich “M.H.” Iparraguirre; desenhista e co-arte-finalista Adriano Alves Macedo de Lima; por fim, co-arte-finalista e colorista Felipe Felix Freitas.

A equipe conforme creditada no material.

O ano é 2050: os governos mundiais se colapsaram em si, deixando o ambiente político dominado pelas grande corporações. No submundo da antiga Porto Alegre (atual Tecno-Porto), um grupo de revolucionários briga por aquilo que é justo: seu livre arbítrio e o direito de viver na superfície. É uma era de anarquia, horror, porém, reinando acima disso, está o poder da tecnologia.

Tenho uma confissão a fazer: particularmente, não sou fã de ficção científica. Não acho ruim, muito pelo contrário, tem um valor imensurável no meio dos gêneros narrativos. Apenas prefiro remoer o passado e digerir fantasia. Uma preferência só. Dito isso, ainda me joguei na chance de fazer uma crítica à obra que chegou na sede do NSV – Mundo Geek. Amo as iniciativas nacionais, há produções estupendas no cenário brasileiro, e eu ainda ganhei uma cópia do quadrinho de graça. Não é minha expertise, mas – hey! – novas vivências são bem-vindas.

Mesmo as não tão boas assim, entretanto eu estou me adiantando.

Cyberpunks é um produto profundamente influenciado por referências da cultura nerd pop. O traço de Adriano rememora o estilo dos quadrinhos de super-herói do início dos anos 2000, em especial o de Jim Lee quando ele assinou All Star Batman & Robin. A estética urbana em neon remonta as cidades futuristas dos anos 80 de obras como Blade Runner (uma das favoritas do colorista, aliás) ou O Vingador do Futuro. O diferencial, todavia, era um conteúdo tupiniquim, um cyberpunk para chamar de nosso – se possível fosse. Infelizmente, não acho que tenha se destacado o suficiente esse caráter brasileiro.

Talvez uma sombra da natureza gaúcha, no entanto. Suponho que seja presunçoso da minha parte, como leitora nordestina, esperar uma brasilidade similar à minha quando seu autor é de uma região tão distinta. Seus diálogos refletem um regionalismo forte. Sua escolha de uma alternativa Porto Alegre não foi acidental. Há uma dimensão no produto que eu não consigo apreciar em sua plenitude, admito. Contudo, entre tudo o que pude absorver, não imagino que eu particularmente queira continuar no próximo volume.

Sendo uma peça da nona arte, o quadrinho é uma mídia capaz de mesclar com maestria texto e imagem a fim de criar uma narrativa poderosa. Cyberpunks, acho, deixou lacunas nesse quesito: suas falas são deveras expositivas, não permitindo uma desenvoltura mais caprichada do aspecto visual, oferecendo portanto explicações para o roteiro quando a arte poderia ser mais elucidativa. Os personagens não são muito bem delineados e parecem ter a mesma voz em momentos da trama. Claro, essa foi a primeira edição, muitas revelações estão a caminho, sei disso.

Não obstante, aprecio profusa e profundamente a iniciativa de M.H. Iparraguirre. São claras a sua paixão pelo tema e a sua vontade de contar uma história na qual ele possa se sentir mais íntimo com o cenário e situações. Eu não pude apreciar devidamente as estrelas de Cyberpunks, mas talvez você, leitor, encontre sua trilha na futurista Tecno-Porto de 2050.

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Especial Mês da Infância III: As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy https://animesonlinebr.org/review/especial-mes-da-infancia-iii-as-terriveis-aventuras-de-billy-e-mandy/ https://animesonlinebr.org/review/especial-mes-da-infancia-iii-as-terriveis-aventuras-de-billy-e-mandy/#respond Thu, 22 Oct 2020 14:33:53 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=14864 Em minha opinião, humor é um componente essencial da infância. O riso é lúdico, ensina a lidar com adversidades, contornar as incongruências do

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Em minha opinião, humor é um componente essencial da infância. O riso é lúdico, ensina a lidar com adversidades, contornar as incongruências do cotidiano. Soltou pum na escola? Ria. Seu colega escorregou? Gargalhe. De mãos dadas com o elemento cômico, contudo, está o horror. O medo também é educativo, afinal ele nos deixa mais alertas, mais preparados para o desconhecido. A boa programação infantil consegue incluir essas duas unidades em diferentes momentos. A excelente consegue mesclar as duas organicamente.

Amigos, eu vos menciono As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy.

Saído diretamente da perturbada mente do Maxwell Atoms (nome artístico do Adam Maxwell Burton), o desenho animado é um ícone do início da década retrasada do canal Cartoon Network. Estreando oficialmente em 2001 (2002 em terras brasileiras), a animação oferece a premissa de duas crianças, o imbecil Billy (interpretado acá por Pedro Eugênio) e a cruel Mandy (Nair Amorim, minha dubladora favorita inclusive), que atormentam o Ceifador Sinistro/Puro Osso (na voz do excelente Orlando Drummond) graças a um acordo entre eles. Só isso. Não há uma fórmula exata, são só aventuras episódicas que criam situações de humor a partir de ideias assustadoras.

E eu as amo muito!

Não sei o que havia exatamente naquela curiosa amálgama de riso e pavor que me hipnotizava quando eu tinha a oportunidade de assistir ao programa. Simplesmente a violência, a paródia, e o tom malicioso funcionavam. Claro, nem sempre era perfeito. A série originalmente era conhecida com Diabólico & Sinistro, dividindo em duas partes os episódios: a primeira, a qual deu certo e foi continuada, com Billy e Mandy; e a segunda, logo esquecida e ignorada após trezes segmentos, com Mal Encarnado – um super-vilão cujo corpo foi destruído e o cérebro agora divide espaço com um urso. 

A criatividade da equipe às vezes parecia não encontrar limites. Era incrível quantas piadas ofensivas e referências obscuras apareciam na animação e o quanta liberdade o canal oferecia. Em entrevista ao portal SyFy, Maxwell Atoms comentou o seguinte: “Nós fizemos um monte de misturas [de referências] nessa pegada, em que você pega algo subversivo, mas que também funcione a um nível cômico. Tipo um episódio ao estilo Billy Elliot o qual também segue a narrativa de Suspiria. Eu acho que eu sempre tive a cautela de guiar o show mais na direção das crianças, enquanto muitos dos animadores colocariam quaisquer menções a coisas que eles particularmente achavam engraçadas, resultando em algo entre esses dois princípios. Um dos meus objetivos era assustar a nossa audiência imediatamente antes de fazê-la rir.”

Foi um tiro no escuro que rendeu bem. Ao final da sua carreira no canal, essa série somou 77 episódios (divididos em 160 segmentos), três filmes, e um episódio crossover com KND – A Turma do Bairro. À sua bizarra e mórbida maneira, o programa cativou inúmeras crianças ao redor do globo. A animação era razoável na maior parte do tempo, porém com potencial de alcançar momentos excelentes. Os cenários (em termos narrativos ou cenográficos) extremamente criativos, além de um elenco completamente afastado do tradicional e clichê grupo de pré-adolescentes no subúrbio.

Desde os meus primeiros momentos, eu sou atravessada pela arte do desenho animado. Cresci consumindo essa mídia, e certamente ainda o faço. Muito é ignorado, esquecido, ultrapassado conforme meus gostos mudam. As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy, entretanto, permanece uma das obras mais importantes na formação do meu humor, envelhecendo como um bom e exótico vinho.

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Especial Mês da Infância II: Lilo e Stitch https://animesonlinebr.org/review/especial-mes-da-infancia-ii-lilo-e-stitch/ https://animesonlinebr.org/review/especial-mes-da-infancia-ii-lilo-e-stitch/#respond Thu, 15 Oct 2020 15:00:46 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=14242 Nesse pouco mais de um ano que publico críticas semanais no glorioso Mundo Geek, percebo algumas temáticas mais presentes em meus textos do

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Nesse pouco mais de um ano que publico críticas semanais no glorioso Mundo Geek, percebo algumas temáticas mais presentes em meus textos do que outras: fantasia, amizade, engenhosidade, porém, acima desses todos, família. Independente de ser a família sanguínea ou a que escolhemos, esse vínculo se constitui como uma questão pessoalmente importante para mim, o que me faz revisitá-la de tempos em tempos.

Por que não refletir múltiplas vezes na multifacetada, imperfeita, complexa e significativa família? Conforme os membros ou morrem ou se afastam ou integram novos, o conceito pode ser expandido, alterado, melhorado. Assim sendo, introduzo o filme que primeiro chamou a minha atenção a essa temática, Lilo e Stitch.

Lançado mundialmente no ano de 2002, a animação de 85 minutos é fruto da dupla de diretores e roteiristas Chris Sanders e Dean DeBlois (ambos também responsáveis por Como Treinar Seu Dragão). Stitch, ou Experimento 626, é uma forma de vida avançada desenvolvida pelo criminoso intergaláctico Dr. Jumba. Extremamente perigosa, a criatura conturbada foge de sua prisão, acabando ilhado no Havaí, onde é então adotado pela órfã de seis anos, Lilo. O resto, como esse aforismo prevê, é história.

O filme imediatamente foi um sucesso. Desenvolvido com um razoavelmente modesto orçamento de US$ 80 milhões, Lilo e Stitch obteve um retorno de US$ 273 milhões nas bilheterias mundiais – o que eventualmente deslanchou a propriedade intelectual dos estúdios Disney como franquia. A relação entre uma menininha havaiana esquisita e seu alien agressivo conquistou os corações de inúmeros espectadores com seus quatro filmes, três séries (duas delas ocidentais, inclusive), e produtos licenciados. Foi uma empreitada com resultados surpreendentes.

Nas praias à margem do eterno azul do Pacífico, Lilo está prestes a ser levada pelos serviços sociais. Desorientada, isolada desde a morte dos seus pais, ela não sabe como se comunicar com as crianças da mesma idade. Sua irmã, Nani, tenta fazer o melhor para manter o lar unido, manter a salvo o resto da sua Ohana, e isso as leva diretamente ao Stitch, o próprio caos encarnado. Com uma surpreendente inteligência, Sanders e DeBlois criam um cenário verossímil e humano que casa efetivamente com os elementos da ficção científica extraterrestre.

Em uma entrevista ao portal online Animation World Network, os diretores comentaram mais a fundo a natureza heterogênea do filme. Nas palavras de Chris Sanders:

“Eu acho que é um microcosmo próprio do filme, o qual postula que você não pode ter uma cena sensível, uma reconciliação, a menos que atravesse outra cena que seja desconfortável e possivelmente passe dos limites. […] Em Lilo e Stitch, nós queríamos nos afastar [da estrutura familiar tradicional e rígida trabalhada em Mulan] e tentamos formular a coisa mais inapropriada para Lilo e Nani fazerem… Bem, ao invés de lidar racionalmente com as suas frustrações, elas vão gritar uma com a outra, assim como irmãos e irmãs agem de fato. Foi tão libertador fazer esse tipo de coisa.

“Após a briga, Lilo e Nani reconciliam no quarto… É um momento bem delicado em que elas conversam e confessam uma à outra de que elas passaram dos limites e brigaram, e que elas sentem muito. É legal porque nós operamos nesta filosofia de que muitas vezes as pessoas na vida real não simplesmente dizem o que querem. Elas tentam de uma forma diferente, afinal, apenas dizer diretamente é um pouco constrangedor. Então as irmãs tiveram essas cenas maravilhosas em que elas estão pedindo desculpas de verdade uma para a outra por discutirem sem falar simplesmente, ‘Cara, me desculpa. Vamos nos acertar’ ou algo parecido.”

A primeira vez que eu vi esse filme foi num cinema que não existe mais em minha cidade natal. Da mesma idade da Lilo, eu contemplei o espetáculo de emoções (bonitas ou feias) complexas passando na tela, absorvendo, atenta, as ideias de amor, família, e carinho. Animação, naquela tarde de sábado de 2002, tornou-se a minha forma de arte favorita.

Lilo e Stitch é uma obra extremamente especial para mim, cujas cenas estão gravadas nas paredes do meu coração. A animação é fenomenal, com designs imaginativos, trilha sonora estupenda, e uma energia única que poucas obras da Disney conseguem acompanhar. 

Um clássico para todas as idades, Lilo e Stitch me levam de volta para a infância, para o colo de minha mãe no velho cinema que não existe mais.

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Especial Mês da Infância I: Dragon Ball GT https://animesonlinebr.org/anime/especial-mes-da-infancia-i-dragon-ball-gt/ https://animesonlinebr.org/anime/especial-mes-da-infancia-i-dragon-ball-gt/#respond Thu, 01 Oct 2020 15:05:29 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=13849 Ao longo desses longevos e doentios tempos de pandemia, todos nós fomos obrigados a nos reclusar em nossos lares, para o nosso bem

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Ao longo desses longevos e doentios tempos de pandemia, todos nós fomos obrigados a nos reclusar em nossos lares, para o nosso bem e o do próximo, evitando portanto o contágio de Covid-19. Nesses últimos meses, os serviços de streaming lucraram como nunca justamente porque ficamos em casa consumindo suas produções. Isso me lembra dos meus tempos de criança, sendo criada por animações e bebendo tampico.

Enclausurada em casa, pus-me a pensar na infância e uma nostalgia por tempos mais tranquilos bateu. Por essa razão, decidi dedicar o mês de outubro para animações que me marcaram profundamente e ainda não abordei aqui. Hoje, Dragon Ball GT (DBGT). 

Sério? Sim.

Conhecido como o ponto mais baixo da franquia Dragon Ball, DBGT é uma série animada de 64 episódios desenvolvida pela Toei Animation sem envolvimento do Akira Toriyama. O desenho estreou em 1996 no Japão (2002 no Cartoon Network nacional) para uma recepção extremamente morna, sendo descrito como “infantil e repetitivo” por críticos. Nele, Goku volta a ser criança e, com a ajuda de Trunks e da sua neta Pan, ele viaja pelo universo a fim de resolver a sua situação.

É bobo, não tem muito do charme autêntico do Toriyama, e de fato a sua fórmula é cansativa. Dito isso, ainda é meu capítulo favorito em todo o programa e, mesmo anos após ter terminado de ver pela primeira vez, carinho define. Eu fecho os olhos e consigo ouvir as vozes dos personagens interagindo em sua nave espacial. DBGT me marcou nesse nível.

Não é muito diferente de todo o resto da produção de Dragon Ball: os heróis buscam as esferas do dragão, o humor é crasso, e a porradaria come solta. Não há muito desenvolvimento de personagem, não há alguma qualidade maior na animação, essa bem padrão Toei anos 90. Contudo, creio eu, a sua maior distinção é o tom de finalidade que perpassa os episódios.

Goku já é idoso, não há como evitar esse detalhe: ele participou de muitas batalhas, morreu duas vezes até então, e seus filhos cresceram. Não mais ele precisa ser guardião da Terra. Ele continua as suas aventuras até que abraça a morte como uma velha amiga, acabando com a sua essência incorporada por Shen Long, o dragão das esferas.

DBGT nunca foi considerado canônico, sua narrativa certamente não foi incorporada à Dragon Ball Super, a continuação oficial assinada pelo seu autor de fato. Todavia, aprecio a sua tentativa ao contar uma história breve (se compararmos a todas as outras séries, isto é) com princípio, meio, e fim.

Como a infância, foi bom enquanto durou e fico feliz por tê-lo experimentado. Despeço-me com a música de encerramento que eu assistia (e cantava!) toda vez com empolgação.

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Close Enough: existe jeito certo de adultecer? https://animesonlinebr.org/curiosidades/close-enough-existe-jeito-certo-de-adultecer/ https://animesonlinebr.org/curiosidades/close-enough-existe-jeito-certo-de-adultecer/#respond Thu, 24 Sep 2020 14:59:34 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=13519 Quando se é criança, o mundo parece absurdamente enorme: um mistério a desbravar que apenas os adultos têm a resposta. Então, você cresce

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Quando se é criança, o mundo parece absurdamente enorme: um mistério a desbravar que apenas os adultos têm a resposta. Então, você cresce e espera pelo momento o qual as revelações sobre como lidar com a vida chegarão até você magicamente. Quando, por fim, você finalmente pode se considerar uma pessoa feita, o conhecimento prometido não existe e todo mundo simplesmente está lidando com seus problemas da melhor maneira possível. 

A explicação, você finalmente cai em si, é que não há resposta exata.

Não é fácil lidar com essa conclusão, porém é necessário seguir adiante, tentar encontrar o nosso próprio lugar ao sol. Nem sempre é tranquilo, contudo com as companhias certas as coisas se ajustam com mais clareza. Esse, meus queridos, é o dilema central da nova série animada do James Garland “J.G.” Quintel, Close Enough.

Também conhecido como “Quase Lá” e “Sem Maturidade Para Isso” em Português, o desenho explora as questões da vida adulta do casal na faixa dos trinta anos Josh Singleton (interpretado pelo próprio JG Quintel) e Emily Ramirez (Gabrielle Walsh), os quais vivem com sua filhinha de cinco anos Candice (Jessica DiCicco) e seu casal de amigos divorciados, Alex (Jason Mantzoukas) e Bridgette (Kimiko Glenn). As coisas não são perfeitas, porém, juntos, é como se pudessem transpor qualquer desafio.

Assim como a série anterior do Quintel, Apenas Um Show (concluído em 2017), Close Enough é uma comédia de situações relatáveis (isto é, relações interpessoais) atravessada de boas doses de absurdo. Em um minuto, Josh e Alex estão fazendo compras, em outro estão fugindo de uma gangue de palhaços strippers bombados. Nunca se sabe exatamente o que esperar.

Em uma entrevista ao portal Comicbook, foi perguntado ao criador o porquê da concepção desse programa específico após o sucesso da sua produção anterior. Eis a sua resposta:

“Bem, Apenas Um Show era mais ou menos sobre como eu era na faculdade e o que significa estar lá e ter um emprego e passar tempo com seus amigos, apenas querendo ficar de boa fazendo coisas divertidas. Mas Apenas Um Show durou por um bom tempo e, ao final dele, eu tinha mudado bastante. Eu me casei e tinha tido filhos e comecei uma família, então Apenas Um Show não era mais como eu. Era mais uma personalidade do que um dia havia sido. Aí eu queria começar a explorar as coisas que estou vivendo agora.

“Por essa razão, Close Enough veio a ser mais sobre situações reais de adultos, problemas relacionados aos seus trinta anos e o começo das suas responsabilidades, especialmente após ter filhos e cuidar deles. Eu simplesmente não tinha como inserir essas histórias em Apenas Um Show, então esse [programa] me pareceu uma grande chance de aproveitar essas narrativas.”

Assim como o seu desenho anterior, Quintel manteve o seu traço simples e cartunesco como assinatura da produção. Close Enough teve seu desenvolvimento anunciado em 2017, para estrear no canal estrangeiro TBS, todavia foi atrasado múltiplas vezes até seu lançamento oficial pelo HBO Max nos EUA agora em 2020, e Netflix internacionalmente.

O desenho é bastante charmoso, com personagens carismáticos e questões críveis que perpassam adultos se descobrindo. Apreciei os tons cômicos e genuínos das histórias abordadas, além do caráter psicodélico das muitas piadas do programa. Quintel sempre conseguiu equilibrar bem esses dois aspectos e fico feliz anunciando que ele não perdeu a mão.

Em cada nova fase da vida queremos coisas diferentes, crescemos e mudamos os interesses. Close Enough oferece a visão que tudo bem os parâmetros mudarem, não precisamos ser estáticos diante das intempéries da vida. O importante é nos cercarmos de pessoas que amamos e estarmos abertos ao absurdo do dia-a-dia.

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Meus Vizinhos, Os Yamadas: Comédias da Vida Privada https://animesonlinebr.org/anime/meus-vizinhos-os-yamadas-comedias-da-vida-privada/ https://animesonlinebr.org/anime/meus-vizinhos-os-yamadas-comedias-da-vida-privada/#respond Thu, 17 Sep 2020 15:01:58 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=13255 Eu acho que posso falar com segurança que o termo “família” é difícil de descrever objetivamente. Eu tentei outrora, mas não é justo

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Eu acho que posso falar com segurança que o termo “família” é difícil de descrever objetivamente. Eu tentei outrora, mas não é justo enquadrar essa palavra de maneira tão crua. Todos nós viemos de algum lugar, construímos nossos espaços, e estabelecemos vínculos com um grupo seleto de pessoas – independente de compartilharmos sangue com elas. Família pode ser seus pais, tios, primos, e você. Pode ser você e seu parceiro. Pode ser você e seus bichinhos. Só você mesmo pode definir esses limites.

Dito isso, toda família ainda assim se parece. Apesar das extremas diferenças entre lares, papéis se repetem, e uma idealização universal desses personagens perpassa culturas. É por essa razão que, apesar das distinções geográficas, podemos nos identificar com núcleos parentais da ficção. Irmão do Jorel? Coco? Gravity Falls? Todas são obras as quais nos cativam com suas narrativas familiares e situações altamente relacionáveis. Penso eu, inclusive, que esse é o charme de Meus Vizinhos, Os Yamadas.

No original Hōhokekyo Tonari no Yamada-kun, o filme de 1999 explora o cotidiano da família títular, os Yamadas. Afetuosos, caóticos, e conflituosos os parentes têm suas crônicas exploradas ao longo dos seus 103 minutos de duração. Com o excelente Isao Takahata na direção, a obra é adaptação das tirinhas homônimas do quadrinista Hisaichi Ishii, publicadas ainda hoje (porém sob o título “Nono-chan).

Meus Vizinhos, Os Yamadas destaca-se dos outros longa-metragens do Estúdio Ghibli por seu formato antológico. Ao invés de optar por uma narrativa tradicional, Takahata aproveitou-se da estrutura breve das tirinhas para destrinchar situações cômicas, apenas unidas entre si através dos seus personagens. Em um momento seguimos a filha caçula Nonoko na escola, em outro podemos ver os adultos Matsuko (mãe), Takashi (pai), e Shige (avó) discutindo qualquer coisa besta, para então vivenciarmos os esforços do primogênito Noboru nos deveres de casa. São momentos simples, contudo atravessados de personalidade vibrante.

Entretanto, mais do que meramente aproveitar a composição das histórias dos quadrinhos, essa obra optou por fazer uso dos traços despretensiosos próprios do material de origem – algo que a evidencia ainda mais marcadamente das outras produções Ghibli. Ademais, essa escolha estilística acentua as intenções cômicas ao acompanhar as peculiaridades dos Yamadas. Com seus cenários pouco detalhados e elenco estilizado, podemos também nos encaixar mais fácil nas narrativas, ver as nossas próprias idiossincrasias refletidas nas excentricidades dos personagens.

Ainda assim, Meus Vizinhos, Os Yamadas oferece mais do que humor à sua audiência. Seu encanto repousa, acima de tudo, no amor sincero e devoção entre os familiares. Sim, eles são imperfeitos e não param jamais de brigar, todavia – à sua maneira torta e individual – eles se encaixam. Essa dimensão é especialmente evidenciada pela declaração diretorial do Takahata:

“Eu não ambiciono criar uma ‘fantasia’ ao representar uma realidade extremamente detalhada que cerceia pessoas em outro mundo. Acima disso, eu quero que as pessoas se identifiquem nas experiências dessa vida ao rascunhar qualidades ordinárias humanas com simples adereços. Eu quero que o vento flua livremente entre a dimensão do nosso cotidiano e aquilo que vemos no filme.”

Meus Vizinhos, Os Yamadas é uma obra diferente do cânone “Ghiblíco” porém tão amável ao seu jeito. Uma família que, haja o que houver, permanecerá unida. Que sera sera.

 Você pode assistir a Meus Vizinhos, Os Yamadas no serviço de streaming da Netflix.

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Divinas: A ascendência do fogo https://animesonlinebr.org/review/divinas-a-ascendencia-do-fogo/ https://animesonlinebr.org/review/divinas-a-ascendencia-do-fogo/#respond Thu, 10 Sep 2020 15:00:15 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=12949 Divinas, de 2016, é um filme fascinante antes de tudo. No sentido mais literal da sua definição, o longa-metragem franco-qatariano causa um forte

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Divinas, de 2016, é um filme fascinante antes de tudo. No sentido mais literal da sua definição, o longa-metragem franco-qatariano causa um forte fascínio no seu espectador, capturando-o, mantendo-o preso aos acontecimentos que desenrolam diante de seus olhos. Como uma chama viva para um inseto, Divinas é um espetáculo devastador para aquele que o vê.

Mais do que um relato de uma realidade mordaz da Paris dos imigrantes, a história se desenvolve na psique conturbada de filhos de estrangeiros: franceses, mas nem tanto. A protagonista Dounia, interpretada pela Oulaya Amamra, encapsula muito bem esse sentimento de limbo entre universos completamente discrepantes, o qual se revela como sua húbris, a sua queda.

Certamente há um caráter autobiográfico centralizado nessa figura complexa de Dounia: a principal realizadora do projeto – sendo diretora e roteirista – provém de um cenário similar. Houda Benyamina é uma cinematógrafa franco-marroquina, e sua vontade de mudar o panorama francês é notória. Em entrevista ao portal francês Allocine, ela afirmou: “Eu gostaria mais se não fosse algo somente dos negros e dos árabes, nós ainda somos franceses – não podemos esquecer. A França hoje em dia tem muita diversidade.” Inclusive, a protagonista vem à vida na pele de sua irmã mais nova.

É um reflexo do cinema contemporâneo de imigrantes esse desejo de desafiar o plano de fundo burguês da Cidade das Luzes. Assim como Abdellatif Kechiche em sua obra de 2004, A Esquiva, não é a Champs-Élysées que é mostrado na tela, porém bairros mais sóbrios, mais amontoados de gente de roupas mais velhas, e que a polícia tende a ignorar pedidos de ajuda.

Contudo, mais do que a ideia de explorar a Paris desigual em tela, Benyamina opta por algo mais simples, todavia bastante efetivo: um conto sobre amizade. Apesar de acompanharmos a película pelo olhar da Dounia, também sentimos a presença constante de sua melhor amiga, a Maimouna – essa interpretada pela Déborah Lukumuena, também descendente de imigrantes, no caso congoleses. Nas figuras dessas duas personagens, o espectador é jogado contra os intempéries de uma vida dura a qual, infelizmente tem de recorrer ao crime.

A obra possui um tom intimista com as conversas extremamente verossímeis, a tela que segue as faces das suas protagonistas, e com seus silêncios cheios de significado. Os ângulos jogavam contra o observador a angústia, a euforia, a confusão, e mais toda a miríade de emoções que as duas amigas viveram nas quase duas horas de filme. Vivemos através delas as experiências de ser marginalizados, desejar algo melhor ainda que através de meios ilegais porque o Estado que supostamente deveria tomar conta e dar oportunidades não o faz.

São situações específicas, mas que o espectador pode sentir empatia porque são as camadas de uma narrativa maior e universal: a da amizade. Mais do que qualquer coisa, o coração da obra está na relação entre Dounia e Maimouna. É importante ressarcir, essa é a verdadeira história de Divinas. A vontade de fugir da realidade hostil ainda é muito presente – é o gatilho de toda a história, afinal – mas a união das duas é o que prende.

Outros temas também são explorados: como a criminalidade – quando elas se alinham à uma gângster (Rebecca, esta representada por Jisca Kalvanda); espiritualidade – com as questões de seu propósito na terra; família – através dos seus desentendimentos intergeneracional; e, incrivelmente, sexualidade – com a descoberta do desejo de Dounia pelo dançarino Djigui (Kévin Mischel). Camadas e mais camadas de sentimentos são explorados numa espiral de acontecimentos que se acumulam e então enfim explodem como um incêndio de uma lixeira.

Divinas ascende como a fumaça cinzenta de uma fogueira, cujas flamas engolem vorazmente qualquer coisa que a toque até que nada mais reste.

Você pode assistir a Divinas pelo serviço de streaming da Netflix

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The Owl House: um lar para chamar de seu https://animesonlinebr.org/anime/the-owl-house-um-lar-para-chamar-de-seu/ https://animesonlinebr.org/anime/the-owl-house-um-lar-para-chamar-de-seu/#respond Thu, 03 Sep 2020 14:55:12 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=12508 Adolescência às vezes é um momento solitário, escapista da existência humana. É um período de descobertas, um limbo identitário entre a lúdica infância

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Adolescência às vezes é um momento solitário, escapista da existência humana. É um período de descobertas, um limbo identitário entre a lúdica infância e a sóbria adultez. Tão clichê como esse meu prelúdio soe, é vero que durante essa passagem da vida nós buscamos nos aproximar de culturas, modas que reflitam melhor a nossa personalidade. Daí que vem as ditas tribos urbanas: surfistas, atletas, nerds, góticos, patricinhas, e por aí vai. Às vezes, infelizmente, não conseguimos nos encontrar em nenhuma delas.

Luz Noceda é uma latina de 14 anos que, por alguma infelicidade do destino, não consegue se encaixar em lugar algum. Altruísta, sonhadora, e criativa, a jovem não tem algum amigo sequer, isolada em suas próprias fantasias. Sua mãe, preocupada com o comportamento da menina, a envia para um acampamento de férias sob a premissa de enquadrá-la na sociedade. No meio do caminho, Luz desvia desse reformatório e acaba nas Ilhas Escaldadas, dimensão das bruxas e demônios. Um desafio inesperado.

The Owl House (TOH) é uma das mais novas animações seriadas dos canais da Disney. Lançada em janeiro de 2020, completou a sua primeira temporada no sábado 29 de agosto. Idealizado pela Dana Terrace – animadora também de Gravity Falls, o desenho acompanha as aventuras de Luz enquanto ela conquista seu sonho de se tornar uma bruxa. Outrora perdida em meio os humanos, a nossa protagonista se encontra entre a magia. Mais do que feitiços, ela aprende com Eda, a Mulher-Coruja e King, o Rei dos Demônios a abraçar suas qualidades únicas.

Essa ideia central de auto-aceitação foi muito fortuita e bem explorada em seus 19 episódios. Tão notável foi que, em entrevista ao portal Collider, Terrace foi perguntada a importância da abordagem desse tipo de mensagem como criadora. Eis a sua resposta:

Dana Terrace. Crédito: Arquivo da School of Visual Arts

“Bem, eu acho que esse é o tipo coisa que muitas pessoas podem se identificar. Quando eu era menina, eu não sabia me comunicar com outrem. Achavam que eu fosse um tipo de aberração porque uma das minhas coisas favoritas de fazer era encontrar bichos mortos na estrada e aprender a desenhar observando aquilo. Aí ficavam assim, ‘que diabos há de errado com você?’, e eu apenas reagia com ‘eu só estou tentando aprender a desenhar’. E é daí que parte da personalidade de Luz vem, parte do seu cenário. Porém eu acho que é apenas uma mensagem muito importante a ensinar para a garotada: tudo bem com você se expressar. Você deveria ser permitido se expressar de qualquer maneira produtiva que você quiser.

“Esse não é o único tema que lidamos no programa. É como introduzimos os personagens, mas nós tratamos com um monte de emoções e situações com o elenco, e nós sempre tentamos representá-las de maneira centrada e realista. O mundo mágico e a magia usada na série são sempre artifícios de enquadramento para as narrativas emocionais que tentamos contar.”

Desde o primeiro instante que eu vi o primeiro poster de TOH, eu desenvolvi altas expectativas, as quais só se intensificaram exponencialmente após o primeiro trailer. Cada revelação só me deixava mais empolgada. Fantasia? Animação com fluidez? Designs estranhos inspirados pela arte medieval de Hieronymus Bosch? Episódio de 22 minutos? Protagonismo feminino? Mal conseguia esperar pelo primeiro capítulo. Após finalmente vê-lo, foi paixão imediata.

A série promete muito com a sua premissa, todavia cumpre cada comprometimento. Animação impressionante. Personagens com arcos de desenvolvimento riquíssimos. Diálogos bem escritos. Excelente equilíbrio entre terror, sensibilidade, e – acima de tudo – comédia. Mas que série bem-humorada!

Assim como a protagonista de TOH, fantasias medievais foram meu escapismo da minha solidão durante a adolescência. Eventualmente, eu descobri o meu lugar entre as pessoas que amo. Luz Noceda, por sua vez, se encontrou nas lições de magia da Casa Coruja e não mais precisou ficar sozinha.

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Rick e Morty: inventividade em primeiro lugar https://animesonlinebr.org/curiosidades/rick-e-morty-inventividade-em-primeiro-lugar/ https://animesonlinebr.org/curiosidades/rick-e-morty-inventividade-em-primeiro-lugar/#respond Thu, 27 Aug 2020 15:00:45 +0000 https://www.nsvmundogeek.com.br/?p=12224 Boas histórias vêm em diversas formas e com diversas mensagens. Isso não é uma fala controversial, porém uma mera constatação do óbvio: coisas

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Boas histórias vêm em diversas formas e com diversas mensagens. Isso não é uma fala controversial, porém uma mera constatação do óbvio: coisas fantásticas podem vir de qualquer lugar. Pode ser um longametragem oriental sobre as minúcias da realidade como conhecemos. Pode ser um seriado experimental sobre espiritualidade. Ou então podem ser as aventuras intergaláticas de um alcóolatra  genial e seu neto adolescente.

Amigos, eis Rick e Morty.

Lançado no final de 2013, a animação seriada do Adult Swim (bloco de séries mais maduras do Cartoon Network) já acumula 41 episódios espalhados por quatro temporadas. Estabelecido em cima de uma premissa inusitada, o desenho obteve uma recepção extremamente positiva com a sua proposta criativa, tornando-se uma das principais atrações do bloco, além de uma fonte inesgotável de memes.

Contudo, pode ser questionado: o que torna Rick e Morty digno de tamanha atenção? O que essencialmente o elevou ao grande público? Acho que esse resposta pode ser encontrada na energia produtiva dos seus criadores, Justin Roiland (criador também de Solar Opposites) e Dan Harmon (Community). 

Respectivamente, Justin Roiland e Dan Harmon. Crédito: Adult Swim

Dotados de uma inventividade sem precedentes, eles se deleitam no absurdo para explorar qualquer coisa que lhes venha à cabeça. Em uma entrevista ao portal Entertainment Weekly, foi perguntado à dupla se havia algo que eles excluíam revisitar em novas aventuras. Eis a resposta de Roiland:

“Nós não temos nenhuma regra dessa natureza que eu consiga lembrar. Uma filosofia que tendemos a adotar é continuar seguindo em frente com novas ideias, novos mundos, e não olhar para trás tanto como outros programas possam fazer, apenas temendo que seja produzido algo que pareça um fan service insincero. Mas não tem nada ‘banido’. Tipo, se surgisse alguma ideia de trazer de volta um personagem e fosse uma ideia legal, nós faríamos.”

É esse pensamento que move as engrenagens de Rick e Morty: se um conceito interessante aparecer, ele será incorporado. Metanarrativas? Paródias? Referências? Nada é tolo ou inteligente, nem sagrado ou profano demais para ser explorado, e a qualidade do seu roteiro atesta pela engenhosidade da equipe por trás. Aqui, mais importante que seus personagens, é como as ideias de seus criadores irá se manifestar na tela.

Dobrei-me de rir em muitos momentos, o humor absurdo atravessando as camadas da história, oferecendo múltiplos significados às cenas. Amei profundamente o que a série proporciona, mas não vou dizer que é para todo mundo – afinal não consigo adivinhar o gosto de todas as pessoas. Todavia, certamente há diversidade suficiente para muitos públicos. A animação também não deixa nada a desejar, com designs curiosos e fluidez de movimento.

 

Rick e Morty é uma comédia competente, divertida, e engenhosa que mergulha no caos criativo dos seus autores e exibe com dignidade seu ímpeto inventivo.

Você pode asssistir à Rick e Morty na íntegra através do serviço de streaming da Netflix.

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