Eu sou uma pessoa que sempre está em busca de animes do gênero esporte para aumentar a lista de animes. De uns anos para cá vim percebendo que os últimos animes de futebol vem caindo em uma “maldição”. Quer saber mais sobre o que o tema da vez se trata? Quem apresenta o tema da vez sou eu, o Vulpixs. Olho no lance porque o tema de hoje é futebol e anime!
A maldição que cai sobre os animes de futebol
Para falar a verdade, o que me motivou a escrever e a refletir mais sobre este assunto foi por causa de um tweet que fiz nesta semana.
Eu tenho uma paixão esquisita que é “mangás de futebol”. Simplesmente quero começar a ler udo que seja de futebol (e que não tenha poderzinho). Já que os animes nunca vão até o final…
-Area no Kishi
-Ao Ashi
-Giant Killing
-Blue Lock
-Days pic.twitter.com/j2pj9DhP5r— Vulpixs | It’s Time to Make History! (@_VULPIXS_) August 3, 2020
Se pararmos para olhar os animes com foco em representar o verdeiro futebol, notamos que nenhum deles tem um final adaptado de sua obra original. Quando digo “futebol verdadeiro”, me refiro àqueles que não tem o uso de poderes míticos e fantasiosos como no caso de Inazuma Eleven (Super Onze) ou até por ser mais ousado em dizer do tão aclamado por todos, Captain Tsubasa.
O caso para Captain Tsubasa não estaria entre a leva de obras com “poderes”, contudo apresenta algumas jogadas que seriam fisicamente quase impossíveis de se replicar. Portanto estou considerando mais em falar dos animes que fazem nos aproximar mais da realidade do futebol que vivenciamos em campo.
Voltando a falar sobre a tal maldição, é bem questionável tantos animes conseguirem várias temporadas sequenciais, e os animes do esporte mais popular do mundo acabar terminando na sua primeira temporada? A questão é válida? Bom. A princípio, a resposta não é tão complicada assim para solucionarmos o mistério em questão. Um anime irá ganhar uma nova adaptação se for do interesse (da maior parte, vinda do público) ou de alguma empresa que queira investir na obra.
Logo, animes como Area no Kishi, Giant Killing, Days e Ginga e kickoff caem tudo no mesmo time. Embora o futebol seja extremamente popular no mundo inteiro, o caso do Japão tem uma atenção muito focada também em um outro esporte. O beisebol. Ao pegarmos um esporte com o outro, vemos muitos animes de beisebol e ainda com continuações que seguem até por mais de 100~150 episódios, sem esforço algum. Animes como Major e Ace of Diamond são ótimos comparativos.
O meu ponto sobre isso tudo é o núcleo disso tudo que não é pela total falta de interesse do público em consumir animes de futebol, mas sim que a maioria deles não cumprem as expectativas do público com um futebol que empolgue. Um futebol em anime que te faça sentir a mesma emoção que um jogo na vida real te possa proporcionar. É nesta parte que a maioria deles pecam na hora da execução, já que é um esporte que precisa-se de muito conhecimento, imaginação e a habilidade de narrar o jogo de uma forma inteligente, preservando as característica de uma história em quadrinhos (no caso, mangá) ou de uma animação em série.
E pra fortalecer o argumento, até mesmo o popular Super Onze entre as crianças do Japão, veio perdendo força a cada ano que se passasse. Tentaram reinventar com a série Inazuma Eleven GO, usando de 3 temporadas. Esta até segurou bem o público, mesmo estando no limite. E, ao ver que a audiência não paravam de cair, decidiram reviver as luzes do passado, em fazer uma rota alternativa após o episódio 26 da primeira temporada do clássico Inazuma Eleven.
Assim surgiu o “Inazuma Eleven: Ares no Tenbin” e “Inazuma Eleven: Orion no Kokuin“. Eu gostei muito dos dois animes que seguem uma nova rota do clássico, mas admito que ao dizer isto estou sendo levado 300% pela minha emoção e não pela razão, já que sou muito fã da série desde pequeno. Tanto Ares e Orion tiveram a audácia de colocar dois jogos extremamente relevantes em um único episódio de 24 minutos. Era tanto corte e aceleração no roteiro que toda a trama já não tinha mais ritmo algum.
Animes de futebol dos últimos anos
Já que fechamos o tópico anterior em discutir os problemas que assolam os animes de futebol, vamos dar uma olhada em alguns casos com títulos específicos dessas últimas décadas. Para você, curioso por procurar mais sobre animes deste esporte, aqui vai alguns deles:
Giant Killing
Giant Killing conta a história focada no personagem Takeshi Tatsumi que acaba de se tornar o novo técnico do clube de futebol ETU – East Tokyo United. O que sabemos é que Tatsumi é um técnico que foi renomado com um título bem ousado de “O Tombador de Gigantes” pelas suas alta capacidade de comando, controle e visão ao estar fora de campo. Suas habilidades como técnico são tão apuradas que pode fazer um time caindo aos pedaços, se erguer e voar como uma fênix, podendo até derrubar clubes gigantes da primeira divisão.
Olha, com toda e a maior sinceridade do mundo. Como uma opinião extremamente pessoal e que defenderei com a mesma força que o Tatsumi tem para comandar um time, Giant Killing é o anime de futebol que MAIS representa o puro realismo do esporte.
A sensação de ver um jogo no anime é bem semelhante para quem assiste uma partida direto do estádio. Pode ser um ótimo trabalho de adaptação com o jogo de câmeras? Até poderia dizer que sim, mas desta vez não é o caso. O mangá de Giant Killing consegue te proporcionar a mesma sensação de um futebol vivo. Isso porque estamos falando de uma mídia que não podemos usar, movimento de animações e nem o auxílio do som para agregar na fluidez da obra.
É uma pena só termos 26 episódios animados pelo estúdio DEEN. Este sim é um anime de futebol que vale a pena conferir.
Area no Kishi (Knight in the Area)
Area no Kishi ou O Cavaleiro da Área é um nome bem incomum e muito poético para um anime de futebol, não acham? Pelo menos foi essa a impressão que tive ao assistir em 2012. O nome do anime não é nenhum grande spoiler da série, portanto creio eu que não teremos problemas em lhe explicar caso ainda não tenha conhecimento do título da vez.
O cavaleiro da área representa um artilheiro dentro de campo que não exite na hora de estar frente a frente com o goleiro, em um momento decisivo de um jogo que pode significar o destino de sua equipe. É aquele jogador que ao tocar na bola, você sabe que a jogada terminará com uma bola na rede a favor do seu time.
Ele parece assim bem simples ao falar desta maneira, mas apresenta uma história e um desenvolvimento bem interessante no estilo de um anime de esporte colegial que estamos acostumados a ver ao longo destes últimos 10 anos. Exemplos que posso citar seria Haikyuu, Ace of diamond, Kuroko no Basket, Baby Steps e entre outros.
Area no Kishi é mais um dos animes de futebol que poderia ter um futuro brilhante, assim como a carreira do nosso protagonista, porém nunca tivemos a informação de uma possível continuação. Vale lembrar que se torna mais improvável ainda a partir de que o mangá já fora finalizado em 2017, com o total de 57 volumes. Sim! 57 volumes é muita coisa e muita história pra ser contada.
O anime durou por 3 cours, totalizando 37 episódios. A história teve uma parte sem adaptação entre os seus primeiros capítulos e pularam um pouco no tempo — Algo que só seria possível de perceber pra quem leu o mangá, já que o corte foi muito bem feito. Eu mesmo só notei após pegar o mangá para ler da cabeça aos pés — mas isso não foi o pior. A história parecia estar progredindo muito bem, porém o mesmo acabou sendo interrompido no meio de um campeonato e no meio de um arco bem importante.
O que nos dá a ideia de que não queriam mais gastar orçamento com um anime que não estavam lhe rendendo frutos. Isso me lembra muito dois casos: Hungry Heart Wild Striker, um anime de 2002 que nunca teve final e cortado da mesma maneira que Area no Kishi. Outro é Overdrive, um anime de ciclismo que é cancelado e te solta flash de acontecimentos futuros no fim da sua adaptação.
Days
Mais um que gostaria de citar antes de entrarmos no próximo tópico é Days, de 2016. Mais um futebol de colegial, nada de tão especial e algo que se destacasse de sua maioria. Ele é girado em torno do protagonista Tsukamoto, um garoto do ensino médio que pegou interesse pelo futebol… um pouco tarde.
Por conta disto, o anime várias vezes pode te irritar com a falta de capacidade física e de habilidade que Tsukamoto vai ter de superar durante a série. É um progresso e um ritmo bem lento na sua evolução? Sim, de fato. Só que ao menos o progresso dele tem algum sentido, diferente de um certo protagonista de anime com heróis na escola.
Days cai na mesmo dos outros, quando parece estar engatando a próxima marcha, a primeira temporada do anime é finalizado e mesmo após 4 anos, ainda não temos nenhuma notícia do seu retorno, mesmo com o mangá dando continuidade até os dias de hoje.
Os mangás de futebol de hoje em dia
Não cheguei a mencionar alguns animes de futebol no tópico anterior por não achar que valeria o espaço ou então por não ser propositalmente focado em mostrar uma história com progresso no desenvolvimento dos personagens inteiramente ligado ao esporte. Portanto, alguns animes ficaram de fora: Ginga e Kickoff, Keppeki Danshi Aoyama-kun, Whistle! e Inazuma Eleven.
Agora falando sobre os mangás. Dos citados, Days continua fortemente. Giant Killing ainda continua, mesmo que em uma frequência mais baixa que o normal.
Além dos mangás que temos animes televisionados, também tem aqueles que nunca foram adaptados. Exemplos como: Ao Ashi, Be Blues e Blue Lock. Engraçado que todos estes três citados agora tem a cor “azul” em seu nome. Claro que isso não quer dizer nada, mas vale a observação.
Se fosse pra apostar em um mangá que quero muito ver adaptado em anime, é o mais recente sucesso Blue Lock. Um mangá de futebol bem diferente que desde sua estreia em agosto de 2018, já conseguiu ter 1.5 milhões de cópias em circulação com os seus, no momento, 9 volumes encadernados.
Sua história é contada após a eliminação da seleção japonesa na 2018 FIFA World Cup (do mesmo jeito que foi eliminada na exata copa de 2018). O Japão já estava cansado de nunca obter grandes resultados e criou um projeto no qual comportaria 300 atacantes em um programa intensivo para que um deles fosse abençoado com a possibilidade de combater de frente contra jogadores renomados: Messi, Neymar, Ibrahimovic, Cristiano Ronaldo, Suárez e etc. Com isto, 300 atacantes foram aprisionados em uma instituição e programa reforçado, chamado de Blue Lock, com a finalidade de se prepararem para a copa de 2022.
Todos estes estrelas do futebol citados anteriormente não foi tirado do meu teclado por aleatoriedade. O autor Kaneshiro Muneyuki realmente presta suas homenagens citando e até desenhando os próprios jogadores em seu mangá. Nomes como Ronaldo, Maradona, Pelé, Iniesta e entre outros também já foram mencionados ao longo de sua obra. Este pode ser algum futuro promissor que pode reverter a maldição dos animes de futebol que presenciamos ao longo das últimas décadas.
Gostou do texto reflexivo? Comente aqui em baixo o que achou e dê uma sugestão para o próximo tema!