Uma vilã nada convencional num isekai de chorar de rir – Conheça Hamefura!

Por incrível que pareça, se você juntar isekai com otome game, troca de papéis, harém inverso e comédia dá muito certo. Já ouviu falar em Hamefura? É sobre essa obra prima que vamos falar.

My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! (Otome Game no Hametsu Flag Shika Nai Akuyaku Reijou ni Tensei Shiteshimatta) não tem só o nome de grande. Assim como a novel em que foi baseada, a animação que estreou no início de 2020 teve sucesso por um motivo: ela é muito divertida. Inclusive, as vendas da novel explodiram depois que o anime foi ao ar. Como você pode ler nessa notícia: My Next Life as a Villainess supera 3 milhões em vendas

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

Popularmente conhecido como Hamefura, esse anime já está na segunda temporada que teve sua estreia em 3 de julho de 2021. A primeira temporada conta com 12 episódios de aproximadamente 25 minutos e ambas podem ser encontradas na Crunchyroll.

Leve e engraçado, Hamefura consegue tirar um belo sarro de muitos isekais e romances do gênero. O romance ali pode estar precisando de muito mais que um empurrãozinho, contudo, em quesito de diversão o anime fez bem o seu papel pastelão. Desafio a quem assistir a não achá-lo hilário!

A propósito, eu preciso dizer que quando fui assistir me deu um certo “cringe” que foi revertido logo no primeiro episódio. Além de ser super fofo e engraçado, o anime conseguiu me fazer associar algumas cenas e situações com jogos do gênero e até me lembrou de algumas amigas. Dessa forma, fui convencida de que era bem melhor e que essa relutância toda, era picuinha minha.

Se ambientando ao cenário do anime:

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

Hamefura conta a história de uma garota que vai parar num otome game que ela já conhecia. Mas ela não encarna o papel de heroína, personagem aleatória nem algo parecido. Ela é ninguém menos que a vilã escrachada do jogo: e é aí que todas as conclusões podem ser tiradas acerca da forma como ela enxerga seu função por lá.

O NSV tem um artigo falando sobre o mangá de Hamefura, caso queira ler depois: https://www.mundodosanimes.com/manga/manga-my-next-life-as-a-villainess-all-routes-lead-to-doom/ 

Sobre isekais e otome games

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

O que são esses dois? Bom, isekai é basicamente aquela história em que do nada você percebe o personagem principal em um mundo alternativo ao que ele estava acostumado. É bem recorrente em várias histórias e por isso mesmo está saturado.

Ultimamente, um isekai bom que dê motivo para ser assistido tem se tornado um pouco difícil de ser encontrado (a não ser que você goste do subgênero). Convenhamos que se tem mil iguais, algo deve ser feito para virar o jogo.

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

E falando em jogo, vamos à definição de otome game, ou como eu prefiro chamar nesse caso: dating sim. Nada mais é que uma história geralmente fofinha e com opções de rotas direcionada para um público interessado em romance, simulações, visual novels e afins.

Aqui no NSV, você pode ler várias resenhas de visual novels interessantes (alguns muito engraçados) escritas pela Giselle Alves.

Recomendados cômicos escolhidos a dedo:

O nome Otome Game vem da ideia de que seria focado para o público feminino. Portanto, vamos pensar nisso como um jogo em que a personagem principal, na maioria das vezes, será uma garota.

Nesse tipo de jogo, alcançar um final feliz com um relacionamento amoroso é uma das principais essências. Um não, vários, né? Muita gente joga várias rotas do jogo para “desbloquear” conquistas amorosas com todos os personagens possíveis e descobertas especiais.

A bela sacada da história:

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

Então, nesse jogo poderiam ter feito a mocinha correndo atrás de todas as beldades e conseguindo o amor de todo mundo que nem uma jogadora faria ao assumir o controle. Porém, já sabemos que ela não é a mocinha e ela mesma sabe disso. Imagina só se descobrir vivendo no cenário de um jogo que poderia ser divertidíssimo mas você sabe que, bem, tudo estará contra você uma hora. Só rindo de nervoso mesmo.

Apesar disso, a nova Catarina Claes (nome da vilã) se torna uma personagem que destoa de seu papel original. Ela não assume a persona maldosa e sim traz elementos de sua própria personalidade para tentar fugir do destino. Se pararmos para pensar, a concepção do destino além de ser algo muito presente nos pensamentos da Catarina é também um elemento a ser questionado em obras no geral. Será que o destino existe mesmo e é inevitável? 

Jogando Otome Game da maneira certa?

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! – Tela do Jogo

Certamente, por ser uma história sobre um jogo, a teoria é de que o destino é a lei. No entanto, a construção toda de Hamefura colabora tanto para tornarmos essa tragédia uma comédia que faz com que a risada se esconda em cada detalhe.

Vamos lá: a personagem principal estar no papel da vilã sem ser a vilã, constantemente lembra do que rola no jogo, a personalidade fofa e desleixada dela, a forçação de barra/predisposição dos personagens em entrarem em rotas românticas se misturam com o próprio destino atuando no decorrer das rotas do jogo.

A essência da personagem é tudo!

Como eu disse antes, a Catarina atual não corre atrás de crush algum, mas mesmo assim acaba sendo admirada por muita gente lá e o ciclo de rotas românticas meio que continua. Apesar de ser perceptível por nós, isso tudo ocorre de uma maneira um pouquinho diferente do esperado por ela.

Além disso, o apelido carinhoso e besta que ouvia os fãs chamando a personagem principal traduz bem como ela é: Bakarina. E por mais que eu ache que o nível da personalidade chaotic good e ingenuidade dela seja um exagero do caramba, eu admito que é essencial para a trama que ela seja assim. (Digo somente sobre o anime, pois não cheguei a ter contato com a novel)

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

Títulos de episódios ao estilo youtuber

E agora, antes de finalizar esse texto, queria destacar também um detalhe que achei demais quando percebi: Cada episódio tem um nome que daria muito bem pra ser uma chamada de um vídeo de youtuber. Sabe aqueles títulos engraçados que eles colocam descrevendo o que você vai ver no vídeo? É basicamente assim que nomearam. 

O nome do primeiro episódio, por exemplo, é “Eu recuperei as memórias da minha vida passada”.

E isso traz uma interação bem legal, como se estivéssemos assistindo ao programa, ou jogo, em vez da “vida” deles mesmo. Para eles é vida, mas nós já sabemos que não. A quebra da parede para a personagem principal continua em vários momentos, como na reunião mental que ela tem, sobre o que fazer, em que várias mini Catarinas discutem.

© My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!

Considerações finais

Enfim, podemos concluir que Hamefura é aquele anime besta que assistimos pra ficar de boas. Ele é leve, engraçadinho, alto astral, com traços fofinhos e uma personagem principal bem expressiva. Além disso, o que torna essa obra boa é o excelente trabalho em zoar tanto com o estilo de isekai quanto com o de otome game. Simples assim.

No mais, não espere que esse anime tenha algo surpreendente, pois não tem. Ele é puramente o que precisamos para distrair, acompanhando o dia a dia de uma garota que tenta sobreviver e não surtar dentro de um cenário de Otome Game. Sem contar com o harém se formando por onde ela passa.